Polícia procura empresário de Canoas envolvido em fraude a licitação em Rondônia

Em ação na Região Metropolitana, foram apreendidos R$ 350 mil e carros de luxo na casa do suspeito de fornecer material de informática

gauchazh
Publicada em 30 de julho de 2020 às 13:35
Polícia procura empresário de Canoas envolvido em fraude a licitação em Rondônia

Agentes da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas apreenderam R$ 350 mil na casa de empresário de CanoasPolícia Civil / Divulgação

Um empresário de Canoas, na Região Metropolitana, é considerado foragido da Justiça, por suposto envolvimento em fraude licitatória de software para registros online de boletins de ocorrências policiais em Rondônia, no norte do país.

Uma ação na terça-feira (28), coordenada pela 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, cumpriu mandados de busca e apreensão na empresa e residência do suspeito nos bairros Marechal Rondon e São José. Foram apreendidos R$ 350 mil em dinheiro e dois veículos de luxo, inclusive uma BMW avaliada em R$ 400 mil. 

O delegado Rodrigo Caldas, titular da 3ª delegacia, diz que foi cumprido um mandado de busca e outro de prisão a pedido da polícia de Rondônia. O empresário não foi localizado e é considerado foragido pelos delitos de fraude em licitação, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Um funcionário da empresa foi autuado por facilitar a fuga do patrão, mas vai responder em liberdade. 

Caldas destaca que, além da BMW e da quantia em dinheiro, foram apreendidos na casa do foragido e na empresa um veículo Jeep Renegade, diversos documentos, telefones celulares, HDs de computadores e um cofre.

— Como a investigação é da polícia de Rondônia e a investigação continua, além do fato do suspeito estar foragido e da Lei de Abuso de Autoridade, não estamos divulgando mais detalhes sobre o fato e nomes — explica Caldas.

Veículo BMW, avaliado em R$ 400 mil, foi apreendido pela polícia durante buscas a empresário de CanoasPolícia Civi / Divulgação

A polícia de Rondônia diz que houve fraude envolvendo a empresa gaúcha e servidores públicos rondonienses para ganhar a licitação do serviço com o governo da região. Inclusive, há entre os investigados na Operação Mobilis um oficial da Polícia Militar de Rondônia, que ocupou cargos de confiança junto ao Poder Executivo local de 2016 a 2018.

De acordo com a assessoria de imprensa da polícia do governo estadual no norte do Brasil, o oficial e empresários tentaram impedir a concorrência para ter tempo de desenvolver o software do programa para registro das ocorrências policiais online. A quebra do sigilo telefônico entre eles teria confirmado vários contatos e trocas de documentos para que a empresa ligada aos suspeitos fosse a vencedora da licitação. 

Foram cumpridos dois mandados de prisão e oito de busca em Canoas,Porto Velho (RO), Buritis (RO) e Ji-Paraná (RO) nas residências dos investigados e nas sedes de duas empresas - uma de Rondônia e outra do Rio Grande do Sul.

— O combate a esse tipo de crime organizado ou como também são chamados, crimes de "colarinho branco", possuem, em muitos casos, um grau muito elevado de dano à sociedade. Por isso, a real e efetiva integração entres as polícias, da forma como foi feita, é o ideal objetivado pelos órgãos de segurança pública — ressalta o delegado Mario Souza, diretor da 2ª Delegacia Regional Metropolitana de Porto Alegre.

Contraponto 

Em nota, a defesa do empresário informa: "em contraponto, os advogados Mateus Marques e Samir Nassif, que representam o empresário, informaram que já solicitaram acesso aos autos da investigação junto ao Poder Judiciário de Porto Velho e que logo após o empresário será apresentado espontaneamente ao delegado de Canoas".

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