Policial militar liderava milícia que agia na Baixada Fluminense

Três dos militares presos nesta quarta-feira eram lotados no 20º Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo policiamento ostensivo e repressivo nos municípios de Nova Iguaçu e Mesquita.

Douglas Corrêa - Repórter da Agência Brasil
Publicada em 14 de março de 2018 às 15:01
Policial militar liderava milícia que agia na Baixada Fluminense

Em ação conjunta do Ministério Público do Rio, da Polícia Civil e da Corregedoria da Polícia Militar, foram presas hoje (14) oito pessoas suspeitas de fazer parte de uma milícia que age no município de Mesquita, na Baixada Fluminense. Entre os presos estão quatro policiais militare:  Natanael de Oliveira Gonçalves, Tiago Costa Gomes, André Lemos da Silva e Márcio Lima da Cunha, conhecido como Zebu, que é apontado como líder do grupo de milicianos que agia em Mesquita.

Três dos militares presos nesta quarta-feira eram lotados no 20º Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo policiamento ostensivo e repressivo nos municípios de Nova Iguaçu e Mesquita. O outro PM é lotado no batalhão de Belford Roxo, também na Baixada Fluminense.

Tiveram ainda prisão temporária decretada pela Justiça o ex-policial militar Paulo José Lírio Salviano, André Silva Nicodemus, Daniel Alex Soares da Silva, conhecido como Escobar, e Renato de Castro de Oliveira.

De acordo com as investigações da Delegacia de Repressão às Ações Crminosas Organizadas (Draco), além de cobrar taxa de segurança de residências e estabelecimentos comerciais, o grupo explorava o serviço de distribuição de sinal clandestino de TV a cabo, venda de água e de gás, transporte alternativo, cestas básicas e serviços de mototáxis.

Modo de agir

Uma testemunha, que mantém uma loja em Mesquita, contou à polícia que o PM conhecido como Zebu compareceu a seu comércio há cerca de 10 meses, exigindo o pagamento da quantia de R$ 1 mil semanais a título de taxa de segurança. Dias depois, o comerciante recebeu ligação telefônica de Salviano, marcando um encontro para que pudessem conversar sobre a cobrança.

No dia marcado, o comerciante compareceu ao local, acompanhado de um amigo chamado Vinicius. Salviano e Escobar, em vez de se aproximar do veículo no qual estavam a testemunha e seu amigo, afastaram-se, quando ocupantes de outro automóvel começaram a atirar com armas de fogo. Esses tiros provocaram a morte de Vinicius.

Pela análise dos autos, o Ministério Público levantou que o atentado sofrido foi uma retaliação do grupo à negativa do comerciante em pagar a taxa de suborno mensal.  Em seu depoimento, o comerciante reconheceu os envolvidos, por meio de fotografia, como sendo integrantes da milícia local.

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