Política com P maiúsculo

Afinal, é para o povo que se deve trabalhar politicamente, visando sempre o bem comum, certo

Valdemir Caldas
Publicada em 13 de outubro de 2021 às 10:57
Política com P maiúsculo

A política com P maiúsculo é feita de compromissos, certo? E não é qualquer um deles, certo? Esses compromissos precisam trazer em si o gene do interesse público, que precisa estar em primeiro plano, numa democracia representativa, certo? Afinal, é para o povo que se deve trabalhar politicamente, visando sempre o bem comum, certo? Tudo muito bom, tudo muito bem. Infelizmente, no Brasil do mensalão, do petróleo e do cuecão, a verdadeira definição de política tem sido brutalmente desfigurada na sua essência e na sua objetividade pela maioria dos políticos que ignoram esse aspecto em troca de seus próprios interesses ou do grupo de que participa.

E isso fica cada vez mais evidente quando se olha para o Congresso Nacional. O presidente Jair Bolsonaro confirmou a indicação de André Mendonça para o STF, na vaga decorrente da aposentadoria do ministro Marcos Aurélio de Mello, mas, até hoje, passados três meses, o presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal, senhor Davi Alcolumbre, ainda não colocou em pauta a sabatina do senhor André. Não é precisa ter muita engenhosidade para saber o que realmente se esconde por trás da conduta de Alcolumbre. Barganha seria a palavra mais apropriada? E repare que Bolsonaro apoiou Alcolumbre para a presidência do Senado. Olha o troco que ele deu! É mole? 

Esse é apenas um exemplo de como funciona a política no Brasil, mas há outros. Citá-los seria até desnecessário, conhecidos que são da opinião pública. O que você acha que estimula o senador Renan Calheiros, relator da “CPI do Circo”, a investir contra Jair Bolsonaro? Será que Renan quer realmente fazer justiça? Evidente que não. Move-o o desejo mórbido de buscar um detalhe para se agarrar e, com isso, tentar obstar o governo de Bolsonaro, na esperança de que isso converta-se em dividendo político-eleitoral, esquecendo-se de que a população dispõe, hoje, de mais instrumentos e elementos para se informar, o que lhe dá, por tabela, a possibilidade de analisar os acontecimentos com mais propriedade.

Falando assim, pode parecer, ao leitor desavisado, que eu sou contra esse e a favor daquele político, daquela autoridade. Não é nada disso, apenas não concordo com injustiça, não consigo ficar calado quando vejo a esperteza prosperar enquanto muitos brasileiros vegetam na mais abjeta inanição. Enquanto políticos e autoridades engordam suas contas bancárias em paraísos fiscais, isentas de impostos, o contribuinte é obrigado a carregar nos ombros uma das cargas tributárias mais altas do mundo. E o pior é que se não vê nenhuma luz no final do túnel. Isso significa que ainda vamos continuar sendo explorados por muito tempo.

Renan é o tipo do político que só sabe fazer barulho, o que fica bem quando se faz politicagem, mas o cidadão, o contribuinte, que de bobo não tem nada, sabe diferenciar a verdadeira política com P maiúsculo da politicagem, prática essa na qual o senhor Calheiros (e muitos de sua estirpe) especializou-se. 

Comentários

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    edgard feitosa 13/10/2021

    O autor citou: "mensalão"; "petrolão"; "cuecão"; é tão preocupado com a política do P MAISCULO, que lhe dá amnésia e não cita : "rachadinhas dos filhos de bolsonaro"; não cita as 600 mil mortes do "COVIDÃO DE BOLSONARO"; não cita "as mamatas dos amigos de Michelle na Caixa econômica"; não cita a fome e a miséria que hoje assola o Brasil ( bostanaro disse na onu que o brasil alimenta 1 bilhão de pessoas no mundo, enquanto no brasil milhões passam fome); não cita a inflação; preços dos combustíveis; do gás; da luz, tudo nas alturas estratosféricas; tão preocupado que não cita o fisiologismo e o balcão de negócios entre bostanaro e o CENTRÃO; é barganha de Alcolumbre??? mas Alcolumbre, Lira e Pacheco não todos da "base alugada" de bostanaro???? é TÂO PREOCUPADO COM A INJUSTIÇA que não cita PAULO GUEDES E CAMPOS; NETO COM SUAS FARRAS NOS PARAÍSOS FISCAIS; para o autor político com P maiúsculo é bostanaro que ACREDITA TANTO EM DEUS QUE DISSE QUE ENTRE COMPRAR FEIJÃO E FUZIL, È PREFERÍVEL COMPRAR FUZIL!!!

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