Políticos receberam R$ 80 mi por usinas de Rondônia, diz delação

Serão investigado os senadores Romero Jucá (PMDB-RR), Edison Lobão (PMDB-MA),Valdir Raupp (PMDB-RO), Ivo Cassol (PP-RO) e Aécio Neves (PSDB-MG).

​​​​​​​Renata Martins - Repórter do Radiojornalismo
Publicada em 17 de abril de 2017 às 15:30
Políticos receberam R$ 80 mi por usinas de Rondônia, diz delação

Usina hidrelétrica de Jirau /Divulgação

Oito dos 76 inquéritos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar políticos citados nas delações de ex-executivos da Odebrecht estão relacionados ao pagamento de propina em obras das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, construídas no Rio Madeira, em Rondônia.

Serão investigado os senadores Romero Jucá (PMDB-RR), Edison Lobão (PMDB-MA),Valdir Raupp (PMDB-RO), Ivo Cassol (PP-RO) e Aécio Neves (PSDB-MG), além dos deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP), João Carlos Bacelar (PR-BA) e Paulinho da Força (SD-SP).

Conforme as delações, a Odebrecht pagou mais de R$ 80 milhões em propina para ser favorecida nos projetos das usinas.

Em um dos casos, o ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Henrique Valladares relatou, em delação premiada, que a empreiteira, vencedora da licitação de Santo Antônio, acreditava estar sendo prejudicada no projeto de Jirau. Por isso, em 2008, a empresa procurou o então deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para operar com outros parlamentares os interesses do consórcio formado pela Odebrecht e a construtora Andrade Gutierrez.

"Marcelo [Odebrecht, ex-presidente-executivo da empreiteira] me deu o número de R$ 50 milhões para colocar na mesa como oferecimento ao Dr. Eduardo Cunha para que ele, com esse dinheiro, buscasse o apoio político, a critério dele, buscasse distribuir de tal forma que ele obtivesse o apoio político necessário", disse o delator aos procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato.

Conforme o delator, Cunha teria se beneficiado com parte do dinheiro e repassado outra parte aos parlamentares com influência no governo, que também se tornaram alvo de inquéritos. O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, também encaminhou as delações para que a Justiça Federal analise o caso de Cunha, que perdeu o foro privilegiado após ter o mandato de deputado federal cassado. Ele está preso em Curitiba no âmbito da Lava Jato.

Segundo os delatores, a empresa também pagou propina para garantir a aprovação de propostas em tramitação no Congresso, em matérias que gerariam impacto na atuação das hidrelétricas.

Todos os parlamentares citados nos inquéritos negam as acusações dos delatores.

Comentários

  • 1
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    DOMINGOS SÁVIO FARIAS 17/04/2017

    LADRAO NUNCA DIZ QUE ROUBOU, AINDA MAIS O DINHEIRO PUBLICO.

  • 2
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    joão bosco 17/04/2017

    agora fica facil entender porque os impactados não receberam nada e porque a usina demonstrou tanta arrogancia diante da justiça e dos impactados. e agora a justiça vai agir a nivel de porto velho já que a nivel federal ja estão fazendo alguma coisa. ou vai se esconder como se justiça fosse tudo igual

  • 3
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    adonai 17/04/2017

    Quero dizer que todos os que participaram no desvio de verbas públicas deveriam devolver os valores corrigidos mas para isso a justiça federal deveria aplicar um dispositivo Legal Eficiente rápido sem delongas se tiver se não cria imediatamente um no qual eles possam ressarcir os cofres públicos, e deixar de lenga lenga nhem nhem nhem e não resolve nada a grande maioria quando terminar a lenga lenga já prescreveu e ai nem mel e nem a combuca é o que vai acontecer ok

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