A sociedade brasileira está se organizando para voltar às ruas no próximo dia 24, quando acontecerá o julgamento do ex-presidente Lula pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Uma parte dela vai pedir aos três desembarcadores que ratifiquem a sentença de nove anos e meio de prisão imposta ao petista pelo juiz Sérgio Moro pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A outra, composta por militantes do PT, vai implorar pela absolvição de sua principal liderança, sob o falso argumento de perseguição política.

Ao exigir a condenação de Lula, a população apenas estará manifestando seu nível de insatisfação com práticas políticas e administrativas que impedem esta grande Nação de cumprir seu destino histórico. A essa altura do campeonato, não há mais espaços para conchavos e repetições de medidas que, ao longo do tempo, não têm servido senão para promover a descrença do povo e cultivar sua ojeriza a certas figuras da política nacional.

Pelo andar da carruagem, tudo indica que o ex-presidente vai mesmo passar uma longa temporada vendo o Sol nascer quadrado. Imagino quão difícil não deve estar sendo não somente para o petista, como também para seus “companheiros” e, principalmente, para muitos brasileiros que acreditaram que Lula e seu partido se manteriam fieis ao espírito que norteou a história de ambos. A casa caiu e não há tempo hábil nem condições adequadas para reconstruí-la.

O país está enojado com tanta corrupção. Na universidade, no comércio, no trabalho, no ambiente familiar, nos bares, nas ruas, na saída da Igreja, no futebol de final de semana com os colegas, enfim, em todos os lugares, não se fala em outra coisa. O povo exige que os ladrões do dinheiro público sejam punidos, independente de coloração partidária, sexo ou religião.