Por decisão do TSE, corremos o risco de sermos governados apenas pelos ricos

Os pobres estarão fadados ao fracasso em suas campanhas, já que, apesar dos discursos de que o eleitor escolhe aquele candidato que melhorar se apresentar a ele, a realidade é de que o dinheiro é que ganha campanhas políticas?

Sergio Pires
Publicada em 16 de fevereiro de 2018 às 09:09

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Vamos ser governados apenas por ricos e milionários? Os pobres estarão fadados ao fracasso em suas campanhas, já que, apesar dos discursos de que o eleitor escolhe aquele candidato que melhorar se apresentar a ele, a realidade é de que o dinheiro é que ganha campanhas políticas? Infelizmente, isso está muito perto de acontecer, caso o Supremo não modifique resolução do Tribunal Superior Eleitoral, que permite o autofinanciamento de campanhas até o limite máximo permitido pela lei. Para se ter ideia, um candidato rico a deputado estadual pode gastar, do próprio bolso, até 1 milhão de reais. Afora o que receberá do fundo partidário e de outras fontes, como uma tal de “vaquinha virtual”, uma das novidades da arrecadação de grana para a disputa de outubro. Um candidato rico, que quiser ser deputado federal, já começa firme e forte. Poderá investir até 2 milhões e 500 mil reais da sua própria grana. Na mini reforma eleitoral aprovada pelo Congresso, ano passado, o valor do autofinanciamento não poderia passar de 40 mil reais. Justo para todos. Mas o TSE mudou a regra, no andamento do jogo. Decidiu que os candidatos podem gastar até 100 por cento do que determina a lei, para o cargo que vão disputar, usando dinheiro próprio. Seu Joãozinho, lá do bairro, não vai chegar nunca a deputado, mesmo sendo um líder importante e dedicado, porque o riquinho da área poderá gastar parte da sua fortuna para se eleger. O professor e pastor Aluízio Vidal, da Rede, partido de Marina Silva, líder nas pesquisas para o Senado em Porto Velho, por exemplo, pode tirar seu time de campo, caso a norma seja mantida. Como, sem fortuna pessoal, ele poderá enfrentar candidatos poderosos, autorizados a gastar até 5 milhões e 600 mil reais para conquistar uma das duas cadeiras ao Senado? 

Os candidatos novos à Câmara Federal, que não são de famílias ricas, que não têm estrutura partidária e nem política, como conseguirão enfrentar os poderosos que  poderão investir até 2 milhões e 500 mil reais, apenas do próprio bolso, para a campanha de outubro?  Ou seja, os menos abastados, numa só canetada do TSE, estão sendo defenestrados da campanha. Tudo para os ricos e milionários e chances mínimas para quem não nasceu em berço de ouro ou ficou rico durante sua trajetória. É essa depuração na política que queremos? Foi para isso que se começou a fazer uma reforma eleitoral, mesmo que mínima? O que se espera é que haja bom senso e a verdadeira Justiça, já que vários partidos estão recorrendo ao Supremo contra essa decisão absurda do Tribunal Superior Eleitoral. Caso não seja mudada essa posição esdrúxula, poderemos ter nos parlamentos e nos governos, apenas os mais abastados. A pobretada que fique lá embaixo, como massa de manobra!

TRIO SALVA O ESTADÃO DO NORTE

Importante arquivo da história recente de Rondônia escapou de ir para o lixo, nesta quinta, por muito pouco. Pura sorte. Não fosse a descoberta do veterano jornalista Claudinho Paiva, com o imediato apoio da  jornalista Jussara Gottlieb, que faz parte da vida do Jornal O Estadão durante longos anos e ainda do empresário/jornalista Paulo Andreoli, praticamente todo o acervo do extinto jornal criado por Mário Calixto, nos anos 70, iria simplesmente desaparecer. Claudinho localizou os arquivos, que já estavam sendo removidos para irem para o lixo ou, quem sabe, queimados. Pediu socorro à Jussara e ela a Andreoli, que conseguiu uma camioneta, que ficou cheia, com os antigos arquivos daquele que foi o maior jornal impresso de Rondônia. Toda a carga foi levada para a sede do site Rondoniaovivo, ainda na tarde de quinta. Já com parte das páginas das edições que marcaram nossa história comidas por traças, Andreoli tratou de chamar uma empresa especializada, para tentar acabar com os insetos e salvar o que for possível. Quem conhece um pouco da história da nossa Rondônia,  sabe muito bem o que, para ela, representou o jornal O Estadão do Norte e uma das suas mais antigas funcionárias, a inesquecível colunista Jussara Gottlieb. Quis o destino que fosse ela a salvadora do acervo, com apoio de um jornalista da sua época e outro já experiente, mas bem mais novo em idade. Não fossem os três, mais uma parte importante do nosso passado recente desapareceria.

NOSSA HISTÓRIA NO LIXO

É inacreditável que um acervo como aquele estivesse prestes a ser jogado fora. A empresa que editava O Estado do Norte faliu, depois que seu fundador foi condenado e está ainda cumprindo pena. Mas isso nada tem a ver com a importância do que o jornal registrou, em milhares de suas páginas e em centenas de suas edições, durante cerca de três décadas e meia. O prédio sede, na avenida Tiradentes, próximo ao quartel principal da Polícia Militar do Estado, foi vendido para que parte das enormes dívidas da empresa que editava o jornal fossem pagas. Os arquivos ficaram no local e acabaram sendo jogados fora, na lateral do prédio, quando foram descobertos por Claudinho Paiva, que trabalhou no Estadão durante longos anos. É vital que as autoridades competentes, que as escolas de jornalismo,  que os órgãos de preservação do nosso patrimônio histórico, entrem imediatamente no circuito, para impedir que toda a história contada por aquele que foi um dos veículos impressos mais importantes da região norte, durante longos anos, apodreça e suma da memória rondoniense. Seria muito bom também que quem jogou toda essa riqueza histórica no lixo, ao menos pedisse desculpas à comunidade. Pode-se detestar a história deste ou daquele diretor ou membro da equipe do passado, de O Estadão do Norte. Mas sua história não pode ser confundido com esses interesses menores. A história do Estadão pertence a todos os rondonienses, goste-se ou não dela!

JUACY JUNIOR NA RECORD NEWS

As eleições deste ano formam o tema central da entrevista exclusiva que o advogado e ex juiz eleitoral Juacy Loura Júnior concedeu a Sérgio Pires, no programa Direto ao Ponto, que vai ao ar neste sábado. Ele fala sobre as novidades da eleição de outubro, sobre as normas do TSE que deverão ser divulgadas até 5 de março; sobre a complexa questão do voto impresso na urna eletrônica, sobre o auto financiamento de campanhas e muitos outros assuntos de grande interesse para o eleitor. Saiba tudo acompanhando a entrevista na Record News Rondônia, Canal 31, na TV aberta, a partir das 10h30 da manhã deste sábado. Simultaneamente, a atração vai ao ar na SKY, na TV fechada, Canal 331 e na Claro TV, Canal 441.1. Já a partir de domingo, você que não pôde acompanhar pela TV, pode assistir à gravação no site Gente de Opinião e em outros sites de notícias do interior do Estado, que reproduzem o programa. Não esqueça de agendar: é neste sábado, 10h30 da manhã.

SÓ ENXUGAMENTO DE GELO

Se o Poder Judiciário permitir e aprovar, porque abriu o precedente da última palavra, o presidente Michel Temer nomeará, em breve, o nome comandante do Ministério da Segurança Pública. É mais uma tentativa de concentrar esforços para tentar combater a onda de violência e criminalidade que assola o Brasil, em cada centímetro quadrado do nosso território, onde há gente vivendo. Mas que já se tornou epidemia nas grandes cidades, começando pela guerra civil imposta à população pela bandidagem no Rio de Janeiro. Como os tribunais superiores ignoraram a Constituição no caso da nomeação da ministra do trabalho (atribuição exclusiva do Presidente da República, por nossa Lei Magna), os dois principais nomes para comandar o novo Ministério, Raul Jungmann e José Beltrame, podem não passar nos crivos do Judiciário. Mas todos sabemos que, mesmo que passem e que o novo Ministério seja criado com as melhores intenções, pode até amenizar aqui e ali; ajudar aqui e ali, mas que, na essência, tudo continuará o mesmo. O problema não é a falta de segurança, mas sim o conjunto de leis de proteção ao crime e aos criminosos. Enquanto isso não mudar radicalmente, nem milagre divino resolve esse problema nesse Brasil do discurso e da incompetência.

A HORA DE PEDIR O CHAPÉU

Ezequiel Neiva deu muito bem conta do recado, como diretor geral do DER. Fez muitas obras, trabalhou em todo o Estado e soube gerir um órgão tão cheio de complexidade como esse. Obras importantes em rodovias; o Espaço Alternativo de Porto Velho e a quase conclusão do Anel Viário em Ji-Paraná, são apenas alguns exemplos. Mas Ezequiel está enfrentando um problema que, ao menos até agora, ele não soube administrar. Como pré candidato a deputado estadual (todo o mundo político já sabe disso desde o dia em que ele assumiu o DER), ele é um potencial adversário de vários dos atuais parlamentares. E ao invés de deixar o cargo dentro do prazo pedido pelo governador Confúcio Moura, ele está esticando a corda, ficando mais e mais e, obviamente, se transformando em alvo de seus futuros concorrentes. Corre até risco de uma tentativa de CPI, quando do retorno do parlamento às sessões normais, a partir da próxima terça. Ezequiel foi bem até a penúltima página. Ao não saber a hora de sair, para não ser alvo de críticas e ataques, pode não só correr riscos como representante do Governo, como, ainda pior para ele, prejudicar sua futura candidatura. Tem que se saber a hora de pedir o chapéu!

MUDANÇAS NO SIM

Para facilitar o atendimento e tirá-lo do centro da cidade, no Tudo Aqui, onde havia grande afluxo de gente, o Consórcio SIM mudou o local de atendimento aos estudantes que necessitam fazer seus recadastramento ou emissão da primeira via do Cartão SIM Digital. Desde esta quinta, o SIM passou a atender no auditório da Emater, na avenida Farquhar, bairro Pedrinhas, em frente ao Palácio Rio Madeira/CPA. A mudança deve-se a questões de segurança e visa proporcionar local mais amplo e acessível aos estudantes da capital. Para a emissão do cartão ou recadastro aos estudantes maiores de 18 anos é necessário levar: carteira estudantil, comprovante de matrícula (declaração escolar) e o comprovante de endereço. Já aos menores de idade, além destes documentos, é obrigatória a presença de um dos pais, pois estes devem assinar a autorização de uso de imagem dos filhos, uma vez que o cartão é personalizado, com a foto do aluno. Todo o pessoal de apoio do SIM está mobilizado para garantir qualidade no atendimento à população, que será sempre das  8h às 17h30, de segunda a sexta-feira e aos sábados das 8h às 12h.

PERGUNTINHA

É para começar a nos assustar as informações vindas do Acre de que, em alguns postos de combustível dos nossos vizinhos, a gasolina já está sendo vendida a 5 reais e 15 centavos?

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