Por onde romper o cerco? Com quais forças Lula pode contar?

Estamos já em pré-campanha eleitoral, daqui a pouco A GREVE irá diminuir o efeito de pressão. É hora de encerrar com os ganhos conquistados

Fonte: Francisco Calmon - Publicada em 21 de junho de 2024 às 18:55

Por onde romper o cerco? Com quais forças Lula pode contar?

(Foto: José Cruz/ Agência Brasil )

Não tem um estrategista e nem um ministro forte, com autoridade para falar em nome do governo, como foram Zé Dirceu e a Dilma.

O cerco é mais amplo e apertado e o governo Lula 3 é o mais fraco dos seus anteriores. Lula já não fala às massas nas ruas, está se comunicando apenas em lugares fechados, e, com o fiasco do 1º de maio, está cabreiro, com razão, ocorre que o movimento é dialético, partidos e movimentos sociais, Lula e governo, devem se mover à luz de uma estratégia.

Ex-líder sindical negocia com atuais líderes sindicais. O presidente não vai e não pode se colocar como se fosse um deles, pois não é mais. Os professores não vão e não devem se colocar como se governo fosse. Cada parte vai negociar conforme suas forças.

Na dialética dessa correlação a greve chegará ao fim.

É no ambiente democrático que os trabalhadores lutam por seus direitos. Num ambiente de força, terror e medo, não possibilita os sindicatos lutarem pelas reivindicações de suas categorias.

Dinheiro existe, disse-me uma vez a companheira Dilma, em outro contexto e num colóquio pessoal.

A questão é que a maior parte é gasto com pagamento dos juros. As despesas com juros da dívida pública do governo somaram R$ 614,55 bilhões em 2023, contra os orçamentos das pastas da Saúde, Educação e Desenvolvimento e Assistência Social, que no ano passado foi de R$ 578,13 milhões.

Portanto, o Governo gasta mais com juros do que a soma com o Desenvolvimento Social, Saúde e Educação.

A greve é um instrumento de luta válido e necessário quando o diálogo não existe ou a negociação emperra por intransigência da parte reclamada.

Uma greve deve ser precedida de planejamento. Há greve com ocupação e politização, e as vazias, só os braços cruzados.

A greve, sendo o instrumento de luta dos trabalhadores mais poderoso, não deve ser usado sem medir todas a possibilidades e consequências antes de deflagrá-la. Deve olhar o todo e não apenas a reivindicação, especialmente porquê estamos passando por um momento crítico da nossa frágil democracia.

Através do cerco permanente dos três êmes (mídia, militares e mercado), mais os do Congresso, liderado por dois bolsonaristas, mais o Bob Campos Neto, sabotando A POLÍTICA ECONÔMICA DO GOVERNO, drenando recursos para pagamentos de juros altíssimos, cujo estoque da dívida em ascensão, dificulta, não impede, o governo de atender muitas das justas reivindicações.

Uma paralização presencial permitiria discutir os juros e outras pautas bombas no Legislativo, como o projeto de anistia PREVENTIVA a Bolsonaro e quadrilha.

Há em marcha uma contrarrevolução à democracia pela fascistização do Estado e da sociedade.

Pela MOBILIZAÇÃO virtual e presencial da sociedade, particularmente das mulheres, o PL do estuprador foi impedido de imediato.

Este é caminho: formação, organização e participação (FOP) dos estudantes e dos trabalhadores, sem pausa, contínua, até que equilibremos um pouco a correlação de forças.

Usava-se e ou usa-se piquete para evitar a penalidade individual. O faltoso vai justificar que não entrou no local porque foi impedido. Quando esse risco não existe, a greve deveria ser livre de apoio ou não.

Sem repressão a greve deve ser mobilizadora, conscientizadora e organizadora.

Ficar em casa é desperdício geral. E, provavelmente, o saldo não compensará os efeitos dos dias parados e não será um modelo a ser seguido.

A greve não deve acabar por fadiga, seria desgastante para todos das Universidades.

Estamos já em pré-campanha eleitoral, daqui a pouco A GREVE irá diminuir o efeito de pressão.

É hora de encerrar com os ganhos conquistados.

Francisco Calmon

Ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça; membro da Coordenação do Fórum Direito à Memória, Verdade e Justiça do Espírito Santo. Membro da Frente Brasil Popular do ES

103 artigos

Por onde romper o cerco? Com quais forças Lula pode contar?

Estamos já em pré-campanha eleitoral, daqui a pouco A GREVE irá diminuir o efeito de pressão. É hora de encerrar com os ganhos conquistados

Francisco Calmon
Publicada em 21 de junho de 2024 às 18:55
Por onde romper o cerco? Com quais forças Lula pode contar?

(Foto: José Cruz/ Agência Brasil )

Não tem um estrategista e nem um ministro forte, com autoridade para falar em nome do governo, como foram Zé Dirceu e a Dilma.

O cerco é mais amplo e apertado e o governo Lula 3 é o mais fraco dos seus anteriores. Lula já não fala às massas nas ruas, está se comunicando apenas em lugares fechados, e, com o fiasco do 1º de maio, está cabreiro, com razão, ocorre que o movimento é dialético, partidos e movimentos sociais, Lula e governo, devem se mover à luz de uma estratégia.

Ex-líder sindical negocia com atuais líderes sindicais. O presidente não vai e não pode se colocar como se fosse um deles, pois não é mais. Os professores não vão e não devem se colocar como se governo fosse. Cada parte vai negociar conforme suas forças.

Na dialética dessa correlação a greve chegará ao fim.

É no ambiente democrático que os trabalhadores lutam por seus direitos. Num ambiente de força, terror e medo, não possibilita os sindicatos lutarem pelas reivindicações de suas categorias.

Dinheiro existe, disse-me uma vez a companheira Dilma, em outro contexto e num colóquio pessoal.

A questão é que a maior parte é gasto com pagamento dos juros. As despesas com juros da dívida pública do governo somaram R$ 614,55 bilhões em 2023, contra os orçamentos das pastas da Saúde, Educação e Desenvolvimento e Assistência Social, que no ano passado foi de R$ 578,13 milhões.

Portanto, o Governo gasta mais com juros do que a soma com o Desenvolvimento Social, Saúde e Educação.

A greve é um instrumento de luta válido e necessário quando o diálogo não existe ou a negociação emperra por intransigência da parte reclamada.

Uma greve deve ser precedida de planejamento. Há greve com ocupação e politização, e as vazias, só os braços cruzados.

A greve, sendo o instrumento de luta dos trabalhadores mais poderoso, não deve ser usado sem medir todas a possibilidades e consequências antes de deflagrá-la. Deve olhar o todo e não apenas a reivindicação, especialmente porquê estamos passando por um momento crítico da nossa frágil democracia.

Através do cerco permanente dos três êmes (mídia, militares e mercado), mais os do Congresso, liderado por dois bolsonaristas, mais o Bob Campos Neto, sabotando A POLÍTICA ECONÔMICA DO GOVERNO, drenando recursos para pagamentos de juros altíssimos, cujo estoque da dívida em ascensão, dificulta, não impede, o governo de atender muitas das justas reivindicações.

Uma paralização presencial permitiria discutir os juros e outras pautas bombas no Legislativo, como o projeto de anistia PREVENTIVA a Bolsonaro e quadrilha.

Há em marcha uma contrarrevolução à democracia pela fascistização do Estado e da sociedade.

Pela MOBILIZAÇÃO virtual e presencial da sociedade, particularmente das mulheres, o PL do estuprador foi impedido de imediato.

Este é caminho: formação, organização e participação (FOP) dos estudantes e dos trabalhadores, sem pausa, contínua, até que equilibremos um pouco a correlação de forças.

Usava-se e ou usa-se piquete para evitar a penalidade individual. O faltoso vai justificar que não entrou no local porque foi impedido. Quando esse risco não existe, a greve deveria ser livre de apoio ou não.

Sem repressão a greve deve ser mobilizadora, conscientizadora e organizadora.

Ficar em casa é desperdício geral. E, provavelmente, o saldo não compensará os efeitos dos dias parados e não será um modelo a ser seguido.

A greve não deve acabar por fadiga, seria desgastante para todos das Universidades.

Estamos já em pré-campanha eleitoral, daqui a pouco A GREVE irá diminuir o efeito de pressão.

É hora de encerrar com os ganhos conquistados.

Francisco Calmon

Ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça; membro da Coordenação do Fórum Direito à Memória, Verdade e Justiça do Espírito Santo. Membro da Frente Brasil Popular do ES

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Comentários

  • 1
    image
    sebastian 24/06/2024

    Por onde romper o cerco? Com quais forças Lula pode contar? Achei interessante essa pergunta desse tal Francisco, mas o cara pode contar com os mais de 60 milhões de eleitores (" "), pode contar com a turma do STE e STF e toda uma mídia militante, os que se dizem famosos: cantores, artistas ongs sugadoras do dinheiro público e tantos outros inúteis.

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