Porto Velho sem porto
Recentemente o renomado vidente paulista Valter Arauto, que para mim é um ilustre desconhecido, previu que a cidade de Porto Velho, a eterna capital de Roraima, seria destruída por um desastre.
Recentemente o renomado vidente paulista Valter Arauto, que para mim é um ilustre desconhecido, previu que a cidade de Porto Velho, a eterna capital de Roraima, seria destruída por um desastre. O “guru” Valter já teria acertado várias previsões como a queda do avião da Chapecoense e o recente apagão que aconteceu em Rondônia, Mato Grosso e Acre. Só que desta vez o “adivinho” pode ter errado feio, pois não se pode mais destruir o que já está destruído há tempos. O fim sistemático da “capital dos roraimenses” começou a acontecer no longínquo ano de 1914, data que ironicamente coincide com a sua (a) fundação. Prosseguiu anos a fio e hoje, em pleno século XXI, é uma cidade destroçada, uma espécie de terra arrasada, um lugar ermo, distante, mal administrado e que nunca proporcionou nenhum conforto aos seus corajosos moradores.
O Instituto Trata Brasil mostra esta capital como uma das piores cidades do mundo para se viver. Tem menos de 30 por cento de água encanada (e não tratada) e somente dois por cento de rede de esgotos. Fruto de invasões e problemas fundiários, esta capital sempre foi cortada por igarapés sujos e imundos que foram, ano após ano, transformados em esgotos que escorrem a céu aberto. Porém, pior do que suas águas pútridas e infectas são seus administradores. Nenhum deles, desde o major Guapindaia, parece ter demonstrado qualquer resquício de amor à cidade. Muitos deles vêm, administram e depois caem fora para morar em lugares mais civilizados e atrativos. O atual prefeito, por exemplo, “que diz não ser um político”, tirou férias com apenas seis meses de trabalho e em vez de conhecer melhor a cidade viajou para a Disney e Paris.
Lugar amaldiçoado, feio, sem estrutura urbana nenhuma e abandonado pelas autoridades, Porto Velho nem porto tem mais. Até que o consórcio que construiu uma das três hidrelétricas do lugar doou ao município um porto rampeado e limpo, que seria uma espécie de pagamento dos exploradores aos explorados. Usado por pouco tempo, o trambolho não funciona mais e corre o risco de afundar de vez no rio Madeira comido pela ferrugem e condenado pelo esquecimento. Quem quiser visitar São Carlos, Nazaré ou mesmo Calama terá que enfrentar um barranco sujo, fedido, escuro, escorregadio íngreme e perigoso. Como os ricos, as autoridades e os políticos quase não viajam para a bucólica região ribeirinha, a tendência é que a situação de desespero, vergonha e caos permaneça ainda por muito tempo. Para que serve mesmo nossa Câmara de Vereadores?
Assim, Porto Velho continua tristemente a sua lenta agonia rumo ao fundo do poço. Do seu acanhado aeroporto internacional, que não faz viagem nem para a Bolívia, do seu ainda inacabado Espaço Alternativo e das suas outras inúmeras obras eleitoreiras feitas a “cu de cavalo”, como a ponte escura e os famigerados viadutos imprestáveis, a cidade luta para não desaparecer do mapa. “Visite Natal, visite Curitiba, visite Salvador. Vá a Disney, vá à Europa”. São as placas mais comuns que se veem espalhadas de forma acintosa por aqui. Imagine-se então Salvador sem o elevador Lacerda e a baía de Todos os Santos, Paris sem o rio Sena e a torre Eiffel ou o Rio de Janeiro sem a baía da Guanabara e o Corcovado. Sem o porto que lhe deu origem e nome, sem infraestrutura urbana e sem administradores que a amem e dela cuidem com paixão, a cidade afundará no lodaçal esquecida entre o horror, o lixo e o monturo. “E nunca se fará de novo”.
*É Professor em Porto Velho.
Deputados da 10ª Legislatura tomam posse nesta sexta-feira
Evento acontecerá a partir das 14h na casa de eventos Talismã 21, em Porto Velho.
Deputado Adelino Follador acompanha reforma do colégio Tiradentes em Ariquemes
Parlamentar ficou surpreso com o aumento de vagas e se colocou à disposição para auxiliar em outras demandas.
Geraldo da Rondônia anuncia que irá propor CPI para averiguar condições de barragens no Estado
Sobre a proposta de abertura de CPI, o parlamentar afirmou quem está se baseando na ideologia de iniciar processos investigativos que deverão avaliar os riscos de rompimentos das barragens em todo o Estado, e eventuais causas e consequências.
Comentários
concordo com tudo.principalmente o porto da capital uma vergonha.outra vergonha é a praça da E.f.m.m.que só serve para encontros dos marginais e viciados.porto velho que é o melhor pôr do sol do estado.só assistidos agora do mascer ao pôr do sol,sujeira e pessivos administradores, nessa cidade tão querida pelos seus bravos moradores.
Bom dia nobre professor. Quanta verdade em seus relatos, poucas ideias para sanar tal descalabro dos nossos governantes corruptos iguais aos do PT. De fato e lamentável,porem muito verdadeiro.....
PORQUE INSISTEM EM DIZER RORAIMA OU RORAIMENCE PORTO VELHO E RONDONIA
Como habitual, a sua opinião é triste, mas verdadeira.
Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook