O plenário da Câmara Municipal de Porto Velho aprovou, na sessão ordinária de segunda-feira (3), o requerimento do prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, do PSDB, com o qual pede autorização da Casa para ausentar-se do município, a partir de 11 de julho até 4 de agosto. Do ponto de vista legal, não há o que se discutir. O pedido está devidamente amparado na Lei Orgânica Municipal.

Ao contrário do que escreveu um leitor, ao comentar artigo de minha autoria sobre as férias do prefeito, depois de ficar apenas seis meses no cargo, quando o cidadão comum é obrigado a bater ponto durante 12 meses, para ter direito a férias, não sou oposição ao governo do senhor Hildon. O fato de não ter votado nele para a prefeitura da capital não significa que torço pela sua desdita.

A outro desavisado, respondo-lhe que não me importo com o que o prefeito faz do seu subsidio. Ele pode doar a instituições de caridade, pode enterrar, pode queimar, pode até comprar um barril de cachaça, que não me diz respeito. Preocupo-me com os destinos da cidade que aprendi a amar e na qual finquei raízes, cantada por ele em prosa e verso durante a campanha que o conduziu ao palácio Tancredo Neves.

Concordo com a vereadora Cristiane Lopes (que votou contra o pedido de férias do prefeito), quando afirma que, se se tratasse de uma situação excepcional, inadiável, justificar-se-ia o pedido, mas não é o caso. O prefeito de São Paulo, João Dória, com o qual Hildon foi comparado pelo seu perfil na eleição, não saiu de férias. Preferiu dedicar seu tempo à resolução dos problemas da cidade e deixar o deleite pessoal para depois.

Exagero, contudo, é dizer que o prefeito precisa viajar para arejar as ideias, respirar novos ares, descarregar a tensão dos seis meses de trabalho estressante, ou, ainda, para conhecer coisas diferentes e trazê-las para o município.

Quer dizer que é preciso viajar aos Estados Unidos para aprender a preparar um edital para comprar medicamentos para abastecer as unidades de saúde? Agora, como reajustar uma tarifa de ônibus em quase 30%, aprende-se por aqui mesmo. É só seguir as planilhas apresentadas pelo consórcio, devidamente referendadas pelo Conselho Municipal de Transporte.