Previdência: Membros da bancada se impressionam com reunião no Sintero

Há quem garanta que a previdência brasileira é superavitária e o que existe de errado é a gestão.

Robson Oliveira
Publicada em 21 de março de 2017 às 09:27

PREVIDÊNCIA – Há argumentos para todos os gostos e todas as alas ideológicas sobre a necessidade ou não de uma reforma previdenciária. Predomina a premissa governamental de que não reformando agora em poucos anos o sistema de financiamento das aposentadorias fica inviável e quebra. Com este argumento o governo cobra dos parlamentares da base de sustentação a lealdade para aprovar uma reforma que penaliza tão somente o contribuinte que financia com seu trabalho, suor e, não raro, lágrimas uma carteira que o governo alega estar quebrada.

ARGUMENTO -  Há quem garanta que a previdência brasileira é superavitária e o que existe de errado é a gestão. No entanto, mesmo que os argumentos do governo estejam corretos e que a má gestão governamental projete um prejuízo que inviabilize a União  honrar com os caraminguás dos aposentados, ainda assim é um argumento frágil para se exigir do trabalhador mais tempo de contribuição e mais aperto.

DOIS PESOS - Ora, quando o sistema financeiro esteve à beira do colapso, coube aos cofres da União socorrer o setor, embora não haja registros de que os causadores do rombo tenham sido penalizados. Contudo, quando é para aliviar a situação do barnabé, os argumentos mais cretinos são utilizados para que o governo cobre ainda mais do trabalhador sangue, suor e lágrimas. São dois pesos e duas medidas. A reação dos trabalhadores contra uma reforma que penaliza tão somente o mais fraco é justa e correta. Aliás, político só tem medo de povo na rua. Com pressão é possível reverter esse ímpeto reformista de um governo sem rumo.

BANCADA – Em conversa reservada com três membros da bancada federal de Rondônia no Congresso Nacional, esta coluna percebeu que a reunião promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação, ocorrida ontem, na capital, começa a surtir algum efeito e impressionou os congressistas presentes. Os três, da base do governo, saíram assustados com a reação dos barnabés e convictos de que é impossível votar a reforma da forma que está proposta. O que é um alento!

AFINANDO – O prefeito Hildon Chaves, da capital, tem que acertar o passo dos seus colaboradores de primeiro escalão para que trabalhem em cooperação antes que ecloda mais uma crise interna criada superficialmente pela própria administração. O tempo passa e as cobranças aumentam na medida em que a administração patina. É hora de afinar a equipe e mãos à obra!

DESAFINANDO – Li que a pasta da Cultura da capital vai liberar a bagatela de quase meio milhão de reais para as agremiações colocarem seus blocos nas ruas e comemorarem com um atraso de mais de um mês a festa momesca. Sou um carnavalesco por admiração, defendo a ajuda do poder público a todas as manifestações culturais ou populares. Entretanto, o momento é de tempo bicudos com poucos recursos públicos disponíveis para saúde, educação e infraestrutura. Me alio aos que, neste momento de crise, criticam a destinação dessa bagatela para uma festa fora de época. Todos têm que se preparar para quando o carnaval chegar, foliões e escolas, mas em 2018. Na véspera da data do fatídico golpe militar (31 de março), será  outro golpe: ao erário!

TALIÃO – Chico Pernambuco, prefeito do Candeias assassinado no último sábado, mesmo tendo contra si uma enorme folha corrida de “estórias” de violência, não justifica que os órgãos de segurança pública permaneçam inertes com a escalada de violência que campeia leve, livre e solta em Rondônia. Nossa capital virou um território sem lei, ou melhor, da brutalidade. Se prefeito tomba na rua e nada acontece, imagine o “Zé Ruela” das vielas suburbanas. Estamos sob o Código de Talião.

HOSTILIDADE – Durante uma reunião entre senadores, deputados federais, o presidente da Federação da Indústria de Rondônia e o Ministro da Indústria e Comércio, um ato hostil do senador Ivo K-Sol (PP), ao tentar impedir a fala do presidente da FIERO, causou indignação aos demais parlamentares presentes. O pior é que a reunião era para tratar exatamente de um assunto afeto a setor industrial de Rondônia. Não fosse a insistência de uma parlamentar da bancada, o presidente da FIERO teria entrado calado e saído mudo. Quando falou, fez bonito. Já o senador fez feio ao hostilizar a representação do setor industrial de Rondônia.

DESMONTE – Desmontar a cadeia produtiva da pecuária brasileira com o um show pirotécnico ao colocar empresários salafrários na cadeia é uma insanidade desmensurada. As ações policiais sempre existiram e vão existir para combater os ilícitos, algo natural em qualquer democracia, mas expor um setor importante e sensível como foi exposto de forma espetaculosa é ajudar a jogar no lixo um trabalho comercial feito anos a fio em quinze minutos no Jornal Nacional. Não se combate fraude fraudando a opinião pública. A operação policial “Carne Franca” foi exagerada quanto à forma operacional, mas exitosa em relação ao conteúdo investigado.

APARELHAMENTO – Além dos malfeitos revelados, a operação “Carne Fraca” também revelou uma das práticas mais perversas da política nacional que é o aparelhamento dos cargos de confiança por membros do Congresso Nacional. São raríssimas as indicações políticas que não escondam interesses inconfessáveis, mesmo quando o indicado é de carreira. A direita criticou duramente os petistas por aparelhar o estado com indicações de militantes aos cargos comissionados. Ela (direita) sempre fez o mesmo, ou pior. É o sujo falando do mal lavado.

JUSTIÇA - O TRF1, em grau de recurso, determinou ao Ibama a revogação de licenciamento ambiental da Usina Santo Antonio Energia até que dê início das condicionantes relacionadas ao patrimônio Arqueológico, Histórico e pré-Histórico. Pela sentença da lavra do desembargador Souza Prudente, além de outras condicionantes, que a empresa apresente em sessenta dias três projetos, entre eles, da reativação do percurso da linha da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Sábia decisão já que a empresa explora as riquezas naturais rondoniense e tem obrigação de ajudar na preservação da memória do município de Porto Velho, embora os efeitos colaterais da obra tragam mais maléficos do que benefícios para Rondônia. Que a justiça seja satisfeita. 

BRINDE – O Site eletrônico Rondoniadinamica tem nos brindado com entrevistas de figuras polêmicas de nossa política com um conteúdo de excelente qualidade. São entrevistas concisas, diretas e um texto enxuto. Recomendo aos leitores destas mal traças linhas dar uma leitura nas respostas dos três últimos entrevistados. No mínimo renderá umas boas gargalhadas. Um brinde aos editores.  

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Comentários

  • 1
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    Utssunami 22/03/2017

    Quando foi escrito que esse prefeito seria mais um que passaria pelo gabinete, podem acreditar, administrar não é pra qualquer um, administrar um municipio ou um estado tem que ter um vasto conhecimento na área e não é tão simples assim, como por exemplo; colocar qualquer pessoa para ser "secretario", o tal tem que ter conhecimento e não por ser amigo ou trabalho na campanha e como troca de favor ganha um cargo e com isso que sofre é a população, infelizmente é assim que esta funcionando a administração publica, troca de favores e não capacidade.

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