Produção de café especial do Povo Suruí Paiter pode crescer até 60% em 2019
Mas a produção de café entre os indígenas ganhou força mesmo foi a partir da valorização do café tipo robusta (conilon) anteriormente considerado por especialistas como um café de baixa qualidade.
Cafeicultores do Povo Suruí participaram, em março, do curso de extensão no município de Ouro Preto-RO (fotos: Mário Vilela/Funai)
A produção de café robusta do Povo Suruí Paiter deve chegar a 1.600 sacas na safra deste ano, o que representa um crescimento de 60% em relação à safra de 2018. Com o cultivo baseado na agricultura familiar e sem o uso de agrotóxicos nos cafezais, a saca do café especial é exportada a R$ 700. Este valor é três vezes maior que o preço médio da saca em Rondônia.
Conforme conta o coordenador regional da Funai em Cacoal (RO), Ricardo Prado, a cafeicultura é tradicional na região, e algumas comunidades indígenas cultivam café há mais de 30 anos. "Mas a produção de café entre os indígenas ganhou força mesmo foi a partir da valorização do café tipo robusta (conilon) anteriormente considerado por especialistas como um café de baixa qualidade. Nos últimos quatro anos, a alta qualidade apresentada pela bebida feita com esse tipo de café e o melhor preço pago pela saca serviram de incentivo para a disseminação do cultivo do robusta nas aldeias", relata.
O cultivo do café envolve cerca de 110 famílias distribuídas por 15 aldeias da Terra Indígena Sete de Setembro, que ocupa uma área de 248 mil hectares entre os estados de Rondônia e Mato Grosso. Como a produção indígena é familiar, com unidade produtiva média de 1 hectare, o aumento do número de famílias produtoras e a organização delas em associações cooperativas permite a produção em larga escala.
Apoio produtivo
Com o objetivo de cumprir sua função institucional, a Funai tem apoiado a cafeicultura nas comunidades indígenas Suruí a partir de duas linhas de atuação. Ricardo Prado salienta que a Coordenação Regional Cacoal colabora com os Suruí Paiter nas ações como preparo, gradeamento e aragem do solo em áreas disponíveis para plantio, e também com o fornecimento de insumos e ferramentas aos produtores nas aldeias.
Em outra frente, há a atuação da Coordenação Regional em "medidas que visam ampliar a qualidade e valorização econômica da produção, por meio da identificação de novos mercados, apoio e acompanhamento dos indígenas produtores em importantes eventos relacionados ao café (como o Concafé - Concurso de Qualidade e Sustentabilidade de Café) e a busca por parcerias para viabilizar a assistência técnica aos produtores, por meio da Emater-RO – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia", esclarece Prado.
O resultado não é somente o reconhecimento dos cafeicultores indígenas em concursos na área da cafeicultura, como a Semana Internacional do Café realizada ano passado em Belo Horizonte (MG), e nos concursos internacionais de qualidade de café orgânico em países como Suíça e Holanda. Recentemente as cooperativas indígenas Coopaiter e Metareilá firmaram um contrato com o grupo 3 Corações, que irá processar e distribuir a produção de café indígena.
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