PSB decide não apoiar nenhum candidato a presidente

A legenda aposta em conseguir apoio nas disputas estaduais.

Por Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil  Brasília
Publicada em 05 de agosto de 2018 às 23:15
PSB decide não apoiar nenhum candidato a presidente

Por aclamação e sem abstenções, o PSB decidiu neste domingo (5), em convenção nacional, não apoiar formalmente presidenciáveis na disputa eleitoral de outubro ou fazer coligações com outros partidos. A aposta é que, com esse formato, o partido consiga emplacar os dez nomes do PSB que disputam governos estaduais, além dos 11 candidatos ao Senado pela legenda. Com essa decisão, a legenda pretende formar alianças de centro-esquerda com orientação para uma agenda progressista nas disputas regionais. 

O partido chegou a analisar a proposta apoiar Ciro Gomes, que teve nome aprovado pelo PDT no primeiro dia de convenções (20 de julho), mas a iniciativa foi derrotada. 

Na prática, haveria um acordo com o PT para apoiar candidatos do PSB em, pelo menos, quatro estados – Pernambuco, Amapá, Amazonas e Paraíba – além da possibilidade de inclusão de Tocantins. Em contrapartida, o PSB daria apoio aos petistas que disputam os governos do Acre, da Bahia, do Ceará e do Rio Grande do Norte. Neste formato, os socialistas teriam liberdade ainda para alianças com outras legendas como o PDT nos estados.

A legenda chegou a cogitar candidatura própria para Presidência, mas que foi inviabilizada em maio, quando o então nome apoiado pelo PSB - o de Joaquim Barbosa, ex-ministro do STF - anunciou que não disputaria as eleições.

Disputas internas

Enquanto a votação sobre o apoio ou não a um presidenciável foi tranquila, as discussões sobre as divergências nos estados esquentam o debate. Desde o momento do credenciamento, cartazes, faixas e gritos de protesto e de ordem de diferentes correntes do partido nos estados - como Rio de Janeiro e Minas Gerais, onde a escolha de candidatos foi marcada por fortes divergências – sinalizavam qual seria a temperatura da convenção. 

O primeiro recurso a ser votado foi em relação à candidatura de Márcio Lacerda, em Minas Gerais, que por decisão da presidência do partido foi sendo anulada. No entanto, como há uma nova convenção estadual agendada para esta noite e Lacerda recorreu à Justiça eleitoral para manter-se como candidato - o que poderia criar um impasse jurídico, o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, anunciou que vai buscar uma solução com a Executiva ainda hoje.

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