Quatro entre 10 famílias do estado ainda resistem à doação de órgãos

Atualmente, no estado, 282 pacientes estão na lista de espera por transplantes de órgãos, em sua maioria por rim e córnea

Agência do Rádio
Publicada em 06 de novembro de 2019 às 11:15
Quatro entre 10 famílias do estado ainda resistem à doação de órgãos

Em Rondônia, quatro em cada 10 famílias de pacientes com morte encefálica não autorizam a doação de órgãos. Segundo dados da Central Estadual de Transplantes, no ano passado, a média girou em torno de 60%. Já houve época em que se tinha 70% de recusa. 

Atualmente, no estado, 282 pacientes estão na lista de espera por transplantes de órgãos, em sua maioria por rim e córnea. O dado é do Ministério da Saúde. 

Para que você entenda melhor, existem dois tipos de doadores: os vivos e os falecidos. Estes podem ser qualquer paciente internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), diagnosticado com morte encefálica, geralmente ocorrida após traumatismo craniano (TCE) ou Acidente Vascular Cerebral (AVC). 

Nestes casos, é “fundamental” que o desejo em doar órgãos seja compartilhado com familiares e pessoas próximas, como ressalta a coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Edcléia Gonçalves.

“Se não tiver o elemento doador de órgãos, aquele que dispõe parte de seu corpo ou de seu ente querido, não tem como continuar a linha da vida. Então, é a oportunidade que a gente tem de poder ajudar outro, em um momento em que a gente não pode mais falar, no caso da morte encefálica”, comenta.

Já os vivos saudáveis, optantes pela doação, podem doar um dos rins, parte do fígado ou do pulmão e a medula óssea, desde que não prejudique a própria saúde. Foi o caso da auxiliar administrativa e moradora de Porto Velho, Claryssa Viana da Silva, de 35 anos. Em 2016, ela doou um dos rins à mãe Esther, que sofria de um problema crônico no órgão:

“Embarquei de Porto Velho para São Paulo no dia 11 de junho a noite. Dia 12 de junho, nós internamos e, na manhã do dia 13, colocaram a minha maca ao lado da dela. Ela estava extremamente nervosa, olhava para mim e chorava. Eu estava tranquilíssima, graças a Deus. Foi um transplante muito bem-sucedido. Ela é, hoje, uma pessoa extremamente feliz! Fiz por ela o que ela fez por mim, que foi dar a vida”, conta.

Por lei, apenas parentes como avós, pais, irmãos, tios, sobrinhos, primos, netos e cônjuges podem ser doadores. Já as pessoas sem vínculo de parentesco só podem doar por meio de autorização judicial. 

O Brasil manteve o número de transplantes realizados no primeiro semestre de 2019 em comparação com o mesmo período de 2018. Foram 13.263 transplantes neste ano, contra 13.291 do ano passado. O balanço do período apontou crescimento de transplantes considerados mais complexos. Os de medula óssea aumentaram 26,8%, passando de 1.404 para 1.780. Já os de coração cresceram 6,3%, passando de 191 para 203. Também tiveram aumento os de pâncreas rim (45,7%), passando de 46 para 67; e pâncreas isolado (26,7%), que cresceu de 15 para 19 transplantes.
O país é referência mundial na área de transplantes e possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Atualmente, cerca de 96% dos procedimentos de todo o País são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

Em Rondônia, a Central Estadual de Transplante funciona 24 horas por dia. O contato de lá é o (69) 3216-5747 e 3216-5738.

A vida continua. Doe órgãos, converse com sua família. Para mais informações, acesse: http://saude.gov.br/doacaodeorgaos. 

Comentários

  • 1
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    Marcos Britto 06/11/2019

    Devo esclarecer, que a doação é opcional, não é resistência,pode envolver, religião,cultura,idealismo,processos inconscientes,a decisão é de cada um,🤔

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