Simpatizantes do senador Valdir Raupp (PMDB) estão em polvorosa com a possibilidade de o governador de Rondônia, Confúcio Moura, sair candidato ao Senado. Em público, Confúcio tem dito que vai permanecer no cargo até o último dia do mandato. A interlocutores, porém, ele não esconde o desejo de passar uma temporada respirando os ares da capital federal, onde pretenderia encerrar sua carreira política com chave de ouro.

Confúcio não tem nada de besta. A essa altura do campeonato, ele sabe que o silêncio é a melhor estratégia. O anúncio de uma candidatura, agora, a quase um ano das eleições, seria muito arriscado, já que se tornaria alvo fácil da artilharia oposicionista e até de falsos aliados, que não mediriam esforços para tentar melar seu projeto político.

Como se vê, tem gente tentando rifar o governador da disputa para o Senado de qualquer jeito. Sinal evidente de que ele tem peso na balança eleitoral. Serão duas vagas, apenas. Expedito Junior e Jesualdo Pires vão entrar no páreo. Além de contar com o apoio do senador Acir Gurgacz – forte concorrente à sucessão estadual – Jesualdo vem colhendo bons índices de aprovação à frente da prefeitura de Ji-Paraná. Alguém vai ficar encalhado nos arrecifes do desalento.

Matreiramente, Confúcio vai empurrando a ideia de candidatura com barriga, enquanto seus adversários vão acreditando que ele não será candidato à coisa nenhuma. Na hora certa, quando menos se esperar, ele dará o bote. Sinto ter que contrariar os séquitos do senador Valdir Raupp, mas o prazo de validade venceu. Não dá mais. O jeito é esperar a vela acabar. E ai, já viu...

Em tempos de Lava Jato, todo cuidado é pouco. Se a situação não é das mais tranquilas para quem tem imunidade parlamentar, imagine como não será a partir de 2019. Vai faltar Lexotan nas prateleiras das farmácias. Muitos travesseiros serão encharcados e lágrimas serão afogadas em botecos de esquina.