Receita inventada por Maluf mantida no cardápio da política rondoniense

O prefeito Hildon Chaves tem toda razão de usar o seu direito de cidadão de processar, dentro da legislação em vigor, quem por simples ódio político usou uma reunião de classe para destrata-lo, atingindo sua honra de forma soez.

Gessi Taborda 
Publicada em 27 de maio de 2017 às 04:37

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FILOSOFANDO

“Sou um crente – e por que não ser? A fé desentope as artérias; a descrença é que dá câncer!” – VINICIUS DE MORAES (1913/1980), poeta, dramaturgo, jornalista, diplomata, cantor e compositor brasileiro. Era um conquistador, casou-se por nove vezes. Reconhecido como boêmio inveterado, Vinicius considerava que  poesia foi sua primeira e mais importante vocação.

PIADA

Dizer que o governador peemedebista rondoniense, Confúcio Moura, já realizou 80% das promessas de campanha só pode ser piada de mau gosto, para não dizer outra coisa. É claro que Confúcio ainda tem apoiadores (muita gente garante benesses e vantagens na sua gestão) e não serão demonstrações de puxa-saquismo que mudará essa realidade.

MEQUETREFE

Confúcio não passa de um governo de reforminhas (mesmo assim demoradas “pacas”), como a do Ginásio de Esportes Aluízio Azevedo, ou de conclusão de obras paradas por décadas (como o tal Palácio das Artes) enquanto outras recebidas do antecessor até hoje estão longe de terminar, caso do próprio centro administrativo onde está o Palácio Rio Madeira. Quem diz o contrario, sobre a incompetência desse governo, é quem tem interesse em alimentar falsas esperanças.

SUPERFATURAMENTO

Rondônia está em crise, especialmente na sua política infestada de recebedores de propinas e participantes de corrupção. E só vai sair da crise se esse time mequetrefe for definitivamente afastado da gestão pública. Há uma enorme desconfiança de que até mesmo nas obras de reformas estejam acontecendo superfaturamento e desperdício de dinheiro público.

RECEITA MALUFIANA

Quando Paulo Maluf se tornou governador dos paulistas surgiu uma ação de marketing poderosa, batizada de Governo Itinerante. Essa receita acabou sendo assimilada por vários políticos (incluindo dirigentes do legislativo) que as pratica até hoje. A repetição desse “achado” malufiano aconteceu ontem na cidade de Ji-Paraná, onde deputados, assessores e grande parte da infraestrutura do parlamento estiveram simulando uma espécie de Assembléia Itinerante, coincidentemente ao lado de outra megapromoção como a Rondônia Rural Show.

GASTO DESNECESSÁRIO

É claro que não há justificativa levar o aparato legislativo a uma cidade do interior. Pode haver interesses meramente políticos partidários e nada mais. Ora, como explicar gastar tanto dinheiro com essas sinecuras malufianas se – como sabemos – se a cidade de Ji-Paraná e sua região têm deputados para representar os interesses de sua população no parlamento?

EXDRUXULA

Quanto custou para o cidadão-contribuinte-eleitor esse deslocamento da Assembleia – com centenas de servidores e todo um aparato logístico – para o interior? Quanto dinheiro saiu dos cofres públicos para o pagamento de diárias de servidores, regabofes, transporte e muitas outras despesas?  Certamente o povo tem direito de saber... Afinal, se essas “itinerantes” fossem justificáveis e necessárias, por que não praticadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado?

ESPERANDO

Pode até ser que essas manobras para consumir dinheiro público não sejam tão graves assim, do ponto de vista ético. Mas deveriam ter algum tipo de acompanhamento dos tais órgãos do controle externo, responsáveis por defender o erário e não permitir a erosão do tesouro público custeando essas sessões extraordinárias (totalmente desnecessárias) que apenas imitam um processo marqueteiro inventado pelo (agora condenado) famigerado Paulo Maluf nos tempos em que foi governo paulista.

MAIS UM CONTO

Políticos rondonienses com rejeição crescente de popularidade perante a opinião pública por seu envolvimento em escândalos e investigações de corrupção (como a Lava Jato) se esforçam para ampliar mais um conto da carochinha tentando obter apoio da população. O nome do conto é a “duplicação da BR364” no trecho compreendido entre Vilhena e Porto Velho.

APENAS DEMAGOGIA

Ora, se rodovias com maior importância econômica, com muito mais fluxo de trânsito permanecem com projetos de duplicação engavetados, como acreditar nessa cascata de políticos da terrinha. Isso é a mesma conversa sobre a construção da ponte ligando Guajará-Mirim a Guayaramérin, na fronteira com a Bolívia. Talvez isso se torne uma realidade daqui as umas duas ou três décadas.  Esse pessoal é capaz de tudo para prolongar sua presença na vida pública. Ainda bem que não percebem a evolução do eleitorado que atualmente rejeita esse exercício de demagogia barata.

ACABOU

Um dos mais importantes deputados do círculo mais próximo do senador Valdir Raupp (investigado pelo Supremo na Operação Lava Jato) disse a um político de Ariquemes que pretende disputar a corrida sucessória, que o ciclo do Barbudo de Rolim já acabou exigindo uma refundação do PMDB no estado. Segundo as confidências vazadas a fontes daquela cidade está havendo uma debandada de antigos aliados do cacique do PMDB.

COM RAZÃO

O prefeito Hildon Chaves tem toda razão de usar o seu direito de cidadão de processar, dentro da legislação em vigor, quem por simples ódio político usou uma reunião de classe para destrata-lo, atingindo sua honra de forma soez. A autoridade pública não pode aceitar sem reação a calúnia, injúria ou difamação daquelas pessoas destemperadas que agem movidas pelo ódio.

MAIS UM TEMPO

O furdúncio político é tal que Temer pode ganhar uma sobrevida maior, por falta de substituto com mais condições de governabilidade.

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