Redução do lixo doméstico pode evitar problemas de infraestrutura nas cidades
Sobrecarga de aterros sanitários e poluição do meio ambiente são alguns exemplos que merecem atenção
Com o aumento da população urbana, a geração de lixo doméstico também tem crescido significativamente. Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), divulgados em 2023, a produção de resíduos nas áreas urbanas atingiu a marca de 81,8 milhões de toneladas em 2022, o que equivale a cerca de 224 mil toneladas diárias. Em média, cada habitante gerou cerca de 381 kg de lixo por ano, ou seja, mais de 1 kg de lixo por dia.
Esse volume de resíduos pode gerar problemas de infraestrutura nas cidades, como a sobrecarga de aterros sanitários e a poluição do meio ambiente. Além disso, a gestão inadequada do lixo tende a ocasionar a proliferação de doenças e a atração de animais nocivos, como ratos e mosquitos.
Durante o ano de 2022, os técnicos da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) realizaram cerca de 15 mil serviços de desobstrução em ramais e coletores de esgoto nas nove cidades da região, o que equivale a uma média de 41 serviços por dia. Enquanto isso, tem sido necessário o serviço de desentupidora em São Paulo para solucionar casos de residências com danos causados por descartes inadequados de lixo no esgoto doméstico.
Uma desentupidora de pia de banheiros e de cozinhas pode encontrar objetos descartados inadequadamente, que deveriam ter ido para a lixeira e acabaram obstruindo a tubulação. É comum achar resíduos sólidos, como restos de comida, fios de cabelo, papel higiênico, entre outros.
O excesso de lixo encontrado por uma desentupidora de vaso sanitário, por exemplo, pode prejudicar a eficiência do sistema de esgoto e o meio ambiente, caso o esgoto transborde ou seja despejado em rios e lagos sem tratamento adequado.
Para evitar esses problemas, especialistas recomendam a destinação correta do lixo, a redução dos dejetos domésticos por meio de práticas como a compostagem de resíduos orgânicos, a reciclagem de materiais como plásticos, metais e vidros, e a reutilização de itens como embalagens e sacolas.
Avanços e desafios na destinação de resíduos sólidos
Segundo a Abrelpe, o Brasil registrou a coleta de mais de 76,1 milhões de toneladas de lixo urbano em 2022, o que representa uma cobertura de 93%. Em média, dos 381 kg de resíduos que cada brasileiro produziu durante o ano, cerca de 354 kg foram recolhidos pelos serviços municipais de coleta.
Apesar da média nacional apresentar um índice acima dos 90%, há diferenças consideráveis entre as regiões do país. Enquanto as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste ultrapassam a média nacional – sendo que o Sudeste apresenta um índice de 98,6% – Norte e Nordeste têm taxas abaixo de 83%, indicando que uma parcela significativa da população nessas regiões não tem acesso à coleta regular de lixo.
Foi constatado ainda que 75% dos municípios brasileiros possuem iniciativas de coleta seletiva, entretanto, a Abrelpe observa que, em muitos casos, essas atividades não abrangem toda a população, sendo apenas pontuais. Regionalmente, as diferenças são notáveis, com mais de 90% das cidades no Sul e Sudeste implementaram projetos na área, enquanto no Centro-Oeste, pouco mais de 50% têm iniciativas semelhantes.
O relatório também indicou que a maioria dos resíduos sólidos urbanos do Brasil é direcionada para aterros sanitários, sendo que no ano passado foram destinadas 46,4 milhões de toneladas de forma ambientalmente adequada. Contudo, em todo o país, quase 30 milhões de toneladas (39% do lixo coletado) foram depositadas de maneira incorreta, como em lixões, os quais ainda operam em todas as regiões. No Norte e no Nordeste, cerca de 63% dos resíduos tiveram como destino áreas desse tipo.
De acordo com o relatório, há um déficit considerável em relação à universalização dos serviços de limpeza urbana e manejo do lixo, sendo que a destinação final é um dos principais gargalos.
Soluções apropriadas são menos custosas
A gestão ineficiente de resíduos sólidos custa de três a cinco vezes mais do que soluções apropriadas, segundo estimativas da Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA). O descarte inadequado de lixo tem impactos negativos na saúde da população num raio de até 60 km, com poluição da água, solo, flora e fauna, além da emissão de gases de efeito estufa (GEE).
De acordo com a Abrelpe, a destinação final adequada de resíduos sólidos urbanos, considerando o alcance das metas do Plano Nacional de Resíduos Sólidos para 2040, tem um potencial de descarbonização de 30,1 milhões de toneladas de CO₂ equivalente. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos, também conhecido como Planares, foi instituído em 2022 e define diretrizes e estratégias para aprimorar a gestão do setor no Brasil.
Entre as ações previstas no Plano, destacam-se o fechamento de todos os lixões e a recuperação de 50% dos resíduos em 20 anos, por meio de reciclagem, compostagem, biodigestão e recuperação energética.
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