Relator de CPI contra Energisa convida vilhenenses para audiência e diz que abusos só não foram maiores por causa de investigação
Audiência pública será realizada hoje, no Centro de Treinamento e Cultural Sicoob Credisul
Em Vilhena na manhã desta segunda-feira, 04, para comandar a audiência pública que tratará de abusos e irregularidades atribuídas à Energisa, o deputado estadual Jair Montes (Avante), foi entrevistado pelo FOLHA DO SUL ON LINE, logo após falar ao programa “Vale Tudo”, da Rádio Planalto.
Relator da CPI instaurada pela Assembléia Legislativa para investigar a empresa que comprou a antiga Ceron/Eletrobrás por R$ 50 mil, o parlamentar pretende apresentar o relatório do que foi apurado até o mês que vem.
Ao site, Montes apontou uma série de indícios de ilegalidades nas ações da Energisa, como 0a colaboração (que ele considera absurda) entre a companhia e órgãos do governo estadual. Ao falar do acordo entre a empresa e o IPEM, entidade que faz a aferição de medidores de energia, o parlamentar ironizou: “é como um time de futebol ser dono do VAR”.
O deputado criticou o aumento das tarifas no Estado e lembrou que, ao assumir a Ceron, a Energisa se comprometeu em reduzir os preços. Montes também disse que os abusos só não foram maiores porque, graças à atuação da CPI, a companhia não conseguiu aprovar um novo aumento, que estava previsto para dezembro.
Jair destacou a atuação firme do presidente da Assembléia Legislativa, Laerte Gomes (PSDB), que conseguiu suspender uma audiência pública que estaria sendo convocada pela própria Energisa. Esta audiência era o primeiro passo para aprovar o aumento de 13% nas contas de luz em Rondônia. Sem o reajuste, a empresa teria perdido, segundo o deputado, cerca de R$ 1 bilhão em valor na Bolsa.
O parlamentar também foi ácido ao apontar abusos nas cobranças da Energisa junto às empresas, citando nominalmente um abatedouro de frangos no interior do Estado, que contrata diretamente o fornecimento. “Se não usa a quantidade de quilovats contratada, o frigotófico paga do mesmo jeito. Quando ultrapassa o contratado, paga pelo excedente e também uma multa. E mais: a empresa está tendo dificuldades, porque a Energisa alega que não tem como aumentar o fornecimento para que a firma amplie suas atividades. Como é que Rondônia vai crescer desse jeito?”, questionou o entrevistado.
“BARRIGA DE ALUGUEL”
Montes argumentou que não faz sentido Rondônia cobrar tão caro pela energia elétrica, quando três das maiores usinas do país estão em atividade no Estado. E usou uma metáfora para definir a situação: “viramos barriga de aluguel: vieram aqui e fizeram filhos na gente. Depois, foram embora com os filhos e nós temos que pagar a pensão”
A AUDIÊNCIA PÚBLICA
Embora não seja uma sessão da CPI da Energisa, a audiência vai ouvir todo o que os consumidores vilhenenses quiserem falar sobre a atuação da empresa na cidade. O evento, que estava marcado anteriormente na ACIV, foi transferido para o Centro de Treinamento e Cultural Sicoob Credisul, local com capacidade para oferecer mais conforto à população e autoridades convidadas, incluindo prefeitos e vereadores de várias cidades.
Além de Jair Montes, outros deputados, incluindo os que integram a CPI da Energisa estarão presentes. “A população de Vilhena terá vez e voz na audiência”, finalizou o relator da investigação, lembrando que a reunião começa às 18:00h.
Bolsonaro já fez 99 ataques à imprensa brasileira, aponta Fenaj
Só em outubro, o presidente realizou 13 ataques pessoais contra jornalistas ou à forma como o jornalismo é feito no país
ALE-RO derruba veto sobre o Seguro Anti-Corrupção
O projeto ganhou notoriedade após uma forte campanha nacional realizada pelo MBL, em Rondônia não foi diferente
Presidente Laerte Gomes recebe lideranças evangélicas e membros do Conselho de Ministros e Pastores
Ele explicou as ações da Assembleia e disse que irá buscar apoio do Governo para demandas
Comentários
Senhor deputado, precisa ouvir na comissão alguns ex empregados da antiga ceron para colher o depoimento voluntário deles sobre o tratamento que tiveram após a energisa assumir a ceron. Eles poderão falar sobre demissão em massa (400 empregados), opressão, chantagens emocionais, bullyng, assédio moral, além de notícias de investimentos por parte da empresa que são inverídicas. A CPI precisa se atentar também porque a energisa está tentando novamente obter aprovação da aneel para a revisão extraordinária ainda em 2019.
Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook