Representatividade da saúde é baixa comparada a outras áreas

Embora o número de candidatos ligados à saúde tenha aumentado, representação do setor não chega a 6% do volume total de candidaturas registradas

Assessoria
Publicada em 29 de agosto de 2022 às 20:11
Representatividade da saúde é baixa comparada a outras áreas

Profissionais ligados à saúde compõem um grupo de 1.636 candidatos nas eleições gerais de 2022. O número representa 5,7% do total de 28.651 candidaturas registradas junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e é inferior aos quadros de empresários (3.656) e advogados (2.069) na disputa (12,76% e 7,22%, respectivamente). O volume de médicos e trabalhadores do setor só deixa de ser inexpressivo quando somadas as 12 categorias profissionais relacionadas à saúde.

Realizado pela Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem) com os dados atualizados pelo TSE até 22 de agosto, o levantamento revela que outros setores estão mais bem representados que a saúde na disputa eleitoral. Nestas eleições, há mais vereadores, deputados, administradores, policiais militares e comerciantes que médicos -- estes só ganham em número quando considerada a somatória de todos os profissionais de saúde -- como enfermeiros e fisioterapeutas.

“A representatividade da saúde ainda é baixa para o peso que ela possui. É uma das áreas que mais impactam a população, tem um grau de importância imensurável. O mundo todo ainda sofre os efeitos da pandemia de Covid-19 e outros desafios estão surgindo. Isso só reforça a necessidade de mais representantes do meio no setor público, pautando os principais problemas e fortalecendo a agenda da saúde”, destaca o presidente da Anadem, Dr. Raul Canal.

O especialista em Direito Médico lembra que, neste ano, o número de profissionais da saúde que registraram candidatura é superior ao da última disputa eleitoral para os mesmos cargos (1.491), o que ainda não assegura a representatividade ideal para a área: “Quanto mais pessoas comprometidas com a causa na esfera pública, maior a chance de qualificar o debate para avançarmos com medidas e políticas públicas que melhorem a saúde no Brasil”.

O grupo formado por profissionais de saúde está dividido em 12 categorias: médicos (699), enfermeiros (240), técnicos de enfermagem (163), odontólogos (137), psicólogos (112), fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais (70), farmacêuticos (66), agentes de saúde e sanitaristas (60), nutricionistas (30), técnicos de laboratório e raio-X (27), fonoaudiólogos (18) e biomédicos (14). O prazo para registro de candidatos encerrou no último dia 15, mas os números estão sujeitos a alterações.

Ocupações mais comuns

Empresário: 3.656 (12,76%)

Advogado: 2.069(7,22%)

Vereador: 1.097 (3,83%)

Deputado: 1.084 (3,78%)

Administrador: 859 (3,00%)

Policial Militar: 830 (2,90%)

Comerciante: 824 (2,88%)

Médico: 699 (2,44%)

Profissionais da saúde*: 1.636 (5,7%)

(*Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, odontólogos, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutaS ocupacionais, farmacêuticos, agentes de saúde e sanitaristas, nutricionistas, técnicos de laboratório e raio X, fonoaudiólogos e biomédicos).

Anadem

A Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem) foi criada em 1998. Enquanto entidade que luta pela categoria e seus direitos, promove o debate sobre questões relacionadas ao exercício da medicina, além de realizar análises e propor soluções em todas as áreas de interesse dos associados, especialmente no campo jurídico. Para saber mais, clique aqui.

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