Resenha Política, por Robson Oliveira
O IPTU deste ano de 2023 será cobrado da forma de 2022, ou seja, aplicando, como correção, a inflação acumulada; sem aquela correção pretérita que elevou o imposto a níveis estratosféricos
IPTU
Embora o desgaste ainda não tenha sido mensurado, a demora do prefeito da capital Hildon Chaves em suspender definitivamente o aumento no IPTU de Porto Velho provocou reações ríspidas nas mídias sociais. Antes tarde do que nunca, o recuo aconteceu e o bom senso prevaleceu com o prefeito enviando à Câmara Municipal um projeto revogando o aumento anterior. O IPTU deste ano de 2023 será cobrado da forma de 2022, ou seja, aplicando, como correção, a inflação acumulada; sem aquela correção pretérita que elevou o imposto a níveis estratosféricos.
PEGADINHA
Apesar do recuo, há quem diga que o novo PL (Projeto de Lei) enviado aos edis para análise, contenha suposta imperfeição legislativa em seu artigo 4º, que, por sua vez, sugere o aproveitamento de parte da lei ora revogada para cálculo futuro do Imposto sobre a transmissão de bens imóveis (ITBI). Ora, se o prefeito reconhece que a lei aprovada pelos vereadores, sem debate nem uma leitura adequada, é imperfeita e, portanto, pede a revogação, qual motivo insistir em parte desta imperfeição em projetos legislativos futuros? Daí, há quem garanta que seja uma pegadinha ou mesmo barbeiragem da assessoria do prefeito.
JURISPRUDÊNCIA
Ao que parece a área fazendária da prefeitura da capital continua batendo cabeça ao encaminhar um PL com riscos enormes de num futuro próximo passar a ser questionado na justiça provocando mais polêmicas e custos ao erário. Isto porque a jurisprudência sobre a matéria é vasta ao vedar aplicar no cálculo do ITBI base em referência por ele estabelecido. Trocando em miúdos, as cortes superiores definiram que a base de cálculo do ITBI é o valor de mercado.
MALDADE
Os assessores de Hildon Chaves na área fazendária insistem em imputar ao contribuinte um ônus acumulativo de impostos supostamente defasados, mesmo sem que o contribuinte tenha dado causa. Ora, a defasagem somente agora apontada por órgãos de controle ocorreu em razão da omissão dos agentes públicos e não por ato espontâneo do contribuinte. Querer agora projetar uma dívida no futuro, mesmo escalonada, com base na omissão pretérita, é no mínimo uma idiotice: seja no campo político, seja na área tributária. A perversidade na política moderna não comporta mais aquela máxima medieval de fazer a maldade de uma vez. Hoje, as redes sociais, as mesmas que quebram os paradigmas, não deixa espaço para alguns ensinamentos dos filósofos malvados. A reação é imediata, forte e devastadora nas mídias sociais.
DESCONFIANÇA
Nos meios acadêmicos há uma desconfiança de que em algum momento a Semfaz teria alterado os estudos realizados por uma empresa contratada. A coluna tentou ouvir os responsáveis da área, mas não logrou êxito. No entanto, caso seja verdadeira essa suposta manipulação, a alteração é algo gravíssimo porque contamina todo o estudo e, por consequência, a idoneidade dos números utilizados para a cobrança. Se confirmada, o secretário mereceria ser exonerado. Não há nada mais danoso aos estudos acadêmicos do que um trabalho com conteúdo alterado artificialmente. Como é mera desconfiança, é uma boa oportunidade para os edis investigarem e evitar que passem de novo vergonha ao votar uma lei sem melhor estudo e um debate honesto.
VERGONHA
Para evitar voltar a passar vergonha perante os munícipes, os vereadores da capital (serve para o interior) deveriam procurar ajuda técnica aos órgãos competentes antes de votarem projetos legislativos imperfeitos, especialmente os eivados de inconstitucionalidades. A questão do IPTU da capital é apenas um exemplo que não deveria voltar a acontecer.
SABIDOS
O eleitor está atento a tudo e não vai perdoar o representante que vote em projetos para depois voltar atrás com a justificativa de que fora enganado. Parlamento não é local para ingênuos. Aliás, tem sido um local de gente muita sabida e sabida até demais. Razão pela qual os percentuais de desaprovação da população são elevados e consistentes por vários motivos nada animadores, inclusive o despreparo.
FATURA
O partido Podemos foi o único que reagiu firme contra o aumento desavergonhado do IPTU, apesar do bate boca entre os dirigentes do partido e da prefeitura. Faturou em cima do erro político. Os vereadores da legenda também colocaram a cara no debate e saíram melhor do que os demais edis que aprovaram a malfadada lei.
PROTAGONISMO
Em situações similares a OAB-RO - uma das instituições que encabeçaram o movimento contra o aumento do IPTU - teria conseguido uma liminar imediatamente. Não foi o que ocorreu - mesmo com a sinalização do prefeito em requerer a revogação da lei. Ao analisar o mandado de segurança impetrado pela Ordem o relatou optou em ouvir a parte interessada (Prefeitura) e abriu vista ao MP, apesar da comoção que o fato causou nas mídias sociais mobilizando uma parte considerável da população de Porto Velho. A ação manejada não surtiu o efeito almejado, visto que o protagonismo atual da instituição não possui mais aquela força política de outrora na defesa dos direitos humanos, da sociedade e da democracia. Em breve voltaremos a este tema.
SUPRESA
‘De onde menos se espera, daí que não sai nada”, esta frase cunhada pelo Barão de Itararé, um político e frasista que fez história no passado, espelha com fieldade uma boa surpresa engendrada silenciosamente e posta em prática pelo atual presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, Marcelo Cruz. Assim que foi eleito, provocando surpresa e desconfiança nos meios políticos, Cruz foi avaliado, inclusive por esta coluna, como alguém sem o cabedal ideal para envergar a presidência do principal poder político de Rondônia.
AUSTERIDADE
Eis que surpreendentemente, dois meses após ascensão ao cargo, Marcelo Cruz tem imprimido uma gestão audaciosa e austera com fito em cortes a gastos perdulários, algo tido como normal entre os parlamentos brasileiros.
IMAGEM
Com a forma firme que tem demonstrado estar à altura do cargo e bem diferente da imagem que muitos forjavam de si, inclusive este cabeça chata, Cruz decidiu colocar o dedo na cumbuca dos inúmeros cargos comissionados e está exigindo que os pares indiquem para nomeação pessoas com qualificação e compromisso com o trabalho. Pela mudanças internas, nenhum nomeado vai cabular nas responsabilidades. A todos, indistintamente, será exigida a presença no local nomeado e resultado nas funções que forem designados. Principalmente aos protegidos bem conhecidos nos bastidores dos poderes.
COMPROMISSO
Com diria o Barão de Itararé: “O Brasil é feito por nós. Está na hora de desatar esses nós”. Marcelo Cruz, tudo indica, começou o desate pelo Poder Legislativo Estadual. Uma surpresa boa que ninguém esperava do nobre parlamentar e um exemplo a ser seguido pelos demais poderes. Os nós do país têm soluções. É só querer desatar.
OPERAÇÕES
Não tem passado despercebido destas mal traçadas linhas as operações policiais contra os crimes ambientais em Rondônia. Esta semana a PF visitou madeireiras no interior do estado e descobriu um ‘laranjal’ bem frondoso. É apenas o fio da meada de um rolo de linha a ser desvendado com tentáculos na expansão do soja no estado. Uma coisa pode estar embricada na outra. Outra questão é a mineração ilegal. Em Espigão, por exemplo, a extração de diamantes nunca foi contida, com a complacência fundamental de caciques que optaram em se aliar aos criminosos, enquanto a tribo passa privação.
Prefeitura promove capacitação do Serviço Família Acolhedora em Porto Velho
São três dias de programação voltada às famílias e profissionais envolvidos
Recadastramento anual dos segurados do Iperon, deve ser feito no mês de aniversário
O recadastramento ou prova de vida, como é popularmente chamado, é obrigatório e garante por um ano que o pagamento dos proventos não sejam bloqueados
Prefeitura de Porto Velho finaliza recapeamento da Estrada de Santo Antônio
Mesmo no período chuvoso, serão mais de 40 quilômetros de vias recapeadas até maio em diversos bairros
Comentários
Mas será que o defeito está na OAB? Eu como um cabeça chata, sem aquele conhecimento político, vejo que a realidade é bem mais complexa do que se apresenta. a OAB está de parabéns em se manifestar a favor da sociedade. Se houvesse o silêncio da noite: não ficaria imaginando o IPTU com valore altos e nós Cidadãos perderia. Parabéns aos Vereadores a quem deve fazer política e a OAB a quem deve defender à sociedade!
Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook