Resenha política, por Robson Oliveira
Continuam a os vazamentos de conversas entre autoridades policiais civis e membros do Ministério Público rondoniense sobre a operação “Pau oco”, envolvendo servidores públicos, políticos e madeireiros em supostos malfeitos
VAZA OCO
Continuam a os vazamentos de conversas entre autoridades policiais civis e membros do Ministério Público rondoniense sobre a operação “Pau oco”, envolvendo servidores públicos, políticos e madeireiros em supostos malfeitos. No entanto, os vazamentos revelam o outro lado da moeda, qual seja, a forma ortodoxa (para não dizer algo pior) que agentes públicos eventualmente utilizam para investigar crimes, aparentemente à margem dos dispositivos constitucionais. Nos bastidores há quem diga que novas revelações ainda vão provocar muito furor por aí.
KAMIKAZES
Os áudios da operação Pau Oco que apontam agentes públicos atuando à margem do sistema judicial foram divulgados por um dos seus membros e aparentemente em razão de egos superlativos. Ao que parece, um delegado, membro desse grupo de WhatsApp, onde trocavam informações sobre a operação, decidiu jogar titica no ventilador e expor os métodos ortodoxos que o grupo utilizou para investigar políticos, agentes públicos e madeireiros. Mas, independentemente do resultado final desta autofagia, quem perde são as instituições, visto que nomes de membros do Judiciário, Ministério Público e Polícia Civil aparecem em diálogos nada convencionais.
TRANSPARÊNCIA
Ainda não restou clara a razão pela qual o relator desse processo não determinou a liberação de todo o conteúdo das investigações, haja vista que os métodos utilizados na coleta das provas as tornou contaminadas – pelo menos em parte, conforme áudios vazados. Todos falam e defendem transparência dos atos administrativos e cobram das autoridades a mesma postura, mas nem todos agem com a transparência que as circunstâncias exigem e na hora em que é para que tudo venha à luz, o silêncio e a inércia se impõem. Daí a exposição nas redes sociais contra as instituições públicas que ficam sujeitas à desmoralização. Quando as regras de convivência sucumbem emerge o caos.
FINANÇAS
Embora o coronel governador Marcos Rocha não diga um pio publicamente, mas em particular tem manifestado muita preocupação com o futuro das finanças do estado, os gargalos econômicos herdados com a dívida consolidada consomem um quinhão enorme das finanças rondonienses e o cenário futuro, caso a dívida das estatais não seja renegociada, é tenebroso. Na campanha o tema foi debatido a partir de uma reunião com os candidatos promovida pelo Tribunal de Contas que apontava dias difíceis caso nada fosse feito. E quase nada foi feito até o momento para resolver esta bomba relógio. Aliás, a bomba ainda não estourou em razão das ações políticas feitas pelo governador da época, Daniel Pereira.
SOLUÇÃO
No entanto, a solução depende da vontade política do Governo Federal e da capacidade de articulação do governador rondoniense com as autoridades brasilienses. Na campanha, quando o tema apareceu nos debates, o coronel respondia que já havia conversado com o capitão (Bolsonaro) sobre o assunto e que este (hoje presidente) teria prometido resolver. Chegou a hora do coronel Marcos Rocha cobrar do capitão Jair Bolsonaro o cumprimento da promessa, caso contrário, o tesouro estadual entra 2020 no vermelho. Afinal, a relação de amizade entre os dois, segundo o próprio Marcos Rocha, vem desde academia militar e permite ao que parece uma solução especial do caso por Rondônia.
ESTUPIDEZ
O Ministro da Educação Abraham Weintraub conseguiu nos últimos dias mais visibilidade pelas grosserias do que pela educação ao trocar impropérios pelas redes sociais com súditos comuns da população no último dia 15 novembro, data de aniversário da República. Defensor do retorno à monarquia, o ministro expôs suas opiniões favoráveis à família real e desancou a república. "Uma pessoa que acompanha as postagens do ministro no Twitter respondeu que “se voltarmos à monarquia, certamente você (o ministro Abraham Weintraub) será nomeado o bobo da corte”. O ministro retrucou: “Uma pena. Eu prefiro cuidar dos estábulos. Ficaria mais perto da égua sarnenta e desdentada da sua mãe”.
IDIOTICE
Diante da agressividade da resposta do ministro, outro cidadão, em tom jocoso, disse “ter encontrado o seu bom senso na rua, que mandou-lhe lembranças”. Mais uma vez, o ministro desceu ao rés do chão: “Que bom. Agora continue procurando o seu pai”. Não são palavras que se supõe proferidas por um ministro de Estado, mas por um estupido ou alguém com uma média intelectual abaixo da média mundial; talvez as duas coisas. A ministra Damares (tinder), perto de Weintraub, é uma alteza.
REPRESENTAÇÃO
É impressionante como a representação senatorial de Rondônia caiu e perdeu a força política que um dia conseguiu, até ministro conseguimos emplacar. As principais demandas políticas do estado eram tratadas com mais vigor e mais entusiasmo. Dos três senadores, hoje representando o estado, um passa o tempo viajando pelo mundo em missões oficiais, postando falas sobre suas andanças que em nada contribuem para o desenvolvimento de Rondônia. De tanto fazer pregações vazias ganhou o apelido de “Rolando Lero”. O segundo, ex-governador, vive viajando na maionese: frequenta as mídias sociais com críticas genéricas, especialmente na área de educação, embora, quando administrou, os índices do seu governo na área não tiveram percentuais tão expressivos. O terceiro, devido aos problemas judiciais, optou por concluir o mandato de forma discreta. É a nossa representação no Senado Federal com a menor importância política desde a criação do Estado.
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Comentários
Uma pena, o tsunami passou e agora, os eleitores começam a cair na real por perceberem que a eleição dos senadores e seus respectivos mandatos duram 8 anos; e agora José, Maria, eleitores de Rondônia. Por aqui, agora nesse novo tempo, ministro para em Porto Velho porque o avião precisa reabastecer. O Governador procura fazer tudo sozinho, muito embora sabe que já há quase um ano de mandato, não conseguiu descobrir o Estado e sua complexidade. Mais uma vez vamos pagar a conta.
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