Resenha Política, por Robson Oliveira

O advogado requer uma investigação e que os recursos gastos com a peça promocional sejam devolvidos ao tesouro com as reponsabilidades civis e penais dos que deram causa

Robson Oliveira
Publicada em 09 de fevereiro de 2021 às 17:56
Resenha Política, por Robson Oliveira

COLAPSO 

Ao reconhecer no Jornal Nacional que o sistema de saúde de Rondônia entrou em colapso, Fernando Máximo, Secretário Estadual da Saúde, por vias indiretas, reconheceu que o executivo estadual errou no planejamento dos leitos. Mas se observarmos as falas do chefe do executivo vamos verificar que em relação à fase mais restritiva, quando é possível evitar que o vírus tenha uma maior propagação, o governo falhou.  

PROTOCOLOS 

E falhou porque optou em seguir uma orientação ideológica no enfrentamento da doença ao invés das recomendações científicas. Uma imersão nas entrevistas do secretário, governador e apaniguados no início da pandemia veremos que todos eles indicavam protocolos com drogas que os cientistas e infectologistas mais renomados garantem que não possuem serventia para nada, especialmente para prevenção da Covid 19. Mas o Governo de Rondônia insistia nestes protocolos. O caos encontrou no estado, assim como no Amazonas, um terreno propício para se propagar e ceifar vidas em razão de uma visão política coalha em seu enfrentamento.  

SAUDADES 

Podemos falar o que quisermos dos defeitos do antecessor de Fernando Máximo na Sesau, mas Williames Pimentel foi operoso na pasta em resolutividade, gestão e competência. Enquanto o atual é bom de papo furado, o antecessor era econômico nas palavras e um trator no enfrentamento dos problemas. Embora a coluna criticasse a forma grosseira pela qual Pimentel tratava alguns subordinados, ele saberia encarar com competência a atual crise sanitária que assola o sistema de saúde rondoniense, e não estaríamos no caos que estamos imersos, contabilizando todos os dias os nossos mortos. Falta a Máximo o mínimo de resolutividade e operosidade na condução da pasta. Eita saudades do gordo grosseiro... 

ELEIÇÕES 

No segundo semestre as eleições estaduais do próximo ano entram definitivamente na pauta eleitoral com os grupos partidários se agrupando. O governador Marcos Rocha está sem partido e avalia em qual deles deverá ingressar para disputar a reeleição, apesar de repetir o mesmo mantra dos antecessores de que não definiu a candidatura.  

Dos partidos grandes, com tempo razoável de TV e rádio, poucos estão disponíveis para filiar Rocha, exceto o retorno ao PSL. Nesta campanha necessitará de um bom tempo da TV e rádio para se defender dos ataques e defender as ações do governo, diferente da anterior que dispunha de poucos segundos, mas foi puxado pela onda bolsonarista. Como dispõe de tempo para escolher o partido a ingressar vai procrastinar o que puder antes de filiar. 

MANTRA 

Agora, diferente de 2018, o coronel Marcos Rocha vai à reeleição sob o crivo da avaliação do eleitor que julgará nas urnas as ações concretas de governo e não mais aquele discurso vazio que pedia o voto sob a justificativa de ser amigo do Bolsonaro. As eleições municipais são exemplos de que este discurso não vinga em 2022. Rocha terá que mudar o mantra que tanto repetiu senão os concorrentes desmontam seu discurso nos debates que deverão ocorrer nas eleições do ano que vem. É possível que evite participar de todos, embora o da Record e da Globo não tem como fugir.  

RUDE 

Mesmo reconhecendo que as providências restritivas adotadas por algumas prefeituras de Rondônia para conter o coronavírus estejam corretas - o que provoca aos setores mais atingidos (restaurante, bares, eventos, bodegas, cabeleireiro, entre outras) irritações e reações mais acerbas -, os prefeitos alvos dessas desconformidades deveriam controlar os nervos e relevarem as críticas. Quem está em cargo público corre o risco de injustiças e críticas, o que é absolutamente normal numa democracia. Contudo, xingar e ameaçar aqueles que discordam não é forma mais adequada para um prefeito. Foi o que ocorreu em Ji-Paraná quando o chefe do executivo municipal rebateu um contribuinte de forma rude e incivilizada. 

OUTDOOR  

Enquanto os órgãos de controle permanecem aparentemente inertes, coube ao advogado Caetano Neto ingressar com uma ação na Justiça Estadual visando responsabilizar Marcos Rocha por propaganda antecipada ao colocar outdoor no estado com mensagens de feitos administrativos que ferem dispositivos constitucionais, a exemplo da impessoalidade. O advogado requer uma investigação e que os recursos gastos com a peça promocional sejam devolvidos ao tesouro com as reponsabilidades civis e penais dos que deram causa.  

TARTARUGA 

A continuar a lentidão com que estão vacinando ainda os profissionais de saúde que estão no front do combate à Covid, a população nas faixas abaixo de 80 anos continuará sendo contaminada e alguns indo a óbito em razão da falta de vacinas suficientes para imunizar com mais rapidez os rondonienses. Já há previsões catastróficas de uma suposta terceira onda de contaminação feita por pesquisadores respeitáveis e infectologistas renomados. A verdade é que nossas autoridades continuam errando no enfrentamento ao vírus. 

Comentários

  • 1
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    Chico Bento 10/02/2021

    Parabéns. Pela primeira vez sou obrigado a concordar com a coluna em sua totalidade, em especial a que fala da grosseria do Prefeito de Ji-Paraná com um contribuinte do município. É o cercadinho do Planalto fazendo escola.

  • 2
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    Inácio Azevedo da Silva 10/02/2021

    Esse "optou em seguir uma orientação ideológica no enfrentamento da doença ao invés das recomendações científicas", está mais do que caracterizado, quando o secretário estadual de saúde saiu distribuindo o "Kit Cloroquina" remédio sem eficácia científica comprovada, cuja compra pela União com recursos do SUS, é objeto de apuração pelo TCU. Até acusação pelo MP de "maquagem" do numero de leitos disponíveis para não decretar medidas mais rígidas de controle aconteceu. Também defenderam o "tratamento precoce" que a ciência não reconhece a sua existências. RESULTADO: Leitos com ocupação máxima; mais de sete por cento da população contraiu o virus; mais de 2.300 óbitos.

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