Resenha Política, por Robson Oliveira

Em petição encaminhada à Defensoria Pública do Estado, o professor universitário Vinícius Miguel requereu pedido de providências do órgão contra o que considera uma inconstitucionalidade editalícia no concurso público dos bombeiros de Rondônia por exigir dos inscritos exames médicos laboratoriais de HIV e Hepatites virais

Robson Oliveira
Publicada em 18 de outubro de 2022 às 12:53
Resenha Política, por Robson Oliveira

ACIRRAMENTO 

Pela última pesquisa divulgada da Big Data sobre as eleições estaduais de Rondônia, Marcos Rogério (PL) e Marcos Rocha (União Brasil) estão empatados e vão fazer a disputa mais acirrada de todos os tempos. O resultado hoje é imprevisível e a margem para crescer não é elástica. É possível que seja uma vitória definida pelo detalhe e o número dos candidatos neste caso pode fazer a diferença.  

FILIAÇÃO 

Quando surgiram as primeiras notícias de que o presidente Jair Bolsonaro iria ingressar no União Brasil, Marcos Rocha imediatamente se filiou ao partido na tentativa de manter para si a primazia do mesmo número do presidente nas eleições estaduais. Na época a filiação foi descrita pela mídia local como uma passada de perna do governador contra o senador Marcos Rogério.  

AVEXADO 

A pressa de Rocha em se filiar antes que Rogério terminou atropelando os seus planos iniciais, visto que Bolsonaro desistiu do União Brasil e optou em assinar ficha filiação no PL. Com o ingresso do presidente no partido de Valdemar da Costa Neto, o Diretório Regional do PL caiu no colo do senador e por isso ele está na iminência de vencer o governo de Rondônia ajudado pela onda de votação no numeral 22, o mesmo de Bolsonaro.  

PIRRO  

Por ter sido avexado, Rocha comemorou uma vitória de pirro ao impedir a filiação de Rogério no União Brasil. Portanto, o slogan "22 aqui e 22 lá" tem tanto apelo eleitoral que obriga o candidato do 44 (Rocha) a reivindicar o dia todo e todo dia a paternidade do 22, de lá. Embora separar este número do cá não seja uma tarefa do ponto de vista do marketing tão fácil.  

MARKETING 

Não passa de uma peça emergencial de marketing de segundo turno a proposta do candidato Rocha de reservar aos cem melhores alunos da rede pública estadual um intercâmbio com universidades estrangeiras. A proposta não consta ainda no plano de governo nas 22 (número do opositor) páginas entregues à Justiça Eleitoral.  A nova proposta também não está nas dotações orçamentárias da Secretaria de Educação para 2023, o que, em tese, revela que seja tão somente uma peça publicitária. Embora interessante.  

NEUTRALIDADE 

Para complicar a estratégia do governador Rocha, o União Brasil - presidido pelo deputado federal pernambucano Luciano Bivar -, anunciou neutralidade neste segundo turno e liberou os diretórios a apoiarem quem melhor convier. Os dirigentes se dividem nacionalmente entre Lula e Bolsonaro. Em Rondônia, Rocha é Bolsonaro, sem a mesma primazia das eleições 2018 quando ambos eram filiados ao PSC, com o mesmo número 17 nas urnas. A estratégia anteriormente utilizada não se repete nestas eleições e as tentativas feitas têm sido barradas pelo TRE a pedido do Liberal Marcos Rogério, uma vez que Bolsonaro é candidato pelo mesmo partido (PL) do senador.  

CRÍTICAS 

São infundadas as críticas de Marcos Rocha por Marcos Rogério ingressar em juízo para impedir que cole em sua campanha eleitoral a campanha nacional de Bolsonaro. Em 2018 Rocha usou do mesmo expediente contra Rogério. Agora, em polvorosa, em razão de uma eleição que julgava ser um passeio, critica o que ele mesmo fez.  

EMPÁFIA 

No primeiro turno os partidários de Marcos Rocha se comportavam com empáfia, amparados em pesquisas que apontavam o governador reeleito em primeiro turno. Abertas as urnas, o susto foi enorme e a empáfia abriu espaço para uma postura de desespero. Os empates indicados pelas pesquisas publicadas deram oxigênio para o governador correr atrás do prejuízo, obrigando Rogério a descer do salto alto que subiu antecipadamente. Quem errar menos leva o governo.  

TCE 

Enquanto a disputa eleitoral segue seu fluxo normal, a vaga aberta no Tribunal de Contas do Estado com a aposentadoria do conselheiro Benedito Alves se mantém mais distante dos domínios do governador Marcos Rocha.  

ESPECULAÇÃO 

Na hipótese de vitória do senador Marcos Rogério, a indicação do nome para a vaga no TCE cai no colo por incapacidade política do governador Marcos Rocha em dialogar com a Assembleia Legislativa um nome de consenso. Numa só tacada Rogério pode vencer o governo e ganhar junto a indicação de um amigo à vaga do TCE. Nomes já começam a ser especulados nas hostes do senador. Um assunto para próxima coluna.  

PROVIDÊNCIA  

Em petição encaminhada à Defensoria Pública do Estado, o professor universitário Vinícius Miguel requereu pedido de providências do órgão contra o que considera uma inconstitucionalidade editalícia no concurso público dos bombeiros de Rondônia por exigir dos inscritos exames médicos laboratoriais de HIV e Hepatites virais. Com as inscrições abertas, o advogado aciona o órgão contra mais um preconceito que atenta contra a dignidade humana para que o Comando Geral do Bombeiros se abstenha de exigir estes exames que, aliás, atentam contra pessoas de grupos vulneráveis e que esperam das autoridades isonomia no edital.  

ADMOESTAÇÃO 

Não é uma boa tática eleitoral o governo escalar um membro do União Brasil para admoestar Henrique Prata, presidente do Hospital do Câncer, em retaliação ao apoio que tem manifestado à campanha do opositor Marcos Rogério.  Não é mentira que Prata faz uma pressão descomunal no governo para que o hospital receba a maior fatia dos recursos destinados ao financiamento da saúde pública estadual. Mas a forma da admoestação do governo é um tiro no pé porque o Hospital do Amor é hoje uma referência para o rondoniense. Com um atendimento humanizado e bem melhor que o disponibilizado pelo governo em suas unidades hospitalares. Uma tática burra. 

CONFISSÃO 

Imaginem uma propaganda com a seguinte frase proativa: “FAREI O QUE NENHUM GOVERNADOR FEZ: TIRAR A SAÚDE DE RONDÔNIA DA UTI”. Qualquer pessoa mediana iria interpretar que é uma propaganda do candidato de oposição ao governador já que promete fazer o que o atual não fez. Mas, para surpresa deste cabeça chata, é um peça da campanha de reeleição do próprio Marcos Rocha, veiculada nas suas redes sociais. Uma confissão de quem nada fez pela saúde. Que, segundo ele, continua na UTI. Pense num marketing político honesto a ser estudado no futuro. 

ARTICULANDO

Numa eleição apertada é preciso que os candidatos ampliem seus leques de apoios para tentar vencer o pleito com mais facilidade. Marcos Rocha, por exemplo, fez contato com petistas, pedetista e com lideranças individualmente por intermédio de articuladores. Já Marcos Rogério se fechou em copa e acha que com isto convencerá o eleitor a optar por ele. A área política das campanhas será um deferencial neste segundo turno. 

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