Retrospectiva de 2021

Mas, é aquela velha história, quando se compara “algo” razoável com uma coisa muito ruim, esse “algo” torna-se bom demais. Que venha 2022 e seja um grande ano!

Francisco Gomes Júnior
Publicada em 28 de dezembro de 2021 às 16:43
Retrospectiva de 2021

A opinião é impopular, mas 2021 foi um ano ridículo. Era para ser o ano de saída da pandemia do Covid-19, mas, não foi. Quando tudo parecia melhorar, apareceu nova variante mais transmissível e surgiu surto de gripe influenza bastante forte. Essa é a síntese de 2021, as expectativas não se realizaram.

O ano começou com o Oscar. Grandes expectativas para a primeira premiação com a volta do público. E o melhor filme foi Nomadland, alguém se lembra? O melhor filme estrangeiro foi Druk – Mais uma rodada, um filme dinamarquês divertido, mas que não se perpetuará para a eternidade. Daí veio o Emmy para premiar as melhores séries e a vencedora como comédia foi Ted Lasso que tem um humor pouco sutil. A melhor série dramática foi a quarta temporada de The Crown a série aclamada que pouca gente tem a paciência de ver.

Na música, no American Music Awards, um dos principais prêmios do segmento nos Estados Unidos, o grande vencedor foi o grupo de k-pop BTS e no Grammy o álbum do ano foi Folklore de Taylor Swift. Para os brasileiros foi um ano triste com a perda de Marília Mendonça num trágico acidente aéreo. Marilia foi homenageada no Grammy Latino, que premiou como melhor álbum do ano Salswing! de Rubén Blades e Roberto Delgado. 

Em nosso mercado interno, Fausto Silva deixou a Globo e foi substituído por Luciano Huck, que ainda não engrenou. E Marcos Mion deixou a Record para substituir Huck no Caldeirão aos sábados. Muitos atores e atrizes de novelas foram dispensados pela Globo em uma reestruturação. Silvio Santos tentou voltar a gravar seu programa, contraiu Covid e não retornou até o fim do ano.

O BBB foi um grande sucesso em 2021, consagrando Juliette e Gil do Vigor. A Fazenda 13 foi um fiasco, apesar do esforço da nova apresentadora Adriane Galisteu. A seleção dos participantes foi apelativa e a direção do programa permissiva com condutas reprováveis.

E na política? Joe Biden assumiu como Presidente dos EUA e realizou uma Cúpula Climática sem resultados efetivos, apenas com compromissos que não se sabe se serão cumpridos. Angela Merkel foi substituída como premiê alemã por Olaf Scholz; Putin deslocou tropas para uma possível invasão da Ucrânia; a China reprimiu protestos em Hong Kong e tirou de circulação a tenista Shuai Peng que acusou um membro do governo de abuso sexual.

No Brasil, a polarização política cresceu. Solidificou-se a batalha que será travada entre Bolsonaro e Lula. Boa parte das postagens nas mídias sociais enaltece o seu candidato e acusa o outro. A tal terceira via parece não vingar e nomes como Moro, Doria, Ciro, Simone Tebet, Rodrigo Pacheco, dentre outros, não conseguem atingir dois dígitos nas pesquisas, o que os inviabiliza individualmente.

Com atraso em seu início, a vacinação ganhou força durante o ano e cresceu significativamente com 70% da população totalmente imunizada. Mas, ainda há uma incerteza sobre se novas variantes serão combatidas pelas vacinas existentes e quantas doses de reforço serão necessárias. O ano de muita euforia com pessoas postando fotos sendo vacinadas e seus comprovantes terminou com incertezas.

E, a política dando voltas. Quem defendeu durante o pico da pandemia manter o comércio aberto para não prejudicar a economia, agora defende a não realização do Carnaval. E quem se posicionou pelo fechamento naquele momento, agora defende realizar o Carnaval, com raras exceções de ambos os lados.

Para coroar um ano sem graça, a ‘noiva’ cobiçada na política é Geraldo Alckmin, o apelidado “picolé de chuchu”; a CPI da pandemia foi presidida por Omar Aziz e teve como relator Renan Calheiros e as reformas legais que o governo promoveu foram conduzidas e pautadas por Arthur Lira, o Presidente da Câmara. Sem espaço para renovações.

Mas, não teve coisas boas? Óbvio que teve. A situação da pandemia está melhor, o número de mortes caiu bastante e só isso basta. A economia começou a se recuperar. Mas, é aquela velha história, quando se compara “algo” razoável com uma coisa muito ruim, esse “algo” torna-se bom demais. Que venha 2022 e seja um grande ano!

Francisco Gomes Júnior - Advogado Especialista em Direito Digital e Crimes Cibernéticos. Presidente da Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP). Instagram: fgjr

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