Ricos e muita gente que vocifera contra a corrupção avançaram no auxílio emergencial dos pobres

O benefício é destinado apenas para quem está enfrentando dificuldades financeiras durante a pandemia, mas um relatório completo do Tribunal de Contas da União, mostra que até milionários receberam

Sérgio Pires
Publicada em 29 de junho de 2020 às 23:49
Ricos e muita gente que vocifera contra a corrupção avançaram no auxílio emergencial dos pobres

Há, o brasileiro, que povo mais complicado! Milhares foram às ruas contra a corrupção, milhões votaram num governo que batia na tecla da guerra contra a corrupção. E o que faz, uma parte dessa gente, incluindo pessoas ricas, com uma vida de abundância? Aproveitam-se do momento de pânico que o país está vivendo, para pegar 600 reais, ilegalmente, do auxílio emergencial, tirando esse dinheiro do bolso daqueles pobres e desesperados, que estão jogados às traças, sem dinheiro, sem trabalho, sem comida. Mais de 620 mil pessoas, incluindo ricos e abastados, membro da classe média alta, mais de 132 mil servidores públicos (mais de 1.500 só em Rondônia), além de muitas outras pessoas sem direito ao auxílio, usufruíram dele, de forma vergonhosa. Até mais de sete mil mortos estavam na lista dos beneficiados, embora suas famílias não tenham visto um só tostão. Alguns, aliás, se gabando nas redes sociais e em ligações interceptadas, que burlaram o programa e receberam o dinheiro. Claro que houve muitos erros do próprio sistema, mandando dinheiro a quem não deveria. Mas nos casos de gente decente, o dinheiro está sendo devolvido. Mais de 50 mil que receberam a verba de forma irregular já devolveram o dinheiro recebido ilegalmente. Mas outros 570 mil terão que ser cobrados por via policial ou judicial. Espera-se que esses golpistas, sejam quem forem, sejam processados e respondam pelo crime que cometeram.

O benefício é destinado apenas para quem está enfrentando dificuldades financeiras durante a pandemia, mas um relatório completo do Tribunal de Contas da União, mostra que até milionários receberam. É mais uma vergonha que milhares de maus brasileiros fazem nosso país passar. Entre esses, certamente tem muitos que vão à redes sociais exigir prisão de corruptos e denunciar políticos, como se todos fossem ladrões e que só no Congresso tivessem responsáveis pelo roubo do dinheiro público. É o hipocrisia de quem prega moral de cuecas. Empresários milionários, profissionais liberais que moram em casas que só a limpeza da piscina custa 600 reais ao mês; políticos e seus familiares; servidores públicos de todos os calibres, toda essa gente está no contexto dos que avançaram no dinheiro dos pobres. Tudo isso ainda continua acontecendo porque muita gente ainda não acredita que vá pagar por suas imoralidades e a falta de respeito para com sua Pátria. Seria um bom momento para pegar toda essa gente corrupta e imoral e dar a ela punição exemplar, expondo a todos à execração pública. Esses, ao menos, não iriam mais para as redes sociais vociferar contra os malfeitos dos outros.

FECHA DE NOVO. A CULPA É DAS EMPRESAS?

Com todo o respeito à decisão de realizar uma videoconferência com a participação de quase duas dezenas de pessoas, que discutiram o assunto durante mais de cinco horas e meia, foi praticamente uma espécie de placebo, ou seja, um remédio que não ataca a doença. Muitas opiniões, muitos palpites, muitos comentários, explicações, análises e, no final de tudo, ficou decidido o óbvio: fechar novamente parte do comércio, voltando à Fase 1, em que só serviços considerados essenciais e alguns poucos setores podem abrir suas portas. Por exemplo: o Porto Velho Shopping reabriu há uma semana e já deve fechar de novo.  Durante longas horas o que se ouviu foi o que se ouve todos os dias em todos os lugares: cada qual defendendo suas teorias e seu setor de atuação. Com o maior respeito a todos os que participaram do evento: foi uma enorme perda de tempo. No final, pareceu claro que não surgiu absolutamente nada de novo. E que a culpa do aumento nos casos de corona e de mortes é das empresas e não da população, que simplesmente ignora as ordens de isolamento e proteção. Festas, banhos, jogos de futebol, arraiais de festas juninas e comemorações abundam na cidade e no Estado, mas, no resumo da ópera, é o funcionamento das empresas é que recebe a maior punição, novamente.

ESTAMOS QUASE NOS 500 MORTOS PELA COVID

Os números de contaminados e mortos pelo corona vírus continua crescendo, embora entre o sábado e a segunda, eles tenham caído um pouco em relação aos últimos dias. Chegamos, segundo os números oficiais da Sesau do início da noite da segunda,  a nada menos do que 20.406 casos (eram 19.743 no sábado), ou seja, tivemos mais 663 contaminados.  No sábado, o número de óbitos era de  com 499 mortos e entre domingo e segunda, mais 19 mortes registradas.  O percentual de mortes continua na faixa dos 2,4 por cento, metade da média nacional. Do total de infectados, 8080 já estão recuperados, representando quase 40 por cento de pessoas sem a infecção. Mesmo com a queda do número diário dos casos desinfectados e mortos, a doença ainda atinge números muito altos, principalmente em Porto Velho. O número de leitos de UTI ocupados já chega a mais de 85 por cento. Será que com um novo decreto de isolamento, eles continuarão em queda? Ninguém sabe...

PERDENDO CNPJ E MAIS DE 1 MILHÃO DE EMPREGOS

Enquanto vamos partir de novo para um lockdown soft, em Porto Velho, a quebradeira de empresas continua tanto por aqui como pelo país inteiro. Chico Holanda, presidente do Instituto Empresarial de Rondônia, afirma que, embora os levantamentos oficiais ainda não estejam concluídos, já se pode dizer que perdemos algo em torno de 15 por cento dos CNPJs e um número que pode bater nos 10 mil postos de trabalho que se foram. No Brasil inteiro, em apenas cinco meses, de janeiro a maio, mês em que a pandemia deu um salto, mais de 1 milhão e 144 mil postos de trabalho com carteira assinada foram extintos.  O Ministério da Economia vem monitorando os números cada vez mais assustadores. Mesmo com abertura localizada da economia, aqui e ali, a doença continua arrasando com a produção, com o comércio e com o trabalho informal no país. A continuar assim, caso as empresas continuem fechando portas, o desemprego em massa pode causar danos tão graves ao país quanto a pandemia do corona vírus.   

ÔNIBUS: A BADERNA CONTINUA

A baderna em que se transformou o sistema de transporte coletivo em Porto Velho, teve mais um triste capítulo nesse início de semana. Motoristas e cobradores entraram em greve, de novo, por falta de pagamento de salários. Desde que o sistema antigo do transporte por ônibus na Capital foi destruído na administração de Mauro Nazif, a situação só piorou. Agora, a esperança é que, a partir de 16 de setembro, quando o novo consórcio assumir, as coisas melhorem. Não é mais possível a população mais pobre e que mora mais longe, viver sem um transporte de qualidade. Uma cidade que já beira os 600 mil habitantes não pode brincar de ter ônibus para quem dele precisa. O sofrimento, ao que parece, continuará até setembro. Tomara que, depois que a JTP Transportes colocar seus coletivos na rua, tenhamos, enfim, um sistema de transporte à altura do que a população precisa e merece.

MÚSICA CLÁSSICA PARA VACAS LEITEIRAS

O sítio Dom Henrique, de propriedade do desembargador aposentado Walter Walternberg tem, desde domingo, uma atração muito especial: música leiteiras. Ao alcançar a produção diária de 500 litros, Walternberg proporcionou aos animais uma hora de música, com o violinista Richard Ryan. Foi a inauguração do sistema de som da fazenda, que produz o leite Fresquinho. A partir de agora, das seis da manhã às seis da tarde, os animais ouvirão música clássica todos os dias. O Desembargador aposentado também anunciou que enquanto durar a pandemia, 10 por cento de toda a sua produção será doada à famílias carentes. Ele comanda uma estrutura de agronegócio que envolve também silagem para produção animal, produção de embriões, cria, recria e vende de matrizes bovinas leiteiras e até embalagem para distribuição de leite fresco, para a marca Fresquinho.  Walter Waltenberg se considera um empreendedor do agronegócio e, certamente, é um inovador, ao trazer para cá o projeto “Vaca Feliz!”, que faz sucesso em outros países, como a Nova Zelândia.

MAIS UMA DÚZIA DE BANDINOS NAS RUAS

Continua a festança do sistema de alta rotatividade dos presídios em Rondônia. Nesse final de semana, mais uma dúzia de bandidões, todos membros da organização Comando Vermelho, que cumpriam pena por vários crimes, fugiram da Colônia Agrícola Ênio Pinheiro. Mesmo sendo muito perigosos, todos estavam cumprindo pena em um local onde a facilidade de fugas é o normal. Muitos presídios de Rondônia já entraram para o anedatório, pela moleza com que os presos saem das celas e escapam, saindo às ruas para infernizar a população, novamente. Está na hora da Secretaria de Justiça do Estado dar um basta nessa situação vergonhosa. A população, já vivendo um momento terrível por causa da Covid 19, ainda tem que sofrer com o risco de ser atacada, dentro de suas casas (como várias ocorrências já foram registradas), por criminosos perigosos que utilizam nosso sistema prisional como hotéis de alta rotatividade.

ELEIÇÃO: VÍRUS ATRASA PREPARATIVOS

Enquanto o corona vírus é praticamente a única notícia, a eleição municipal deste ano passa para segundo plano, mesmo que ela vá influir diretamente na vida de milhões de brasileiros que vivem nas cidades onde prefeitos, vices e vereadores serão eleitos. Em Porto Velho, onde a doença cresce e se espalha e onde boa parte da população ignora os cuidados para se proteger e proteger aos outros, há pelo menos 12 candidatos a candidato à cadeira que hoje é de Hildon Chaves. O próprio prefeito ainda não anunciou se vai ou não disputar a reeleição, até porque todos os seus esforços, agora, estão voltados à guerra ao corona. Os partidos começam a se movimentar lentamente, até porque, ao menos oficialmente, não se sabe qual a data da eleição. A princípio o primeiro turno será em 15 de novembro e o segundo turno em 29 de novembro, mas ainda depende de oficialização. A partir de julho, as mobilizações políticas devem crescer bastante. Isso se o corona vírus deixar, é claro!

PERGUNTINHA

Você acredita que com um novo isolamento restritivo e a volta à Fase 1, vão diminuir os casos de corona vírus ou apenas servirá para quebrar mais empresas?

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