RO: bravos ex-governadores!

Começa com o ex-governador Humberto Guedes do ainda ex-território de Rondônia e termina com João Cahulla, que assumiu o mandato no lugar de Ivo Cassol por nove meses

Professor Nazareno
Publicada em 22 de novembro de 2023 às 14:39

O Supremo Tribunal Federal decidiu que alguns dos vários ex-governadores de Rondônia e/ou seus dependentes voltarão a ter direito à aposentadoria vitalícia que fora suspensa tempos atrás. Uma vitória para Rondônia e para o povo rondoniense. Pelo menos 35.462,22 reais a dinheiro de hoje é o salário mensal que cada um deve embolsar. Entre 1975 e 2010 quem se sentou na cadeira principal do Palácio Getúlio Vargas em Porto Velho voltará a ter direito a essa “pequena quantia”. A lista dos beneficiados é extensa. Começa com o ex-governador Humberto Guedes do ainda ex-território de Rondônia e termina com João Cahulla, que assumiu o mandato no lugar de Ivo Cassol por nove meses. Todos eles merecem receber esta “irrisória” verba pelo resto das suas vidas, tendo em vista o que fizeram por Rondônia e por toda a sua sofrida gente. E Rondônia é muito rica.

Quem não se lembra do saudoso ex-governador Humberto da Silva Guedes e principalmente de sua esposa, Dona Gilsa Guedes, a “mãe dos pobres”? Ela criou o bairro Meu Pedacinho de Chão e tirou muitas famílias pobres das alagações constantes do rio Madeira. Uma Madre Tereza de Calcutá em terras karipunas. Depois veio o Teixeirão, com nome de estádio de futebol e sem nunca ter tido um só voto dos rondonienses, esse preposto da Ditadura Militar em Rondônia é até hoje um verdadeiro Deus para o povo daqui. O Coronel teria dito que a derrubada de árvores e a fumaça na floresta eram sinais de progresso e de desenvolvimento no Estado. Quase tudo em Porto Velho e em Rondônia leva hoje o seu nome. Se esses dois merecem aposentadoria vitalícia, imaginem só a Dra. Janilene Vasconcelos, uma paraibana que substituiu o Teixeirão por só 42 dias em 1984.

A doutora Janilene Melo foi a primeira mulher, até hoje, a assumir o cargo de governadora de Rondônia. Falam as más línguas que foi nessa época que levas e mais levas de “paraíbas” desempregados chegaram a Rondônia para morar. Mas foi ela que viabilizou o Polonoroeste. Depois, em 1985, tivemos um governador com nome de dupla caipira: Ângelo Angelim, já falecido. Ele foi escolhido pelo PMDB como governador-tampão, e apenas aguardou as primeiras eleições diretas para governador do novo Estado. Foi um baita estadista! O governador seguinte foi Jerônimo Garcia de Santana, o Bengala. Depois do Teixeirão, o Bengala foi talvez o mais popular dentre os governadores de Rondônia. Dinamizou o Estado e abriu as portas para o desenvolvimento que vemos até hoje. Todos devem receber seus proventos. Sem eles, não seríamos a potência que somos.

A seguir tivemos Osvaldo Piana, que governou Rondônia a partir da “Casinha da Barbie” e dizem que foi o único que nasceu nessas terras abençoadas. Depois veio Valdir Raupp, o do sotaque caipira. Raupp dinamizou o Estado e até hoje nos faz lembrar do banco BERON. Todo final de ano ele fazia uma festa de confraternização com a imprensa marrom. José Bianco, o “amigo dos funcionários públicos”, assumiu depois de Raupp e implantou o neoliberalismo karipuna, que deu só alegrias a dez mil servidores públicos. Foi sucedido por Ivo Cassol, o do “Império da Roça”. Devia entrar também nesta “divina” lista os ex-governadores Daniel Pereira, Confúcio Moura e o atual, o Coronel Marcos Rocha. Sendo que quem governou por dois mandatos devia receber dobrado: 70.924,44 reais. Rondônia é um paraíso: tem bons hospitais como o João Paulo II, produz tudo, tem estradas, hidrelétricas e boas universidades. Tem é que pagar mesmo! Não vai fazer falta.

 

*Foi Professor em Porto Velho.

Comentários

  • 1
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    paulo barbosa bueno 23/11/2023

    Parabéns grande professor : se essas aposentadorias não demostrassem o lado trágico de Rondonia ? quem sabe essas ironias não fossem apenas algo hilário

  • 2
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    Carlos 23/11/2023

    Cadê a indignação dos nossos políticos, ou da população? Agora vai o professor naza falar mal de alguma nação poderosa lá no distante Oriente Médio ou de algum patético ex-presidente.

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