Saiba mais sobre a malária em 8 tópicos

Se a doença não for diagnosticada e tratada em tempo adequado, pode evoluir para formas graves

Fonte: Ministério da Saúde  - Publicada em 22 de junho de 2024 às 10:26

No Brasil, a malária ainda representa um grande problema de saúde pública. Em 2022, foram detectados mais de 128 mil casos autóctones da doença no país, ou seja, originários da região onde é encontrado. Já em 2023, de acordo com dados preliminares, foram registrados pouco mais de 133 140 mil casos, um aumento de 83,67% em relação a 2022.

A malária tem cura. Essa é a primeira informação. A segunda pede atenção: se a doença não for diagnosticada e tratada em tempo adequado, pode evoluir para formas graves e até levar a óbito.

Saiba mais sobre a doença nos tópicos abaixo.

O que é malária?

A malária é uma doença causada por parasitos do gênero Plasmodium, um tipo de protozoário que é transmitido pela picada da fêmea infectada do mosquito anofelino, também conhecido como mosquito-prego.

É importante lembrar que a malária é uma doença que merece atenção. Por isso, em caso de sintomas como febre, tremores, calafrios, muito suor, dor de cabeça, dor no corpo, náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite, procure uma unidade de saúde o mais rápido possível.

Como posso me proteger da malária?

Algumas ações simples e que você mesmo pode fazer são eficazes e podem proteger você e todos ao seu redor da malária. Confira abaixo:

- Use mosquiteiros e telas nas portas e janelas;
- Passe repelente e escolha roupas que protejam pernas e braços;
- Deixe o agente borrifar a casa;
- Faça a limpeza das margens dos criadouros do mosquito.

Como é feito o diagnóstico da doença?

O Sistema Único de Saúde realiza, gratuitamente, exames para detectar a doença. São eles: exame microscópico da gota espessa e o teste de diagnóstico rápido (TDR). Os dois usam uma gota de sangue retirada do dedo para a sua realização.

Se o resultado der positivo, o tratamento é disponibilizado pelo próprio SUS. Vale ressaltar que é muito importante seguir todas as etapas do tratamento, mesmo que não apresente mais sintomas. O tratamento deve ser realizado até o final.

Lembre-se sempre: diagnóstico imediato e tratamento adequado são meios efetivos para eliminar a doença e salvar vidas. 

A maior ocorrência de malária é em crianças?

Sim. Segundo a nova edição do Saúde Brasil, lançada pelo Ministério da Saúde em junho deste ano, dos 1.510.137 casos autóctones da doença registrados entre os anos de 2013 e 2022, 29,03% (438.436 casos) ocorreram em crianças de até 12 anos.

A malária só ocorre na região amazônica?

Não. Porém, mais de 99% dos casos autóctones estão concentrados na região amazônica, composta pelos seguintes estados: Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Há ocorrência de malária em outros países do mundo?

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgados no World Malaria Report de 2023, apesar dos avanços na diminuição da morbidade e mortalidade por malária nos últimos anos, a doença continua sendo um problema de saúde pública em 85 países do mundo. 

No ano de 2022 foram estimados 249 milhões de casos de malária no mundo, um aumento de 5 milhões de casos em comparação com 2021. Em relação aos óbitos pela doença no mesmo ano, foram estimadas 608 mil mortes.

É importante lembrar que o cenário epidemiológico da malária sofre variações bruscas de acordo com as condições climáticas e socioambientais e, principalmente, variações na quantidade e na qualidade das intervenções de controle e de eliminação.

O Brasil ratifica o compromisso com o desafio global ao lançar em 2022, o plano de eliminação da malária até 2035, o “Elimina Malária Brasil”. 

Viajou para áreas com maior risco de transmissão da doença?

Fique atento aos sintomas: febre, tremores, calafrios, muito suor, dor de cabeça, dor no corpo, náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite. Caso apresente alguns desses sintomas, procure imediatamente uma unidade de saúde, informe o profissional sobre a viagem e faça o exame. 

O diagnóstico e o tratamento são gratuitos pelo SUS.

Como é feito o tratamento?

Primeiro, nunca se automedique. A malária tem tratamento e deve ser feito até o final. 

Os comprimidos são fornecidos gratuitamente em unidades do SUS. Apenas em casos graves os pacientes devem ser hospitalizados de imediato. 

O tratamento indicado depende de alguns fatores, como a espécie do protozoário infectante, a idade e o peso do paciente, condições associadas, tais como gravidez e outros problemas de saúde, além da gravidade da doença.

A indicação é que o paciente tome o remédio oferecido preferencialmente após as refeições e siga corretamente as orientações. Caso ocorra vômitos no intervalo de 60 minutos após o momento em que o doente tomou o remédio, deve repetir toda a dose da medicação. Se ocorrer após 60 minutos, não é necessário repetir a medicação.

Já tomo outros remédios. Devo parar quando iniciar o tratamento da malária?

Não. Pacientes que tomam outros medicamentos regularmente podem manter os medicamentos usados para outras doenças concomitantes (por exemplo, para diabetes, hipertensão, etc.).

Existem plantas medicinais e chás que podem curar a malária?

Não. A malária é uma doença séria e deve ser tratada conforme as orientações do Guia de Tratamento da Malária no Brasil. Não acredite em soluções mágicas como plantas e chás. A malária tem cura e o tratamento imediato é o mais adequado.

Fontes:

Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária

Tratamento da Malária

Guia de Tratamento da Malária no Brasil

Sobre a malária

Dia Mundial contra a Malária - OPAS

Saúde Brasil