Se Lula não atrair o centrão, o centrão fecha com Bolsonaro

A polarização impede vitória de esquerda ou direita sozinhas

Fonte: Alex Solnik - Publicada em 24 de dezembro de 2024 às 12:05

Se Lula não atrair o centrão, o centrão fecha com Bolsonaro

Lula ao receber a alta hospitalar (Foto: Ricardo Stuckert)

Ninguém precisa ensinar a Lula como ganhar eleições, ele sabe melhor do que ninguém, por isso já percebeu que o Brasil é um país dividido, metade o ama e detesta Bolsonaro e vice-versa.

Ninguém precisa dizer a Lula que ele, sozinho, não ganha eleição. Nem Bolsonaro. Ou o preposto de Bolsonaro.

Um contra o outro dá empate.

Esta é a consequência da polarização na prática. Lulistas batem nos bolsonaristas e vice-versa vinte e quatro horas por dia, bolsonaristas e lulistas se odeiam até a medula, apontam o dedo uns para os outros, e assim ficam ambos no centro do palco, mas sem maioria.

Vai ganhar as próximas eleições quem atrair os partidos de centro, os campeões da última disputa. Lula tem muito mais condições para isso, porque tem a caneta na mão para convencê-los de que seu projeto é melhor para eles e para o país. 

Mas não é uma tarefa simples. Para abrir mais espaço no governo para PSD, MDB, PP, União e Republicanos, que já têm ministérios, Lula terá de cortar na carne, ou seja, no PT do qual é o fundador e presidente de honra, o que fará com lágrimas nos olhos, só que não tem como não fazer, em nome de um objetivo maior, a reeleição.

O PSD elegeu 885 prefeitos; o MDB, 853; o PP, 746; o União, 583 e o Republicanos, 433.

O PT elegeu 252.

Os cinco partidos juntos comandam 3500 das 5570 cidades brasileiras.

Ou os petistas aceitam perder algumas posições no governo ou os partidos de centro aderem ao projeto Bolsonaro, com ele ou sem ele, e Lula corre o risco de não se reeleger e o PT perder as posições que teria com Lula reeleito. 

Alex Solnik

Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

2675 artigos

Se Lula não atrair o centrão, o centrão fecha com Bolsonaro

A polarização impede vitória de esquerda ou direita sozinhas

Alex Solnik
Publicada em 24 de dezembro de 2024 às 12:05
Se Lula não atrair o centrão, o centrão fecha com Bolsonaro

Lula ao receber a alta hospitalar (Foto: Ricardo Stuckert)

Ninguém precisa ensinar a Lula como ganhar eleições, ele sabe melhor do que ninguém, por isso já percebeu que o Brasil é um país dividido, metade o ama e detesta Bolsonaro e vice-versa.

Ninguém precisa dizer a Lula que ele, sozinho, não ganha eleição. Nem Bolsonaro. Ou o preposto de Bolsonaro.

Um contra o outro dá empate.

Esta é a consequência da polarização na prática. Lulistas batem nos bolsonaristas e vice-versa vinte e quatro horas por dia, bolsonaristas e lulistas se odeiam até a medula, apontam o dedo uns para os outros, e assim ficam ambos no centro do palco, mas sem maioria.

Vai ganhar as próximas eleições quem atrair os partidos de centro, os campeões da última disputa. Lula tem muito mais condições para isso, porque tem a caneta na mão para convencê-los de que seu projeto é melhor para eles e para o país. 

Mas não é uma tarefa simples. Para abrir mais espaço no governo para PSD, MDB, PP, União e Republicanos, que já têm ministérios, Lula terá de cortar na carne, ou seja, no PT do qual é o fundador e presidente de honra, o que fará com lágrimas nos olhos, só que não tem como não fazer, em nome de um objetivo maior, a reeleição.

O PSD elegeu 885 prefeitos; o MDB, 853; o PP, 746; o União, 583 e o Republicanos, 433.

O PT elegeu 252.

Os cinco partidos juntos comandam 3500 das 5570 cidades brasileiras.

Ou os petistas aceitam perder algumas posições no governo ou os partidos de centro aderem ao projeto Bolsonaro, com ele ou sem ele, e Lula corre o risco de não se reeleger e o PT perder as posições que teria com Lula reeleito. 

Alex Solnik

Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

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