Senador Ivo Cassol é interceptado em inquérito sobre prostituição

Parlamentar conversava com agenciador que faz lobby no Congresso. Cafetão também falou com assessores de Bolsonaro sobre pílula do câncer

Metropoles
Publicada em 14 de julho de 2017 às 11:52
Senador Ivo Cassol é interceptado em inquérito sobre prostituição

O senador Ivo Cassol (PP-RO) e assessores dos deputados Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) tiveram conversas interceptadas no âmbito de um inquérito conduzido pela Polícia Civil do Distrito Federal. A corporação apura a atuação de uma rede de prostituição que age na capital da República e no Rio Grande do Sul. Os parlamentares e seus funcionários não eram objeto da investigação, mas acabaram caindo nas escutas com autorização judicial porque mantiveram diálogos com um cafetão alvo da investida policial.

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Outro lado

Ao Metrópoles, o senador Ivo Cassol afirmou que todas as conversas com Sampaio e Gabriela foram para discutir o projeto de lei da pílula do câncer. O parlamentar disse que desconhecia qualquer envolvimento da dupla com prostituição e exploração sexual.

Cassol explicou que a mulher com quem falou ao telefone chegou a participar de uma audiência pública para debater os efeitos da fosfoetanolamina. “A Gabriela veio para cá e eu a conheci durante essa sessão, que foi filmada. Ela tinha uma irmã de 9 anos com câncer. Nunca tive qualquer envolvimento com essa moça. Tudo foi um grande mal entendido, não sabia que supostamente se tratava de uma garota de programa”, afirmou.

Na ligação que foi gravada pela polícia, eu pedi para que Gabriela viesse a Brasília — e insisti em vê-la — pois ela tinha um vídeo da irmã, que tomava o remédio e apresentava uma melhora em seu quadro clínico. Eu enxerguei aquilo como uma prova de que o remédio poderia fazer efeito."
Ivo Cassol, senador

                                                                                                                                                                                                                                                                                                            

Nota do Senador Ivo Cassol

Com profunda indignação tomei conhecimento que meu nome foi indevidamente envolvido com prostituição por alguns veículos da imprensa.  Diante disso, venho a público esclarecer que:

1. A audiência tratada com o cidadão de nome João Wilson Costa Sampaio e com a mulher de Gabriela foi pública e gravada, como mostra o vídeo disponibilizado neste link: https://youtu.be/anUIM8vEEFk

2. O assunto tratado em questão também foi público e se discutiu a liberação da fosfoetanolamina, conhecida como "Pílula do Câncer". Na ocasião Gabriela forneceu um vídeo da irmã de 9 anos com câncer.

3. Colocar o gabinete à disposição é deixar o chefe de gabinete disponível para discutir e resolver assuntos técnicos. Este gabinete, aliás, está sempre à disposição do povo brasileiro e procura resolver as solicitações da população da melhor forma possível, dentro da legalidade.

4. É dever de todo parlamentar receber e atender bem a todos os cidadãos, independe de credo, raça, orientação sexual, religião ou vida particular. Cada pessoa deve responder pelo seu CPF e não cabe aqui julgamentos.

5. Confio no trabalho e na eficiência da polícia e é meu maior interesse que esse assunto seja investigado, apurado e esclarecido para que fique comprovado que não houve nenhuma prática ilícita de minha parte nem do meu gabinete.

Ivo Cassol

Senador da República

Comentários

  • 1
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    Caetano Neto 14/07/2017

    Com devido respeito, o diálogo via telefone - gravado - por ordem judicial de pessoa sendo investigada de comandar uma rede de prostituição, é no mínimo antirepublicana e subsume uma conversa que está muito longe do esclarecimento do Senador Ivo Cassol e mais perto e diga-se, muito de oferecimento de uma "dama" da noite, coisa corriqueira em Brasília. Parlamentares sem compromisso com o mandato, mesmo em horário das sessões, quando não tem votação, dá a chamada "fugidinha" para a "rapidinha". Certa vez, um Parlamentar de Rondônia, comentou em roda de amigos, e eu ao lado, pude ouvir, quando dizia em tom de "garanhão" a todo preço que prefeito ligou bem na hora da "rapidinha" e ele atendeu e disse: ".Estou no Ministério esperando ser atendido pelo Ministro. Vou resolver aquele caso. O povo em primeiro lugar". Brasília é assim, gozam dela e com ela como se estivessem na Corte Imperial. Tudo pode, tudo se permite, até isso. O povo e eleitor, ao que parece, é mero detalhe. Se fechar o Congresso, não fará falta ao Brasil.

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