Senadores saem em defesa do general Eduardo Villas Bôas em reunião da CAE
O desentendimento entre integrantes e apoiadores do governo repercutiu na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
O desentendimento entre integrantes e apoiadores do governo repercutiu na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Na reunião desta terça-feira (7), senadores saíram em defesa do general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército Brasileiro, atacado via redes sociais pelo filósofo Olavo de Carvalho, considerado o guru do presidente Jair Bolsonaro.
O primeiro a defender o general foi o presidente da CAE, senador Omar Aziz (PSD-AM), que afirmou ter convivido com Villas Bôas quando este chefiou o Comando Militar da Amazônia:
— Convivi com ele e também com o general Heleno [Ministro Chefe do Gabinete de Segurança Institucional] e dou meu testemunho do equilíbrio desses dois homens. Não estou falando de gente que quer botar gasolina no fogo. Posso dizer que são dois grandes brasileiros. Completos, democratas e que sempre tiveram o equilíbrio necessário. Fica aqui minha solidariedade aos generais que foram atacados. O general Villas Bôas é um homem de bem. É democrata e quer o bem do Brasil. Não podemos admitir um cidadão nos Estados Unidos falando de alguém que não conhece e com quem não conviveu — afirmou.
Outro representante do Amazonas, o senador Plínio Valério (PSDB) afirmou que vai apresentar em Plenário uma moção de repúdio ao filósofo Olavo de Carvalho. Segundo ele, "isso não pode passar em branco".
A senadora Kátia Abreu (PDT-TO), por sua vez, disse que nem governos de esquerda, como o de Lula e o de Dilma Rousseff, alguém se atreveu a debochar das Forças Armadas.
— Não são as Forças Armadas do Bolsonaro, mas dos brasileiros. Não podemos aceitar esse tipo de atitude de quem mora do outro lado do mundo. Peço ao Congresso Nacional que exija respeito — afirmou.
Paulo Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes, também foi alvo de críticas. O senador Omar Aziz reclamou do fato de o ministro apresentar constantemente números divergentes sobre diferentes setores econômicos, inclusive relativos à reforma da Previdência. Para o senador, o representante do Executivo divulga dados sem ter certeza.
— A pessoa mente e, como o que ele diz tem visibilidade nacional, a mentira vira verdade. Só que número não se erra. Dez vai ser sempre dez. Vinte vai ser sempre 20 [...] O ministro Paulo Guedes brinca de falar em números. Ele fala de desoneração de R$ 16 bilhões, depois de R$ 20, depois de R$ 40. Ele não tem os números, ele ouve dizer [...] Quando ele se posiciona, ele mente. A palavra é muito pesada, mas temos que dar um basta nas mentiras, pois o espaço que ele tem na mídia nacional nenhum de nós temos para contestá-lo — afirmou.
Já o senador Rogério Carvalho (PT-SE) reclamou de não ter acesso a informações sobre o impacto fiscal na mudança do sistema de repartição para o de capitalização, prevista pelo governo na reforma da Previdência. Segundo ele, enquanto o presidente Bolsonaro se preocupa com coisas menores, a economia segue sem reação.
— Enquanto o governo se ocupa em autorizar a atirador esportivo a transportar munição dentro do carro, já temos dez previsões de redução de crescimento econômico para 2019. O desemprego passa de 13 milhões. E não vemos medida efetiva para retomada do crescimento — lamentou.
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