Servidor Público – o filho sem pai, nem mãe, sem padrasto, nem madrasta

Vinte e Oito de Outubro, sábado, transcorreu o Dia do Servidor Público. Não me recordo de ter ouvido ou lido alguma mensagem felicitando a categoria pela passagem do seu dia.

Valdemir Caldas
Publicada em 30 de outubro de 2017 às 13:42

Vinte e Oito de Outubro, sábado, transcorreu o Dia do Servidor Público. Não me recordo de ter ouvido ou lido alguma mensagem felicitando a categoria pela passagem do seu dia. Melhor assim, pois de falsidade o servidor já anda com a paciência saturada. Na prática, o que ele quer, mesmo, é um salário decente, capaz de atender às suas necessidades básicas e da sua família, conjugado com melhores condições de trabalho.

A maioria dos servidores públicos, nos três níveis de poder, não tem motivo para festejar a data. Ao contrário, o que não faltam são razões para lamentar. Algumas categorias, sobretudo as que se encontram na base da pirâmide, devem dar graças a Deus por ainda estarem recebendo seus minguados salários no final de cada mês. Há três meses, o pessoal da Caerd não vê a cor do dinheiro.

Não é de hoje que o funcionalismo público vem sendo massacrado, aviltado, desvalorizado e sem perspectivas concretas de reversão do atual quadro de descalabro econômico-financeiro. Essa desesperança, aliás, é um sentimento nacional generalizado, que se espalha por todos os segmentos da população.

No âmbito do município de Porto Velho, a situação é revoltante. É uma ignominia os salários pagos pela administração do prefeito Hildon Chaves a maioria do funcionalismo, mas a reforma administrativa contemplou comissionados com salários de até treze mil reais.  A pretexto de se reduzir a folha de pagamento, direitos, conquistados, a duras penas, são frequentemente ameaçados, como responsáveis pelo suposto estouro da folha de pagamento, quando se sabe que a raiz do problema é outro.

Na época de eleição, muitos são os que se apresentam como pais ou mães dos servidores. Passada a refrega, porém, transformam-se em verdadeiros carrascos, dispostos a arrancar-lhes a última tira de couro do lombo. Impossível falar em comemorar o Dia do Servidor nesse clima de insegurança e frustração.

Nem tudo está perdido. Ainda há uma luz no final do túnel. Novos pleitos se avizinham. Até lá, espera-se que os colegas tenham aprendido a escolher melhor os que desejam representá-los nos mais diferentes postos de mando da República.

Impossível cumprimentar os servidores, pois faltam razões para isso, mas não poderia furtar-me de levá-los uma palavra de conforto. Ao presidente da Câmara Municipal de Porto Velho, Maurício Carvalho, até por uma questão de justiça, agradeço pela maneira respeitosa com que vem tratando os servidores da Casa, assegurando-lhes direitos e conquistas, cuja postura deveria servir de exemplo para muitos administradores da coisa pública.

Comentários

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    ROSE ferreira 30/10/2017

    É lamentável, que o governo federal venha tratando os servidores públicos, como se fossem os culpados de tudo de ruim no Brasil. Ele esquece que os SERVIDORES PÚBLICOS de fato são aqueles que se submeteram a um concurso público, estudaram muito para ganhar um salário que é arrochado pelo IRRF, INSS. Ao contrário dos comissionados, que: entram pela janela, tem salários astronômicos.

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