Servidores da saúde garantem greve se PCCR não for enviado às categorias

Reunião entre representantes do Governo e Sindicatos firmou prazo final para 11 de janeiro. Se o plano não chegar à mão das categorias, greve geral começa nesse dia

Felipe Corona/Tudorondonia/Fotos: Jefferson Carvalho/Rede Amazônica e reprodução de internet
Publicada em 08 de dezembro de 2020 às 12:55
Servidores da saúde garantem greve se PCCR não for enviado às categorias

PORTO VELHO – O Tudo Rondônia entrou em contato com representantes de sindicatos que defendem trabalhadores da saúde. Eles fizeram diversos protestos denunciando o sucateamento do sistema público estadual, além do atraso no envio do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCR) das categorias, o que segundo os sindicatos, ocorre desde 2012.

Em meados de novembro, um boneco chamado de Errando ao Máximo, com a foto do secretário estadual da Saúde, Fernando Máximo, que também é médico, foi colocado em frente ao Hospital João Paulo II. A caricatura trazia inscrições como “traidor”, “Judas”, “governador Marcos Arrocha” e uma frase: “Conheceis a verdade e a verdade vos libertará”.

Já na última sexta-feira (04), servidores fizeram o enterro simbólico da saúde, denunciando as péssimas condições de trabalho. O ato começou próximo ao Hospital de Base e seguiu até o prédio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), no Centro Político-Administrativo do Governo de Rondônia.

Se o PCCR das categorias não for entregue até 11 de janeiro, para debate e avaliação, a greve começa a partir desse dia. “Tivemos uma reunião com vários secretários e os sindicatos. O Governo pediu mais prazo para encerrar os estudos e entregar o documento para a gente. Se mais essa promessa não for cumprida, retomamos a greve geral, com paralisação total dos nossos trabalhos”, disse a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde (Sindsaúde), Célia Campos.

Outro problema grave, segundo os trabalhadores da área são as condições precárias de trabalho e o afastamento sucessivo de servidores por doenças adquiridas nos plantões. “Tá faltando todo o tipo de material. Até bisturi, que o secretário disse que é ‘fake news’, faltou. E isso foi descoberto em uma inspeção do Cremero. Os funcionários estão adoecendo por tudo. Antes da Covid, era por coluna, síndrome do pânico e problemas psicológicos. Aí veio a pandemia e piorou a situação”, falou o presidente do Sindicato da Enfermagem do Estado de Rondônia, Charles Alves.

Os quatro sindicatos envolvidos no movimento grevista (médicos, enfermagem, trabalhadores da saúde e administrativos) destacaram que a paralisação só não ocorreu por conta de uma liminar conseguida pela Sesau, que suspendeu a possibilidade da paralisação geral, mas já há um recurso que aguarda julgamento.

De acordo com o Sindsaúde, uma cópia do PCCR que será apresentado, já chegou às mãos das diretorias dos sindicatos. Segundo eles, haverá a extinção de cargos como auxiliares de enfermagem e veterinários, além do remanejamento de 758 servidores para Sesau, Agevisa, Setas e Fhemeron.

Os sindicatos também repassaram ao Tudo Rondônia que haverá a extinção da gratificação por antiguidade. Ou seja, pela proposta do Governo do Estado, o servidor que entrar agora terá o mesmo salário dos mais antigos, com 10, 20 ou 30 anos de serviços. Todos foram unânimes e dizem que não aceitarão essa redação retirando direitos adquiridos.

Outro lado

Por meio da assessoria de comunicação, a Sesau informou que “durante a pandemia não pode ter greve. O estado está trabalhando no PCCR dentro do cronograma repassado aos sindicatos e que foi acordado para ser apresentado em janeiro de 2021”.

A resposta ainda destaca que “existe uma lei federal em que nenhum estado pode conceder qualquer aumento até 2022. Ou seja, mesmo com a aprovação, o novo PCCR só será implantado em 2022”.

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