Severidade da seca fica estável no Acre, mais intensa no Amazonas e em Rondônia e mais branda em Tocantins, segundo a última atualização do Monitor de Secas

Áreas com seca aumentaram no Amazonas e em Tocantins. Em Rondônia houve a redução da área com o fenômeno, que se manteve em 100% do Acre entre dezembro e janeiro

Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)
Publicada em 02 de março de 2023 às 09:43
Severidade da seca fica estável no Acre, mais intensa no Amazonas e em Rondônia e mais branda em Tocantins, segundo a última atualização do Monitor de Secas

Entre dezembro e janeiro, a seca se intensificou em Rondônia, com o surgimento de seca grave em 10% do estado, conforme a última atualização do Monitor de Secas. No Amazonas o fenômeno também ficou mais severo com o aumento da área com seca grave de 2% para 4% do estado. No sentido oposto, em Tocantins, a seca ficou mais branda com o desaparecimento da área com seca grave e a redução da seca moderada no território tocantinense. Já no Acre a severidade da seca seguiu estável entre dezembro e janeiro. 

Na comparação entre os dois meses, a seca seguiu presente em 100% do Acre. No Amazonas o fenômeno passou de 66% para 63% do território do estado nesse período. Tocantins também teve o aumento da área com seca de 30% para 19% do estado. Por outro lado, houve o aumento da área com o fenômeno em Rondônia, que subiu de 62% para 70% do estado. Saiba mais sobre os destaques dos dois estados do Norte acompanhados pelo Monitor de Secas.

Cenário nacional

Entre dezembro e janeiro, em termos de severidade da seca, houve uma intensificação do fenômeno no Amazonas, Rio Grande do Sul e Rondônia, conforme o Monitor de Secas. Em outros sete estados, a seca ficou mais branda: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, São Paulo e Tocantins. Sete unidades da Federação ficaram livres do fenômeno em janeiro: Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Pernambuco, Piauí e Sergipe. A seca ficou estável em termos de severidade em seis estados: Acre, Ceará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Santa Catarina. Já em Alagoas a seca voltou a ser registrada em janeiro.

Na comparação entre os dois meses, nove estados registraram a diminuição da área com seca: Amazonas, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins. Na Bahia, Distrito Federal e Espírito Santo o fenômeno deixou de ser registrado em janeiro e as três unidades da Federação se juntaram a quatro estados nordestinos que seguiram livres de seca: Maranhão, Pernambuco, Piauí e Sergipe. No Acre, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio Grande do Sul e Santa Catarina as áreas com seca se mantiveram estáveis em janeiro, enquanto a extensão do fenômeno se ampliou no Rio Grande do Norte e em Rondônia. Em Alagoas a seca voltou a ser registrada após seis meses sem registro do fenômeno no estado. 

As cores do gráfico indicam as regiões CENTRO-OESTESUDESTENORDESTESUL e NORTE

Dois estados registraram seca em 100% do território em janeiro: Acre e Rio Grande do Sul; sendo que para percentuais acima de 99% considera-se a totalidade dos territórios com seca.

As cores do gráfico indicam as regiões CENTRO-OESTESUDESTENORDESTESUL e NORTE.

Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, o Amazonas lidera a área total com seca de janeiro, seguido por Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e São Paulo. No total, entre dezembro e janeiro, a área com o fenômeno caiu de 3,67 milhões para 3,23 milhões de quilômetros quadrados, o equivalente a 38% do território brasileiro.

As cores do gráfico indicam as regiões CENTRO-OESTESUDESTENORDESTESUL e NORTE

O Monitor de Secas

O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar o planejamento e a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.

Coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), o Monitor de Secas é desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. As instituições que atuam no Monitor de Secas em suas respectivas unidades da Federação são as seguintes:

  • AMAZONAS: Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Amazonas (SEMA);
  • ACRE: Secretaria de Estado do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas (SEMAPI);
  • RONDÔNIA: Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (SEDAM);
  • TOCANTINS: Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH).

O Monitor abrange as cinco regiões do Brasil, o que inclui os nove estados do Nordeste, os três do Sul, os quatro do Sudeste, os três do Centro-Oeste mais o Distrito Federal, além do Acre, Amazonas, Rondônia e Tocantins. O processo de expansão continuará em 2023 até alcançar todas as 27 unidades da Federação, com a inclusão do Amapá, Pará e Roraima neste ano. 

O projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração. Por meio da ferramenta, é possível comparar a evolução das secas nos 23 estados e no Distrito Federal a cada mês vencido.

A metodologia do Monitor de Secas foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno ou uma seca relativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região.

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