TJRO implantará qualificação para cargos comissionados com reservados para negros
A capacitação deverá levar em conta as atribuições indispensáveis para o provimento no cargo em comissão ou função gratificada, nas áreas de direito, administração, contabilidade, economia, tecnologia da informação, saúde, gestão, liderança, inovação, sustentabilidade, dentre outras
Pouco mais de três meses depois da publicação da Resolução 256/2022, que instituiu política para reserva de vagas para negros(as) no provimento de cargos em comissão e funções gratificadas, o presidente do Tribunal de Justiça de Rondônia, desembargador Marcos Alaor Diniz Grangeia, e o diretor da Escola da Magistratura, desembargador Raduan Miguel Filho, se reuniram para acertar os próximos passos da instituição para fazer valer as proposituras afirmativas com relação à igualdade racial no Poder Judiciário.
O objetivo da conversa foi justamente tomar providências para o cumprimento do artigo terceiro da Resolução, que trata da capacitação aos(às) servidores(as) efetivos(as) negros(as), bem como para profissionais externos(as) ao seu quadro interessados(as) em se qualificar para o exercício dos cargos em comissão e funções gratificadas, por intermédio da Emeron.
A Resolução prevê a reserva de 50% dos cargos em comissão e funções gratificadas de secretarias, diretorias, coordenadorias, divisões, departamentos, seções, núcleos, assessorias, dentre outros que vierem a vagar, a servidores(as), efetivos(as) ou não, que se autodeclararem negros(as) ou pardos(as). Como normatiza a resolução, considera-se negro(a) aqueles(as) que se autodeclararem pretos(as) ou pardos(as), conforme o quesito cor ou raça utilizado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A capacitação deverá levar em conta as atribuições indispensáveis para o provimento no cargo em comissão ou função gratificada, nas áreas de direito, administração, contabilidade, economia, tecnologia da informação, saúde, gestão, liderança, inovação, sustentabilidade, dentre outras. As pessoas que concluírem satisfatoriamente o curso poderão integrar um Banco de Talentos pelo período de 2 (dois) anos, contados a partir da emissão do certificado, mediante requerimento destinado à Secretaria de Gestão de Pessoas.
Na reunião, que contou ainda com a presença do juiz auxiliar da presidência, Guilherme Baldan e da vice-diretora da Emeron, Karina Sobral, ficou definida a formação de um grupo de trabalho composto de membros tanto do Tribunal quanto da Escola e, também, a definição de um plano de ação com cronograma de cumprimento das ações necessárias.
A política tem como base a Constituição Federal de 1988, do que decorre a necessidade de promoção dos direitos humanos de todas as pessoas em igualdade de condições, além de leis e resoluções que buscam efetivar a igualdade racial. Além da reserva de vagas, a resolução também prevê que, anualmente, a Escola da Magistratura (Emeron) vai oferecer capacitação de forma gratuita.
O Conselho Nacional de Justiça já dispõe da Resolução N. 336/2020, sobre a promoção de cotas raciais nos programas de estágio dos órgãos do Poder Judiciário nacional. Além disso, pesquisa realizada em 2021, também pelo CNJ, deu um panorama sobre negros e negras no Poder Judiciário, informações que deram elementos à elaboração da normativa.
Cumprimento de Metas
Outra pauta tratada na reunião foi a capacitação ou formação de servidores(as) e magistrados(as), também uma diretriz institucional no TJRO. Para tanto, metas são estabelecidas pela estratégia do Poder Judiciário e pelo Conselho Nacional de Justiça, tema também discutido na reunião.
Na Estratégia do PJRO estão as seguintes metas: (M34) Fomentar, para que se alcance até dezembro de 2026, no mínimo, 40% de magistradas, magistrados, servidoras e servidores em nível de pós-graduação lato ou stricto sensu; (M35) Fomentar, para que se alcance até dezembro de 2026, a participação de 90% de magistradas e magistrados em ações de capacitação; e (M36) Fomentar, para que se alcance até dezembro de 2026, a participação de 80% de servidoras e servidores em ações de capacitação.
Em relação ao Prêmio, o TJRO conta com a capacitação de servidores(as) e magistrados(as) nos seguintes temas: Política de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral, ao Assédio Sexual e à Discriminação; Justiça Restaurativa; Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; Centros Especializados de Atenção à Vítima; Acessibilidade e Inclusão; Infância e Juventude; Inovação; dentre outros.
Assim, a Estratégia Institucional estabelece as diretrizes quantitativas a respeito da formação/capacitação de magistrados(as) e servidores(as). E o CNJ, principalmente por meio do Prêmio, define quais são os principais temas que deverão ser abordados.
Todas as metas e objetivos são parâmetros para que os serviços prestados pelo Poder Judiciário à população alcancem níveis de excelência e satisfação, por meio da ampliação do acesso à Justiça e da constante melhoria de estrutura e processos de trabalho.
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