Transmissões pela internet viram parte do cotidiano dos brasileiros

O melhor de tudo é que a relação entre telespectador e transmissor não é unidirecional, uma vez que é possível participar ativamente da live a que se está assistindo por meio de mensagens de chat e doações em dinheiro

Redação
Publicada em 23 de junho de 2020 às 09:45
Transmissões pela internet viram parte do cotidiano dos brasileiros

Apesar das inúmeras tentativas – por parte de computadores de mesa, computadores portáteis e smartphones – de tomar o posto da televisão, o eletrodoméstico continua reinando nas salas de estar mundo afora. Entretanto, além dos canais tradicionais de televisão e das plataformas de streaming cujos aplicativos já acompanham a televisão desde a fábrica, as tevês brasileiras têm recebido também cada vez mais transmissões ao vivo. Graças ao YouTube e à Twitch, tais transmissões – também chamadas de “lives” – chegam às nossas casas sem muitos entraves, exigindo tão-somente uma conexão razoável de banda larga.

O melhor de tudo é que a relação entre telespectador e transmissor não é unidirecional, uma vez que é possível participar ativamente da live a que se está assistindo por meio de mensagens de chat e doações em dinheiro. O telespectador mais extrovertido pode até mesmo se tornar um provedor de lives também, bastando um celular e um aplicativo para dar os primeiros passos nessa empreitada.

Grandes empresas, grandes audiências

As transmissões ao vivo pela internet são práticas até antigas, considerando o momento em que se tornaram parte integral das nossas vidas. O primeiro “boom” de popularidade veio por meio do website Justin.tv, criado em 2007 nos Estados Unidos, que permitia que qualquer pessoa pudesse fazer transmissões online para o público via rede mundial de computadores.

Em 2011, a Justin.tv criou a Twitch como uma plataforma exclusiva para transmissões de jogos. Eventualmente, a Twitch tornou-se bem maior do que a sua contraparte original, sendo comprada pela gigante de tecnologia Amazon pouco depois de sua integração com a Justin.tv – que deixou de existir logo depois dessa aquisição.

O YouTube, que é subsidiário de outra gigante do mercado de tecnologia, a Google, não poderia ficar de fora dessas. A empresa começou a se focar em transmissões a partir de 2015 por meio de iniciativas como o YouTube Gaming (que foi descontinuado no ano passado) e a introdução de lives para canais que conseguissem entrar no programa de monetização da plataforma.

Hoje em dia, tanto Twitch quanto YouTube são as casas de transmissões de vários artistas famosos do Brasil e do resto do mundo. O Brasil é quem acaba dominando os rankings de maiores audiências nas transmissões realizadas principalmente via YouTube, com artistas famosos do sertanejo, como Marília Mendonça, Jorge & Mateus e Gusttavo Lima, tendo atraído entre 2,77 e 3,31 milhões de espectadores simultâneos em suas lives no mês de abril.

Artistas de Rondônia também têm atraído o público por meio de transmissões ao vivo. Em uma live no mês passado, a Banda Distopia fez arrecadação de alimentos na capital, Porto Velho. Já no fim do mês de abril, a Fundação Cultural de Vilhena promoveu vários shows transmitidos na internet por artistas locais por meio do projeto Culture-se.

Mais do que música

As lives não têm sido um fenômeno exclusivo para artistas de grande renome, uma vez que músicos antes mais conhecidos a nível regional têm alcançado grande sucesso em suas transmissões. Teresa Cristina, cantora de samba famosa nos círculos musicais do Rio de Janeiro, é um dos melhores exemplos disso. A artista usa não só o YouTube, mas também o Instagram e canais de televisão como o Multishow para transmitir shows e conversas com o público e outros artistas. Com isso, seu público tem se expandido para além da capital fluminense, chegando a outros lugares do país e do resto do mundo. Entretanto, as lives com grandes audiências não são um fenômeno exclusivo do meio musical. Na página de canais ao vivo do YouTube, as opções são bem variadas, indo de notícia a shows de comédia.

Setores diversos, especialmente os relacionados à indústria do entretenimento e ao jornalismo, têm vislumbrado na tecnologia de live streaming uma forma de ampliar sua gama de serviços e oferecer aos usuários novas formas de se divertir e se informar. No âmbito do entretenimento, um exemplo interessante é a Mixer, plataforma de streaming de jogos da Microsoft que surgiu para rivalizar com a Twitch e que hoje é a casa de alguns dos streamers mais famosos do mundo, como Ninja e shroud. As ferramentas disponibilizadas pela plataforma são bastante semelhantes às da Twitch, e o site tem se provado útil tanto para jogadores profissionais quanto para amadores. Outro exemplo que ilustra de maneira clara como os serviços de streaming têm ampliado a oferta de produtos disponibilizados por diferentes portais é o do ramo de cassinos online, com sites como a da Betway, oferecendo jogos de cassino online. As transmissões ao vivo, realizadas em alta definição e aliadas a outras tecnologias, como a multicâmera, permitem à plataforma oferecer a seus usuários uma experiência imersiva e que mimetiza a atmosfera dos cassinos reais, fazendo com que modalidades como roleta e blackjack, por exemplo, sejam jogadas com a mesma emoção proporcionada pelos estabelecimentos físicos. Redes sociais também fazem parte deste mercado, com sites como o Facebook Watch transmitindo notícias e jogos e se conectando, dessa forma, tanto ao mundo do entretenimento quanto ao universo jornalístico. Ou seja, em um único canal os usuários conseguem encontrar informação e diversão, uma combinação semelhante à oferecida pela programação dos canais de televisão.

Acessibilidade aumenta graças aos avanços tecnológicos

Um dos melhores aspectos dessas transmissões é a sua acessibilidade. Boa parte dos eletroeletrônicos hoje em dia, de televisões e computadores a celulares baratos, permitem o acesso a YouTube, Twitch e outras plataformas de transmissão ao vivo por meio de aplicativos ou browsers.

O processo é facilitado e incentivado pelos programadores responsáveis por desenvolver e melhorar esses serviços. Ao longo dos anos a popularização do streaming, e a demanda por acesso em múltiplos tipos de aparelho, fez com que mais esforços fossem colocados em desenvolver formas alternativas de acesso às plataformas. Hoje em dia, boa parte da audiência de vídeos por demanda e de lives vêm de aparelhos portáteis como celulares e tablets.

Foto: unsplash.com

Todas essas plataformas já mencionadas, além de serviços de videoconferência, como o Zoom, têm se tornado “xodós” no mercado de ações lá fora. Os investidores já perceberam que as transmissões por áudio e vídeo se tornaram parte integral do nosso cotidiano, tanto na vida pessoal quanto profissional, e que isso só tende a aumentar. Esse avanço não se limita, entretanto, a empresas, visto que órgãos públicos também têm se modernizado nesse sentido e vêm realizando transmissões por meio do Google Meet e do YouTube, sendo um exemplo o Tribunal Regional do Trabalho de Rondônia e Acre.

No fim do dia, as transmissões ao vivo são apenas uma das várias pontas cuja sustentação se encontra no avanço tecnológico da infraestrutura de redes mundo afora. Um avanço que não só incrementa velocidades de conexão, mas que também torna o acesso a esses novos confortos um processo mais fácil, e mais econômico.

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