Transporte escolar aquaviário entra em operação e permite alunos ribeirinhos sonhar com um futuro melhor

Agora tudo será diferente. Os barcos estão a todo o vapor e os estudantes empolgados

Cléber Souza Fotos: Chapinha Paes/ Fábio Elias
Publicada em 11 de setembro de 2019 às 10:17
Transporte escolar aquaviário entra em operação e permite alunos ribeirinhos sonhar com um futuro melhor

Raiane, sonha em ser advogada, e ver nos estudo um futuro melhor

Apaixonada por matemática, ciências e geografia, Raiane Braga Sodré, 18 anos, estudante do 8° ano do ensino fundamental da Escola Estadual General Osório, do distrito de Calama, diz estar feliz com o retorno do transporte aquaviário escolar na comunidade. Esse é o único meio para a jovem, que sonha em ser advogada, chegar à escola.

A estudante, moradora do distrito de Demarcação, levanta às 4h da manhã para começar a se arrumar, tomar o café reforçado e aguardar na beiro do rio o transporte fluvial, que chega por volta das 6h, para conduzir a estudante para a escola. Segundo Raiane, o percurso até a escola leva, em média, 45 minutos de barco. “É uma rotina difícil. Mas sei que esse sacrifício, acordar de madrugada, vale muito à pena. O estudo irá recompensar todo o esforço que faço para chegar à escola”, diz.

Alisson Vieira está feliz por retornar as aulas e pretende concluir o colegial

De acordo com Raiane, ela e os colegas de classe, que dependem do transporte aquaviário, ficaram há quase sete meses sem aula, mas quando o Governo de Rondônia assumiu a responsabilidade de disponibilizar o transporte aos alunos, e com a chegada de 16 embarcações para atender o transporte dos estudantes ribeirinhos, a jovem diz que ressuscitou o sonho de se tornar advogada e, futuramente, juíza. “Vejo o retorno das embarcações como uma grande conquista do governo para os estudantes que dependem do transporte aquaviário. Só tenho a agradecer ao governador por te se sensibilizado com a nossa situação, e conseguido enviar os barcos para nos trazer de volta à escola”.

Para Alisson Vieira Guimarães, 21 anos, que faz o 1° ano do ensino médio na Escola Estadual General Osório, no período da tarde, o retorno das embarcações significa a esperança de um futuro melhor. “Sem estudo a gente não chega a lugar nenhum”.

O estudante, morador do distrito de Demarcação, também leva 45 minutos para chegar à escola. Ele sonha em concluir o ensino médio para entrar na faculdade. “Estou muito feliz porque o governo conseguiu os barcos para nos trazer para estudar, pois lá em Demarcação não tem ensino médio e eu dependo dos barcos para vir para o distrito de Calama estudar e não ficar parado. Muito obrigado governador, continue empenhado a nos ajudar” disse Alisson Vieira.

O pai de família José Neto Alves diz que agora está tranquilo com o retorno das embarcações

José Neto Alves dos Santos, morador da localidade de Santa Izabel, disse que a falta dos barcos estava trazendo um desanimo desesperador, pois tem cinco filhos que estudam no distrito de Calama e dependem das embarcações para estudar. Ele e a esposa pensaram em deixar suas terras e migrar para Porto Velho para que os filhos não ficassem sem estudar, durante o período em que os barcos estavam paralisados. Mas, agora, que o governo assumiu o transporte aquaviário, não será mais necessário deixar a comunidade onde mora há anos.

“Esses barcos não podiam ter sido paralisados, pois prejudicou muito os estudos dos nossos filhos, mas o governo tomou a decisão certa, assumiu o transporte e conseguiu trazer os barcos. Isso nos deixa tranquilos, pois temos a certeza que nossos filhos estão estudando e terão um futuro melhor”, disse o pai de família.

Para a direção da Escola General Osório, o retorno das embarcações é a esperança para os pais dos alunos e alegria para o corpo docente da escola que estava sentindo a falta dos alunos, e sofrendo com o prejuízo que a paralisação dos barcos estava causando aos estudantes. “Agora tudo será diferente. Os barcos estão a todo o vapor e os estudantes empolgados. Nós estamos nos ajustando para que tudo se regularize e os estudantes não percam mais nada daqui pra frente” disse a diretora Jana Gusmão.

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