Transposição: Privilégio para um estado e retrocesso para Rondônia e Roraima
Mais um capítulo da enrolação política e a bancada federal segue inerte
A publicação das atas de segunda-feira, 20/05 foi a gota d’agua que faltava para tirar o véu da transposição, pois ficou cabalmente visível o privilégio para um estado, em detrimento dos outros dois coirmãos. Esse tipo de ocorrência traz a lume um acontecimento das eleições de 2018, que deu causa a uma fiscalização do Tribunal de Contas da União-TCU, porque naquele contexto havia um tratamento de favoritismo perpetrado pela Comissão de Transposição que prestigiava um estado em detrimento dos outros dois. Agora estamos com essa mesma prática, vejamos:
A ata do estado do Amapá foi publicada ontem com 113 processos com uma Câmara de julgamento composta por 7 membros e mais o presidente. A Câmara de Rondônia, com 5 membros e o presidente analisaram 87 processos, sendo que 40 processos não tiveram julgamento de mérito por motivo de indeferimento motivado por um Parecer. Mas a surpresa geral ficou para a Câmara de Roraima, que conta com 6 membros e mais o presidente, analisaram minguados 48 processos. Fica a indagação: sem entrar no mérito quanto ao estado de Rondônia, que sempre foi o patinho feio da transposição, que fenômeno pode explicar a performance da Câmara do Amapá produzir 65 processos a mais do que a Câmara de Roraima em uma semana? O privilegio está evidente.
Quanto à ata de Rondônia, vale a citação da gíria popular, parece mais uma “cantiga de grilo” com a mesma motivação para indeferimento de todos os processos de servidores estatutários que já estão no quadro da Uniao faz mais de 7 anos, isto porque um Parecer Jurídico aguardado desde 2019 foi divulgado neste ano e impede a correção do nível dos cargos dos servidores transpostos, que foram erroneamente incluídos no nível auxiliar, quando seria correto serem classificados no nível intermediário.
Após a divulgação do Parecer sabe-se que foi combinado entre o presidente da Comissão e os representantes sindicais de Rondônia que a CEEXT adotaria o procedimento administrativo do devido processo legal, que neste caso significa suspender a inclusão dos processos em ata e aguardar por uma contestação por escrito do Parecer que seria apresentada pelas entidades sindicais, ou por outra alternativa, a Comissao comunicaria por meio de oficio aos servidores sobre o teor do Parecer para evitar o indeferimento caso a caso. Entretanto, passando por cima do acordo com os representantes das categorias, a Comissão insistiu e criou uma demanda de trabalho desnecessária, visto que a transposição dos servidores que estão no nível auxiliar em nada mudará com a decisão atual da CEEXT, a não ser dar causa a um retrabalho que abrange mais de mil servidores de Rondônia.
Mas antes que fique no esquecimento, nem mesmo a Ata de Revisão de processos fugiu ao incontestável privilégio para o estado do Amapá e pasmem, dos 20 processos julgados, o total de 16 são do estado Rei/Amapá, sobrando apenas 4 revisados para Roraima, e como sempre para Rondônia não chegou a ter sequer um processo de revisão.
A CEEXT tem demonstrado uma total falta de compromisso com a transparência do trabalho e um completo descaso com a apresentação do balanço da Comissão que colocaria em evidencia essas desigualdades de números entre as Câmaras de Julgamento dos três estados.
Diante desse quadro desolador sobressaem algumas perguntas: O que está acontecendo dentro da Comissão de Transposição para haver tamanho privilegio para um estado? Comenta-se nas redes sociais que a transposição virou um foguete para o estado do Amapá. Então por que está de marcha ré para outros dois, retrocedendo para o que aconteceu em 2018? O que leva a Camara do Amapá com 7 membros julgar 113 processos e a Câmara de Roraima com 6 membros julgar apenas 48 na mesma semana? Parece que o Amapá virou o queridinho da Comissão, o que configura uma inobservância ao princípio da impessoalidade, o que parece uma ação entre amigos. Já Roraima e Rondônia são considerados os patinhos feios da transposição e tem de se contentarem com números bem inferiores aos apresentados em atas semanais.
Passa da hora de uma ação enérgica dos órgãos de controle como a CGU, o TCU e de um olhar corretivo do próprio Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos-MGI, para que sejam observados os princípios da administração pública e evitar tratamento diferenciado por motivo de amizade entre gestores e seus administrados. É o mínimo que se espera de um órgão público.
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Comentários
A verdade tem que ser dita doa a quem doer. Depois que o senador Raupp saiu do senado, a transposição de RO perdeu um grande aliado. Os senadores e deputados que o sucederam nada, ou pouco fizeram pela transposição.
Em primeiro lugar parabéns ao jornalista da materia sempre atento ao tema transposição entretanto eu leitor já disse aqui nessa coluna reiterada vezes que o estado do Amapa tem sido privilegiado no que tange a transposição por um motivo muito simples: Amapa tem o líder do Governo no Congresso que por sinal está bem alinhado com a ministra de gestão a excelentíssima sra. Ester wernec e nos de rondonia temos quem: Temos uma bancada bolsonarista/Negacionista vinculada ao Bozo que apoia fake news para desestabilizar o atual governo.. e quem está pagando o Pato são os servidores e ex- dos ex-territorios.. procurem lembrar de cada um desses políticos que compõe essa bancada nas próximas eleições
Tá indo é bem, um estado onde 70,,%, são bolsonaristas. E ainda tem a comédia da PEC 47, se for aprovada, com os jabutis, levará uns vinte anos para transpor todos.
Acredito que a pergunta que deve ser feita não é "O que está acontecendo dentro da Comissão de Transposição para haver tamanho privilegio para um estado", mas o que está acontecendo fora da comissão. Enquanto o estado do Amapá se coloca como protagonista nesse processo devido a sua Bancada Federal forte, comprometida e atuante, em Rondônia temos uma Bancada apática, inoperante, comportando-se como viúvas inconsoláveis e desesperadas que não fazem mais nada a não ser propagar mentiras e impropérios contra o atual governo por não aceitarem a derrota democrática que tiveram nas últimas eleições.
Realmente, a bancada federal de Rondônia não demonstra interesse/vontade em resolver assunto voltado para a transposição e parece que a prática/ação (sem prática/sem ação) será continua, uma pena! Diferente dos políticos do Amapá, que lutam de forma veemente pelos direitos das pessoas daquele estado. Que os rondonienses escolham nas próximas eleições, políticos que representem e busquem com eficácia os interesses da sociedade rondoniense.
Na minha humilde avaliação, acho que os processos de transposição do Estado de Rondônia, estão caminhando “a passos de tartaruga”, devido a inércia ou pouca atuação da Bancada Federal do referido estado. A totalidade de oposição ao governo, o que dificulta o diálogo. Parte da bancada prefere ficar compartilhando notícias falsas (Fake News). Até moção de repúdio para a Madona já propuseram.
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