Tsunami eleitoral

As eleições deste ano foi o que se poderia chamar de um tsunami eleitoral.

Valdemir Caldas
Publicada em 08 de outubro de 2018 às 09:02
Tsunami eleitoral

(*) Valdemir Caldas

A substancial renovação da Bancada Federal de Rondônia, além da decepção causada a muitos dos que atualmente exercem mandato de deputado federal, há de deixar ensinamentos úteis a quem se interessa por política. O observador ou político não pode deixar de considerar os números já divulgados, tanta a compreensão deles para o processo democrático e, dentro desse contexto, os seus aspectos meramente eleitorais.

Dos oito representantes de Rondônia na Câmara Federal, apenas três conseguiram se reeleger. Na família Raupp, a decepção veio em dose dupla.  A deputada federal Marinha Raupp (MDB), que, em 2014, se reelegeu com quase 62 mil votos, agora, aparece na décima sétima colocação, com pouco menos de 19 mil votos, atrás da estreante Cristiane Lopes, vereadora pelo município de Porto Velho, que amealhou mais de 20 mil votos.

Seu marido, o senador Valdir Raupp (MDB), que buscava mais uma reeleição, simplesmente foi humilhado nas urnas, amargando a sexta posição, apesar de todas as pesquisas apontarem uma vitória fácil dele, fazendo dobradinha com o ex-governador Confúcio Moura, que chegou em segundo lugar, quando as sondagens o colocava em primeiro.

Das ruas para os gabinetes refrigerados o clamor da população se fez sentir por mudanças significativas nas práticas políticas e administrativas vigentes nos quatro cantos do país. No Acre, o clã dos irmãos Tião e Jorge Viana, que mandavam e desmandavam no Estado há mais de vinte anos, ruiu. Se ontem foi a prisão de um ex-presidente da República que serviu para mobilizar multidões, os resultados eleitorais ratificam a reivindicação e a torna irreversível, manifestando da forma como fizeram os eleitores, expressando sua esperança de que o combate à corrupção alcance todos os escalões da República, e não somente os órgãos Legislativos.

Isso mostra que a maioria da população não é boba. Aos poucos ela vai amadurecendo e revelando os frutos desse amadurecimento, não se deixando iludir facilmente por aqueles que veem a política como profissão rendosa, uma extensão de seus negócios pessoais, familiares ou de grupos. Muitos vão chorar na cama que é lugar quente, enquanto aguardam o desenrolar da Lava Jato. As eleições deste ano foi o que se poderia chamar de um tsunami eleitoral.

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