Um paciente terminal chamado saúde municipal

Assunto recorrente, o caos que impera na saúde do município de Porto Velho continua a desafiar a capacidade dos responsáveis pelo setor.

Valdemir Caldas
Publicada em 13 de março de 2018 às 11:09

Assunto recorrente, o caos que impera na saúde do município de Porto Velho continua a desafiar a capacidade dos responsáveis pelo setor. A discussão em torno da grave questão ainda não conseguiu promover medidas capazes de, a um só tempo, minimizar os atuais problemas e evitar seu agravamento. Em geral, predominam a incompetência e a falta de respeito para com a população, que paga uma infinidade de impostos, mas não recebe a contrapartida oficial, em termos de serviços de qualidade.

O clamor parte dos quatro cantos da cidade. Recentemente, moradores da zona sul protestaram contra a carência de médicos e medicamentos numa Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Na sessão plenária de segunda feira (12), o vereador Aleks Palito foi à tribuna e criticou a falta de vacina para crianças de zero a cinco anos. O posto de saúde do distrito de Jaci Paraná está entregue às moscas. Os servidores, coitados, vêm fazendo das tripas coração, superando seus próprios limites, realizando o possível e o impossível para conseguir aliviar o sofrimento da população. A impressão é de que se está pregando a ouvidos moucos, já que ninguém toma nenhuma providência.

O prefeito Hildon Chaves deveria deixar o conforto do gabinete palaciano para avaliar de corpo presente os problemas que o desafiam na área da saúde. Talvez assim, se sensibilizasse com a dor daqueles que, por não disporem de um plano de saúde, são obrigados a recorrer ao poder público, apesar de terem que enfrentar no dia a dia uma série de outras dificuldades, próprias de um país que insista em tratar seu povo com desprezo.

Mais triste, ainda, é saber que muito dinheiro público vem sendo jogado pelo ralo, seja pela corrupção de uns, seja pela incompetência de outros, enquanto pioram os serviços públicos em todos os seus setores, sendo que na saúde a ferida fica cada vez mais exposta, como um tumor corroendo as entranhas do paciente em estado terminal.

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