Vereador explica venda de marmitex por restaurante de sua família e diz que está sofrendo perseguição política em Vilhena

Vereador diz que sofreu ameaça para mudar voto em CPI contra colega.

Folha do Sul 
Publicada em 22 de outubro de 2018 às 11:16
Vereador explica venda de marmitex por restaurante de sua família e diz que está sofrendo perseguição política em Vilhena

Numa entrevista coletiva concedida na manhã desta segunda-feira, 22, no restaurante La Varanda, empresa que pertence a sua família, o vereador Rafael Maziero (PSDB), resolveu se antecipar a uma informação que vinha circulando nos bastidores da política vilhenense e que ameaçava ser transformada em “escândalo”.

O parlamentar explicou a venda de marmitex do restaurante dos pais para a Secretaria Municipal de Agricultura de Vilhena. Segundo ele, a contratação do serviço foi pelo critério de menor preço. “Outros dois restaurantes da cidade apresentaram propostas de R$ 12,50 e R$ 12. A do La Varanda foi R$ 11”, revelou, garantindo que não há ilegalidade na transação.

Mesmo afirmando que o fornecimento não fere a lei, o tucano revelou que resolveu se antecipar para dar exemplo e se disse vítima de “perseguição política”. Admitiu não ter os nomes de quem estaria por trás disso, mas adiantou que pretende investigar o caso. E acrescentou: nada foi pago, ainda, pelo município ao estabelecimento.

Maziero explicou que a disseminação da informação é uma retaliação por sua postura na Câmara e fez uma acusação grave: “Tentaram me ameaçar e até mudar o meu voto na CPI contra o vereador Célio Batista, com base nessa informação, mas eu não me intimidei e continuarei mantendo minhas posições”.

Rafael se refere à votação na qual era julgado outro vereador (Célio Batista, do PR), acusado de corrupção, improbidade e quebra de decoro. O parlamentar investigado foi absolvido, mas Maziero votou por sua cassação por improbidade. A quebra de decoro nem chegou a ser analisada. O relatório elaborado por ele não viu provas suficientes para condenar o acusado pelo primeiro crime: corrupção. Lembre aqui.

VAI DEVOLVER
O vereador disse que só tomou conhecimento do fornecimento de marmitex por sua família quando a mãe revelou isso a ele. Preocupado, ele pediu que o negócio fosse cancelado. “A empresa seria contratada para fornecer 400 marmitex. Forneceu apenas 100 unidades, até eu descobrir a mandar parar”.  O edil disse que vai protocolar um documento pedindo para que o valor dos produtos entregues seja repassado ao Lar dos Idosos. “Se isso não for possível, por causa da burocracia, a gente faz um cheque e entrega lá”, anunciou, referindo-se à entidade que acolhe pessoas da terceira idade de Vilhena e outras cidades do Cone Sul.

CHORARAM
Ao lado dos pais, Rafael chegou a chorar junto com o pai, o comerciante Osmar Maziero, pioneiro na cidade e que atua há 30 anos no segmento de alimentação. “A gente trabalha de manhã de tarde e de noite, e nunca precisamos do poder público. Agora, tentam usar isso para me desmoralizar politicamente”.

O jovem político reafirmou que não há ilegalidade no contrato, e o comparou com a situação de Célio Batista, cujo irmão era dono de uma empresa que prestava serviços ao SAAE: “No caso dele, além de a licitação ter ilegalidades, houve vários aditivos ao contrato. O Célio também se omitiu na fiscalização, ao contrário de mim, que mandei parar o contrato tão logo soube”.

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