Vereador explica venda de marmitex por restaurante de sua família e diz que está sofrendo perseguição política em Vilhena
Vereador diz que sofreu ameaça para mudar voto em CPI contra colega.
Numa entrevista coletiva concedida na manhã desta segunda-feira, 22, no restaurante La Varanda, empresa que pertence a sua família, o vereador Rafael Maziero (PSDB), resolveu se antecipar a uma informação que vinha circulando nos bastidores da política vilhenense e que ameaçava ser transformada em “escândalo”.
O parlamentar explicou a venda de marmitex do restaurante dos pais para a Secretaria Municipal de Agricultura de Vilhena. Segundo ele, a contratação do serviço foi pelo critério de menor preço. “Outros dois restaurantes da cidade apresentaram propostas de R$ 12,50 e R$ 12. A do La Varanda foi R$ 11”, revelou, garantindo que não há ilegalidade na transação.
Mesmo afirmando que o fornecimento não fere a lei, o tucano revelou que resolveu se antecipar para dar exemplo e se disse vítima de “perseguição política”. Admitiu não ter os nomes de quem estaria por trás disso, mas adiantou que pretende investigar o caso. E acrescentou: nada foi pago, ainda, pelo município ao estabelecimento.
Maziero explicou que a disseminação da informação é uma retaliação por sua postura na Câmara e fez uma acusação grave: “Tentaram me ameaçar e até mudar o meu voto na CPI contra o vereador Célio Batista, com base nessa informação, mas eu não me intimidei e continuarei mantendo minhas posições”.
Rafael se refere à votação na qual era julgado outro vereador (Célio Batista, do PR), acusado de corrupção, improbidade e quebra de decoro. O parlamentar investigado foi absolvido, mas Maziero votou por sua cassação por improbidade. A quebra de decoro nem chegou a ser analisada. O relatório elaborado por ele não viu provas suficientes para condenar o acusado pelo primeiro crime: corrupção. Lembre aqui.
VAI DEVOLVER
O vereador disse que só tomou conhecimento do fornecimento de marmitex por sua família quando a mãe revelou isso a ele. Preocupado, ele pediu que o negócio fosse cancelado. “A empresa seria contratada para fornecer 400 marmitex. Forneceu apenas 100 unidades, até eu descobrir a mandar parar”. O edil disse que vai protocolar um documento pedindo para que o valor dos produtos entregues seja repassado ao Lar dos Idosos. “Se isso não for possível, por causa da burocracia, a gente faz um cheque e entrega lá”, anunciou, referindo-se à entidade que acolhe pessoas da terceira idade de Vilhena e outras cidades do Cone Sul.
CHORARAM
Ao lado dos pais, Rafael chegou a chorar junto com o pai, o comerciante Osmar Maziero, pioneiro na cidade e que atua há 30 anos no segmento de alimentação. “A gente trabalha de manhã de tarde e de noite, e nunca precisamos do poder público. Agora, tentam usar isso para me desmoralizar politicamente”.
O jovem político reafirmou que não há ilegalidade no contrato, e o comparou com a situação de Célio Batista, cujo irmão era dono de uma empresa que prestava serviços ao SAAE: “No caso dele, além de a licitação ter ilegalidades, houve vários aditivos ao contrato. O Célio também se omitiu na fiscalização, ao contrário de mim, que mandei parar o contrato tão logo soube”.
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