Viadutos desnecessários

Porto Velho, a abandonada e explorada capital dos roraimenses, tem vários viadutos em sua área urbana. Nenhum deles presta e nem tem a menor serventia.

Professor Nazareno*
Publicada em 30 de junho de 2018 às 09:29
Viadutos desnecessários

Porto Velho, a abandonada e explorada capital dos roraimenses, tem vários viadutos em sua área urbana. Nenhum deles presta e nem tem a menor serventia. São verdadeiros elefantes brancos que só serviram até agora para desviar dinheiro público,  eleger políticos ruins e infernizar a vida dos habitantes e motoristas da cidade. Criação do PT de Roberto Sobrinho, as obras serviram de túmulo para a administração petista em Porto Velho. Alguns estão com suas obras abandonadas há vários anos, como o da entrada, ou saída, da cidade próximo à Prudente de Moraes. Já outros foram terminados às pressas somente para atender ao calendário das eleições, por isso são íngremes, tortos, cheios de mato, sujos, desnecessários. Estão escuros e sem nenhuma estrutura arquitetônica. É o caso daquelas absurdas “gambiarras” no antigo Trevo do Roque.

O viaduto da BR 364 com a Avenida Campos Sales na zona sul da cidade está em fase de conclusão. Ironicamente num ano eleitoral em que uma cambada de políticos e candidatos às próximas eleições vão fazer fotos na sua inauguração. Não se sabe ao certo quantos milhões foram investidos naquela obra totalmente dispensável. Pior: ele está ao contrário. Quem o projetou certamente não sabia que o maior fluxo de veículos se dá nos sentidos centro/bairro e bairro/centro e não na saída da cidade. Quem vai para o Campus da Unir, por exemplo, segue por cima da obra tranquilamente enquanto os outros motoristas continuarão se espremendo em congestionamentos monstruosos. Coisa que o polêmico viaduto deveria extinguir. Pior: quem for na direção bairro/centro “ganhará” agora um acréscimo de quase dois quilômetros para chegar ao seu destino.

Coisas de Rondônia e dos rondonienses mesmo. Outro péssimo exemplo: com a construção da Usina de Santo Antônio, para se chegar à vilazinha do Teotônio ficou muito mais difícil. Agora são quase 20 quilômetros a mais numa estrada esburacada e cheia de onças famintas O que era para facilitar a vida dos moradores ficou mais complicado. É igual à ponte do Madeira que continua escura até hoje. Não serve para nada. Somente para subsidiar a farinha d’água do Projeto Joana d’Arc. Nenhuma casa até agora foi construída do outro lado do rio e a estrada para Manaus, a BR 319, ainda é um sonho inalcançável. Nem vou repetir que liga “o nada a coisa alguma”. A velha balsa era mais prática e devia voltar. Foram mais de 300 milhões de reais jogados literalmente na água. Parece até que Rondônia tem muito dinheiro para desperdiçar.

Nunca entendi por que construir viadutos se uma boa sinalização tinha resolvido o problema e teria saído por um preço muito menor. Mas a implicância de muitos dos matutos de Porto Velho achando que “aquilo” tornaria a cidade uma metrópole mais bonita e desenvolvida fez com que muitos dos governantes, também cheios de más intenções e compreensivelmente interessados nas obras eleitoreiras, embarcassem na canoa furada. O correto agora seria mandar implodir por completo todos os arremedos de viadutos e pontes da cidade. Sem eles, o trânsito fluiria bem melhor. A cidade precisa de água tratada e de saneamento básico, mas quase ninguém fala sobre isso. Precisa também de mobilidade urbana decente e não de trambolhos desajeitados sem nenhuma utilidade. O viaduto da Campos Sales é tão desnecessário e eleitoreiro que a Procuradoria Regional Eleitoral questionou sua inauguração antes de ele ser concluído.

*É Professor em Porto Velho.

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