2018, o ano das atenções ao Judiciário brasileiro

O interesse pelas decisões judiciais está em ascensão e demanda reforço em opiniões especializadas junto aos meios de comunicação.

Pérsio Oliveira
Publicada em 19 de janeiro de 2018 às 15:52

O ano inicia com o Poder Judiciário no protagonismo da agenda setting, o julgamento do ex-presidente Lula -- marcado para o dia 24 de janeiro -- faz o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre (RS), ganhar o trending topics, cena atípica para sazonalidade dos temas pré-carnavalescos, fato que sinaliza o assunto em evidência no país para os meses vindouros.

O interesse pelas decisões judiciais está em ascensão e demanda reforço em opiniões especializadas junto aos meios de comunicação. Arbítrios que necessitam de alicerces na prudência apartidária, em ano eleitoral argumentos tendenciosos inflamam sentimentos já divididos.

Recentemente, ameaças através de telefonemas, cartas e pela internet foram direcionadas ao TRF-4 e aos três magistrados que vão julgar o caso em segunda instância: o relator João Gebran Neto, o revisor Leandro Paulsen e Victor Laus.

Enquanto a Polícia Federal investiga os autores, o Tribunal liberou funcionários de comparecem no dia do julgamento e grifou que mesmo que seja mantida a condenação o ex-presidente não será preso no local.

A vontade política na escolha do nome para liderar o Ministério do Trabalho encontrou na judicialização a expectativa do seu desfecho.

O limo dos porões do Brasil que emergiram aos discursos apocalípticos do delator do mensalão, Roberto Jefferson, viu o pecado hipoderme atingir sua prole, justamente numa nequice que teria ela o poder de ofício resolver.

O Judiciário atrai o povo pelo palanque montado pela histórica corrupção, da mesma forma que operações demandam criatividade de batismo, sempre popularizadas pelo vigor da atualidade.

O país caminha para o ano eleitoral com forças-tarefas mais afamadas que os tradicionais partidos que apetecem na criatividade dos marqueteiros uma esperança de trocar de pele, cambiando seus nomes e siglas.

Porém, o cenário político também foi atingido na fábrica de propagação das ideias, vale lembrar que João Santana e Mônica Moura também têm suas memórias do cárcere. Ação que certamente atrofia a fértil relação das agências de publicidade com os comitês. Agora, talvez haja um perímetro nesse relacionamento muitas vezes irrigado pela falta de limite financeiro.

Julgamentos, defesas e acusações. Eleições, apurações e futuras decisões. O ano inicia com o Judiciário sendo pauta adjacente ao samba e terminará junto aos fogos na próxima mensagem de Feliz Ano Novo.

Crédito: Pérsio Oliveira Landim, advogado, presidente da 4ª Subseção da OAB – Diamantino (MT)

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