A economia (?!) e a fake news do Coronel, o fiasco dos 100 dias, retaliação a jornalistas e outras notas políticas
E mais: Quando o nome do conterrâneo Lenilson Guedes foi anunciado para o cargo que exerce hoje, esta coluna elogiou e destacou sua simplicidade. Pena que optou em dar continência ao autoritarismo e retaliar colegas de profissão esquecendo sua origem simples
PAU OCO – Esta coluna já havia alertado há duas semanas que eram imprevisíveis os desdobramentos da operação policial denominada “Pau Oco”. No final de semana próximo passado o mundo político entrou em efervescência com uma nova fase, mobilizando dezenas de policiais civis que cumpriram alguns mandatos de custódias e várias buscas e apreensões, entre elas, na residência do ex-governador Daniel Pereira (PSB). Com diz o adágio, pau que bate em Chico, tem que bater em Francisco.
BARRIGADA – Inicialmente, alguns veículos de comunicação foram levados ao erro por uma fonte oficial de que, entre os presos, estaria o ex-governador Daniel Pereira, induzindo os profissionais que cobrem a área a uma barrigada. Logo depois, com os esclarecimentos também oficiais, o equívoco anunciado foi desfeito com a informação de que o ex-governador não constava na lista dos custodiados. Houve precipitação sim, mas plenamente justificável por se tratar de uma fonte privilegiada com acesso aos órgãos de segurança estaduais.
RETALIAÇÃO – Daniel Pereira, político profissional há trinta anos, com diversos mandatos, se vendo no meio do turbilhão da operação “Pau Oco”, aproveitou a barrigada da suposta prisão e partiu para o ataque alegando ser vítima de uma retaliação política.
ALVO - Nada ainda foi comprovado do envolvimento do ex-governador nos malfeitos apurados, embora existentes na Secretaria Estadual de Meio Ambiente. Mas pelos fatos elencados na investigação, e que foram anunciados publicamente, também não há um fato objetivo, seja subjetivo, de que os desdobramentos da operação decorram de retaliação ao ex-governador. A suposta retaliação é lorota. Daniel é alvo de uma investigação ainda em andamento que, diga-se de passagem, começou quando o então governador nomeou assessores na SEDAM, envolvidos nas denúncias.
DEDUÇÃO - Nos conteúdos divulgados até o momento, é possível deduzir que a investigação continua e tende a alcançar um núcleo político, mas ainda não encontrou uma prova concreta para que justifique um pedido de custódia de Daniel Pereira. A coluna apurou também que, além de Pereira, há outros alvos famosos nesse núcleo.
ESPETACULARIZAÇÃO – Os órgãos de segurança ao fornecerem às suas fontes informações privilegiadas em off deveriam tomar os cuidados necessários para não serem responsabilizados de ações midiáticas, evitando, portanto, que a mesma seja contestada. Outra questão é conter o ímpeto irresponsável de auxiliares despreparados que exercem funções de assessoramento.
GENEROSIDADE – Antes de reunir a imprensa para explicar que seu nome não estava relacionado na lista das pessoas que tiveram a liberdade cerceada, Daniel Pereira ligou para jornalistas, a exemplo do respeitado jornalista Rubens Coutinho, do site Tudorondonia, para pedir que publicasse sua versão. No episódio o ex-governador chegou a ser defendido publicamente por alguns jornalistas da sua intimidade com muita generosidade. Generosidade que quando governador não demonstrou para com alguns de outrora com quem conviveu.
COMEMORAÇÃO – Embora o coronel governador Marcos Rocha tenha reunido parte da imprensa para apresentar um balanço das ações administrativas dos cem primeiros dias de governo, não há nada para comemorar. É tão verdade que houve até uma reação de toda classe política estadual e mobilização nas redes sociais da sociedade contra o aumento abusivo da energia elétrica, obrigando a intervenção do órgão nacional regulador para forçar uma redução no aumento, e o coronel relacionou o feito como uma ação isolada do governo. A informação não passou de uma fake news produzida pelo coronel. Aliás, fake que tanto ele combate nas redes sociais.
ECONOMIA – Virou bordão nos governantes outsiders anunciarem aos seus eleitores como um grande feito o superávit financeiro. É obrigação dos governantes combater gastos perdulários, mas é igualmente obrigação gastar, gastar bem e com ações que atendam a maioria da população. Governo não é para dar lucro, ao contrário, é para utilizar os tributos arrecadados em obras que melhorem a qualidade de vida da população. Dizer quer possui grana em caixa enquanto a população sofre as mazelas governamentais é regozijo de incompetente. É um acinte a quem aguarda numa fila para ser atendido numa unidade hospitalar hostil, a exemplo do João Paulo. Às favas a economia anunciada.
PRESÍDIOS – Na campanha o coronel Marcos Rocha repetia como mantra que humanizou o sistema penitenciário ao relatar um caso de um jovem que o teria abordado para agradecer as orientações dadas quando o coronel administrou a Secretaria de Justiça. No governo o coronel parece que desaprendeu humanizar o sistema e, no primeiro dia de governo, foi acusado de perseguir os agentes penitenciários e hoje o sistema entrou em completa falência com inúmeros registros de fugas. Na comemoração dos cem dias de governo nem um pio sobre a pasta da SEJUS. Nem uma fake News encorajou o coronel a abordar a área.
FINANÇAS – Outro dia a assessoria de imprensa governamental distribuiu release manifestando a preocupação do coronel com as finanças estaduais. O vice-governador, um boquirroto da zona da mata, foi mais longe e revelou que os servidores públicos correm o perigo de não receberem os respectivos salários nos próximos meses devido à desordem financeira herdada. O engraçado é que, além de fazer parte do primeiro escalão do governo que sucedeu, o coronel manteve os mesmos técnicos nas áreas de orçamento e finanças em seu próprio governo. A crítica à suposta desordem financeira e orçamentária soa como a música do “crioulo doido”, já que entregou às mesmas pessoas a chave do cofre e o orçamento estadual que hoje critica.
DESELEGÂNCIA – Ao barrar alguns jornalistas que não são chapa-branca e que criticam o governo, durante uma entrevista coletiva em que prestaria contas à população dos cem primeiros dias da (des) administração, o coronel comprova as suspeitas da coluna de que não é dado a conviver com a democracia em sua plenitude.
OBSCURIDADE - Ademais, o palácio não é um bem privado, é um bem público e os jornalistas barrados queriam acessar o local destinado a uma coletiva. Portanto, espaço que deveria prevalecer a impessoalidade para que aos atos administrativos fosse dada a publicidade. Falta transparência. Além da deselegância imposta a profissionais independentes. Quando o nome do conterrâneo Lenilson Guedes foi anunciado para o cargo que exerce hoje, esta coluna elogiou e destacou sua simplicidade. Pena que optou em dar continência ao autoritarismo e retaliar colegas de profissão esquecendo sua origem simples. Felizmente este cabeça-chata nunca esteve no palácio Rio Madeira e nem tem nenhuma vontade de conhecê-lo nos próximos quatro anos.
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Comentários
Problema é que em Rondonia o emprego de assessoria politica é a fonte de renda para jornalistas. Se não trabalharem para deputados, senadores, governadores, veradores, assembleia, camara municipal, federal e senado, alem de governos federal, municipal e estadual, trabalharão onde? Os donos dos sites fazem isso, como funcioonario não faria? A partir do instante que voce se poe à disposição do politico, é usado e vai ter que rezar na cartilha dele. Eu gosto da postura do Daniel, como não gosto da postura do Expedito Junior, sendo admirador do trabalho do seu filho deputado Expedito Neto.
Não devemos esquecer que em tempos ainda memoriais o ilustrado Lenilson Guedes era "BATE PAU" DO SNI E DO CENTO DE INFORMAÇÃO DO EXÉRCITO, portanto, ainda guarda um pouco do ranço dos tempos de chumbo. No que se refere ao decantado Daniel Pereira, deveria ficar de boquinha miúda pois o conteúdos dos autos que ensejaram a ordem judicial para a busca revela coisitas não muito republicanas saídas do seu gabinete. Devagar com o andor ilustre.
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