A mudança de postura na saúde municipal é uma necessidade vital

Há seis meses, falta vacina nas unidades de saúde do município para imunizar crianças contra difteria, tétano, hepatite B, dentre outras doenças.

Valdemir Caldas
Publicada em 16 de março de 2018 às 11:13

É impressionante – e, às vezes, chega a causar asco – a facilidade com que assessores do prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, encastelados na Secretaria Municipal de Saúde, têm para dar desculpadas esfarrapadas, mesmo quando se trata de assuntos inerentes à vida das pessoas.

Há seis meses, falta vacina nas unidades de saúde do município para imunizar crianças contra difteria, tétano, hepatite B, dentre outras doenças. A denúncia foi feita da tribuna da Câmara Municipal de Porto Velho, pelo vereador Aleks Palitot, na sessão plenária de segunda-feira (12), e repercutida pela coluna.

O que se esperava do pessoal que o prefeito nomeou para comandar a Secretaria Municipal de Saúde (SEMUSA) era, no mínimo, uma resposta convincente, e não a mesma conversa afiada de sempre, como se a sociedade fosse constituída apenas de imbecis.

Vamos tirar as escamas dos olhos, ter humildade e cair na real. O sistema de saúde municipal está carcomido pelo vírus da incompetência. A situação denunciada pelo vereador Palitot é apenas aponta do iceberg no mar revolto de precariedades em que vive o portovelhense em matéria de assistência médica. E o pior é constatar que os problemas, em vez de diminuírem, vão-se acumulando ao longo dos dias, meses e anos.

Com saúde não se brinca. O governo municipal precisa tratar dessa área com a urgência e a responsabilidade técnico-cientifica que ela exige. É inaceitável que, apesar dos avanços conquistados nesse setor, ainda se atue dentro de padrões tão primários.

Descaso é o termo apropriado para qualificar o estado em que se encontra a saúde municipal. É como se as nossas autoridades não se condoessem com o sofrimento daqueles que passam horas numa fila esperando atendimento e, depois, deixam a unidade de saúde sem a medicação, simplesmente porque não há.

O distanciamento com que os gestores públicos vêm tratando o problema da saúde denuncia um velho jeito de administrar que já não mais se sustenta, visto que se baseia na inexistência de ações planejadas entre município, governos estadual e federal, prevalecendo, assim, o jogo da improvisação, deixando, com isso, toda uma população entregue à própria desdita. A mudança de postura na SEMUSA é uma necessidade vital, mas parece que só o prefeito ainda não se deu conta disso.

 

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