Ações de combate à mortalidade infantil são desenvolvidas em Porto Velho
Estratégias para redução dos óbitos são discutidas entre as equipes da Atenção Primária à Saúde (APS) e da rede especializada de atendimento
Promoção à saúde e prevenção à doenças prevalentes na infância é fortalecida através do Núcleo de Saúde da Criança e Adolescente
A taxa de mortalidade infantil é um dos principais indicadores dos serviços de saúde oferecidos às gestantes, recém-nascidos e crianças menores de 5 anos. A redução dos óbitos infantis é amplamente discutida e acompanhada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), por meio do trabalho integrado entre as equipes da Atenção Primária à Saúde (APS) e da rede especializada de atendimento.
A enfermeira e coordenadora do Núcleo de Saúde da Mulher, Ana Emanuela, explica que uma das principais formas de prevenção aos óbitos infantis, especialmente em bebês recém-nascidos, é o pré-natal. A assistência assegura o desenvolvimento saudável da gestação e menores riscos no parto para a mãe e para o bebê, além do acompanhamento, diagnóstico e tratamento de doenças pré-existentes ou que podem surgir durante a gravidez. O acompanhamento é oferecido em todas as unidades de saúde de Porto Velho e deve ser iniciado assim que a mulher descobre a gravidez.
“Partindo da ideia de que no pré-natal é possível identificar quais são os principais fatores que podem complicar uma gestação, esse acompanhamento é sim importante e contribui para a redução da mortalidade infantil, porque se essa gestante desenvolver algum processo de adoecimento durante a gestação, pode comprometer também a saúde do bebê”, afirma.
A promoção à saúde e prevenção à doenças prevalentes na infância é fortalecida através do Núcleo de Saúde da Criança e Adolescente (NSCA), que oferece dentro da atenção primária à saúde serviços como imunização, antropometria (como pesar e medir crianças), puericultura (acompanhamento de crescimento e desenvolvimento infantil), a importância do aleitamento materno, cuidados de crianças nascidas com baixo peso e pré-termos (crianças prematuras).
Uma das principais formas de prevenção aos óbitos infantis é o pré-natal
Rosimari Garcia, coordenadora do NSCA, explica que todas essas ações, em parceria com os serviços disponíveis nas unidades de saúde, possibilitam o cuidado integral à criança e consequentemente, a redução da mortalidade infantil, que está sendo reduzida gradativamente em Porto Velho.
Outra frente de atendimento desenvolvida em unidades de saúde da capital é a estratificação de risco, que avalia se a gestante possui algum fator de risco, através da análise de condições clínicas, patológicas e socioeconômicas. O resultado observa as condições de saúde da mãe e do bebê, e direciona os pacientes a cuidados integrados oferecidos pelas unidades de saúde em parceria com Centro Integrado Materno Infantil (CIMI) de Porto Velho. Na capital, esse atendimento é realizado nas unidades de saúde Ronaldo Aragão, Renato Medeiros, Osvaldo Piana e José Adelino.
Além da estratificação de risco, o Centro Integrado Materno Infantil oferece assistência para gestantes de alto risco e cuidado às crianças de zero a dois anos de idade que possuam complicações de saúde. As consultas são agendadas via sistema de regulação, através do atendimento inicial nas unidades básicas de saúde e unidades de saúde da família.
MONITORAMENTO
Todas as vacinas imunopreviníveis fazem a diferença na vida da criança
O monitoramento dos óbitos em crianças de até 4 anos em Porto Velho é feito pela equipe de Vigilância em Saúde da Semusa. Esse controle é fundamental para a redução da mortalidade infantil e fetal, pois é uma forma de acompanhar o registro dos óbitos e de traçar estratégias para a prevenção dos óbitos evitáveis.
Segundo dados da Vigilância em Saúde (DVS), a capital registrou em 2020 17,60 óbitos infantis a cada 1000 nascidos vivos. Em 2021, essa taxa foi de 15,22 óbitos infantis a cada mil 1000 nascidos vivos. E em 2022 foi de 13, 56 óbitos infantis a cada 1000 nascidos vivos (dados ainda não encerrados). A meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) é reduzir a Taxa de Mortalidade Infantil, para um dígito (menos que 10 óbitos/1000 nv).
Letícia Aline Ricci, técnica da Vigilância Epidemiológica, explica que o setor atua na identificação das causas da mortalidade infantil, principalmente aquelas que poderiam ser evitadas.
“Existe um fluxo já estabelecido para investigar a mortalidade infantil e fetal, onde realizamos as investigações após recebimento da notificação do óbito que acontece através da declaração de óbito, seguindo os parâmetros de investigação ambulatorial, hospitalar e domiciliar".
A ampliação da cobertura vacinal é uma das metas da saúde
PLANEJAMENTO
Entre as principais ações da Semusa para os próximos anos, estão a criação de campanhas de incentivo ao aleitamento materno e doações de leite materno, promoção do cuidado compartilhado de crianças nascidas prematuras e com baixo peso na atenção primária, além da ampliação da cobertura vacinal, fundamental durante toda a vida, mas especialmente na primeira infância.
Segundo Elizeth Gomes, coordenadora de Imunização da Semusa, os baixos níveis de vacinação influenciam diretamente no aumento da mortalidade infantil.
“O índice de doenças respiratórias nesse momento cresceu muito, principalmente pneumonia, bronquite, sinusite, que podem ser amenizadas com a vacina da influenza ou com a vacina da pneumonia, que é iniciada aos 2 meses de vida. Todas as vacinas imunopreviníveis fazem a diferença na vida da criança, e a falta delas, com certeza, causa o agravamento de algumas doenças e pode levar a óbito”, explica.
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