Adolescentes das unidades socioeducativas de Porto Velho participam de oficina literária
O Projeto é o resultado de vários grupos e pessoas preocupadas em proporcionar aos adolescentes, uma ação literária/social tendo como prisma o desenvolvimento de habilidades potencializadoras da leitura e da escrita
A oficina iniciou em 13 de outubro e segue até 20 de novembro de 2020
Na manhã de terça-feira, 13 de outubro, na Unidade de Internação Masculina Sentenciada I – UIMS da Fundação Estadual de Atendimento Socioeducativo – Fease, foi realizada a abertura do projeto da oficina literária “Carolina Maria de Jesus visita o Sistema Socioeducativo”.
O evento contou com a presença da professora Dra. Rosângela Aparecida Hilário do departamento de ciências da educação da Fundação Universidade Federal de Rondônia- UNIR, o professor Bruno Almeida dos Santos, doutorando pela Universidade de São Paulo, professor Dr. Ivan Siqueira da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo-USP/ECA (participação por meio da plataforma meeting) os quais irão executar o projeto, além deles, também estiveram presentes, Antônio Francisco Gomes Silva, presidente da Fease , Giliarde Irineu, coordenador de apoio ao adolescente – CAA/Fease, Katiana Nunes de Araújo Pessoa, assessora pedagógica – ASPED/Fease, Fátima da Silva, assistente social da Vara Infracional de Execução de Medidas Socioeducativas de Porto Velho, diretores da unidade, agentes de segurança socioeducativo e socioeducandos.
A oficina iniciou em 13 de outubro e segue até 20 de novembro de 2020, tendo como ponto de partida o livro “Quarto de Despejo”, de Carolina Maria de Jesus. A partir dele será elaborado um diálogo com os adolescentes, de modo que os possibilite o desenvolvimento da prática de leitura e a construção de uma escrita autoral. Neste sentindo algumas das etapas serão: palestra e apresentação do grupo; exibição, circulação e problematização do livro; apresentação da autora – contextos do livro por meio de imagens; leitura, escrita e criação com leitura dirigida de trechos do livro, diálogo com livro por meio da poesia e da música etc.
O Projeto é o resultado de vários grupos e pessoas, dentre elas cabe ressaltar a participação expressiva do juiz Marcelo Tramontini, da Vara Infracional e de Execução de Medidas Socioeducativas de Porto Velho, preocupadas em proporcionar aos adolescentes, uma ação literária/social tendo como prisma o desenvolvimento de habilidades potencializadoras da leitura e da escrita, visando a construção de uma voz autoral, que os ajudem a refletir sobre o seu cotidiano, como Carolina fez tão bem na escrita de seu diário. Assim, faz parte da missão desta oficina desenvolver nos adolescentes habilidades de leitura e escrita com capacidade de reflexão nas realidades e construção do seu próprio estilo literário por meio dos registros de suas ideias, das suas concepções de mundo e de vida, que traduzam as representações de seus pensamentos e de seu cotidiano marcado muitas vezes pela desigualdade, exclusão social, pobreza e diversos preconceitos.
“Entendemos que o conhecimento é libertador e com a realidade dos nossos adolescentes a literatura vem com o propósito de agregar valores e, contudo, os levar para uma nova ótica diante da vida”, disse Katiana Nunes de Araújo Pessoa.
Para a professora Dra. Rosângela Aparecida Hilário, “este trabalho foi construído a muitas mãos, mãos que, evidentemente, acreditam que a educação seja realmente o caminho para toda e qualquer forma de emancipação, eu acredito que por meio do conhecimento, e de um conhecimento que consiga, efetivamente, desorganizar e desacomodar o que está posto a favor de pessoas é que a gente vai avançar na organização de uma sociedade mais inclusiva.”
“Nós cremos na força da literatura, na força das artes e na força da educação, sobretudo para que os adolescentes possam descortinar e entrever outras possibilidades, outra realidade e a partir da educação, da leitura e da literatura, acreditar nas potencialidades que eles e elas têm, seguindo caminhos outros em direção a cidadania, constituição de família e responsabilidades e, finalmente contribuir para a sociedade tanto do Estado de Rondônia como para a Capital Porto Velho”, declarou o professor Dr. Ivan Siqueira.
Para o presidente da Fease, Antônio Francisco Gomes Silva, “a educação não transforma o mundo, educação muda pessoas e pessoas mudam o mundo, era como pensava Paulo Freire, por isso, para que de fato aconteça a ressocialização ações como esta são imprecindíveis.”
“Este projeto tem como objetivo principal, desenvolver nos meninos e meninas do sistema socioeducativo práticas de leitura e escrita que possam ajudá-los a superar o momento difícil pelo qual elas e eles estão passando, acredito que a literatura tem a função primordial de possibilitar uma reflexão em face da realidade e das questões sociais,” declarou o professor Bruno Almeida dos Santos.
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