Agricultura familiar do setor chacareiro de Porto Velho tem alta produção de hortaliças
Abastecendo cerca de 40% do mercado porto-velhense, o setor chacareiro da capital domina a produção de hortaliças, principalmente as folhagens que vão à mesa do cidadão.
O produtor chega a colher até 600 maços de cheiro verde por dia; toda produção é encaminhada para feiras e mercado
Abastecendo cerca de 40% do mercado porto-velhense, o setor chacareiro da capital domina a produção de hortaliças, principalmente as folhagens que vão à mesa do cidadão.
Segundo o agrônomo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Luiz Gonzaga, a produção de batatas, mandioca e cará, por exemplo, é mais tímida para os pequenos produtores da agricultura familiar.
“Em dois hectares de terra, com um cultura própria familiar, eles produzem cheiro-verde, coentro, couve, quiabo, batata doce, abobrinha, entre outras hortaliças de mais ‘fácil’ trato. Mas não é um cultivo qualquer. O trabalho é ininterrupto, manual e o investimento em adubos e melhoramento da terra com calcário, além da mão de obra pesada, são fatores muito importantes para o resultado da empreitada”, considera o agrônomo. O profissional garante que a produção é orgânica, sendo uma das poucas propriedades a consumir tão pouco inseticida contra a infestação de pragas.
Com a área de 100×200 metros, a Chácara Santos é um modelo típico de agricultura familiar, onde os produtores são o casal proprietário da terra e dois sobrinhos que trabalham no local. Há sete anos seu Geneci Policarpo dos Santos com a esposa, Maria Helena, começaram a investir nas hortaliças. “Através da associação local, que fez o contato com a Emater, que começou a dar a assistência aos produtores da área. Sempre orientando e encontrando as possibilidades de escoamento da produção, como o Programa de Aquisição de Alimentos, que incentiva a agricultura familiar”, conta.
Abobrinha e quiabo também fazem parte da produção da Chácara Santos
Esterco orgânico, calcário e muita água na irrigação são os investimentos mais necessários para o melhoramento da terra, e um fertilizante que já afasta os insetos e pragas das folhagens é aplicado com frequência na plantação para manter o cultivo saudável e com mais qualidade.
A produção nem precisa ser entregue pelo produtor, pois os feirantes e comerciantes buscam o produto no local. Somente de cheiro verde, seu Geneci tira de 500 a 600 maços por dia. De todas as despesas e pagamento da mão de obra dos sobrinhos, o produtor lucra mensalmente de R$ 2 mil a R$ 2,5 mil.
Pelo PAA, o valor por entrega de cotas é de R$ 2,5 mil. A Emater é responsável pela organização do projeto e cadastramento dos produtores, designando a quantidade de cada produto a ser entregue. A única máquina utilizada pelos produtores da Chácara Santos é um traturito, para revolver a terra. “Quando eu comecei aqui, eu tinha outro trabalho, chegava às 5 horas da manhã, e começava a fazer os canteiros. Não tínhamos energia, apenas o poço. Puxava os baldes de água manualmente para aguar a horta. Agora já fizemos o sistema de irrigação, de forma muito simples e estamos crescendo a nossa produção”, conclui o produtor.
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