ALE discute violência contra as mulheres e denúncia de assédio na Unir
Evento aconteceu no plenário de deliberações Lúcia Tereza e contou com a participação de representantes da sociedade organizada
A temática da violência contra a mulher em Rondônia tem ganhado espaço nas discussões em função do número de casos que são registrados todos os dias no estado, com números alarmantes. Por conta disso, a Assembleia Legislativa de Rondônia recebeu na manhã desta segunda-feira (17), um fórum de debates para tratar de medidas de enfrentamento à violência doméstica e o apoio à mulher, vítima de agressão em Rondônia. Dividida em dois tempos, a roda de conversa também debateu os atos de violência contra mulheres na Universidade Federal de Rondônia (Unir), em Porto Velho.
Proposta pelas deputadas Dra. Taíssa (PSC) e Ieda Chaves (União Brasil) o evento reuniu representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Tribunal de Contas do Estado (TCE-RO), Governo do estado através de diversas secretarias, Universidade Federal de Rondônia (Unir), Instituto Federal de Rondônia (Ifro), Ministério Público do Estado (MPE), Defensoria Pública do Estado (DPE), Secretaria Municipal de Educação de Porto Velho (Semed), Sindicato dos Profissionais da Educação, Fórum da Mulher, Delegacia da Mulher e Polícia Militar, além de outros órgãos de defesa dos direitos da mulher.
Ao fazer uso da palavra, a deputada Ieda Chaves agradeceu a presença de todos, destacando o crescimento da mobilização dos órgãos e entidades para o combate à violência da contra a mulher. A deputada destacou a pauta de trabalho como mais uma importante oportunidade de se promover a discussão sobre o tema, a exemplo do que aconteceu na audiência pública realizada no mês de março, que também discutiu a temática da violência e combate à violência e o feminicídio, que considerou de extrema importância.
“É uma grande alegria poder participar de uma reunião como esta para discutirmos com mulheres empoderadas, com pessoas que representam os nossos órgãos e entidades públicas essa luta diária pela vida das mulheres. Vivemos um período difícil, onde qualquer coisa banal tem sido motivo para agressão e até morte. Precisamos lutar contra isso. Estamos avançando neste sentido e por isso é importante estamos unidos, discutindo, debatendo, criando políticas públicas que nos levem a uma redução gradativa desses números até conseguirmos zerar esse tipo de agressão contra as mulheres” disse a deputada.
A primeira parte das discussões sobre a violência contra a mulher contou com os painelistas Secretária de Estado da Educação Ana Passini, dos promotores Julian Farago e Lissandra Monteiro, membros da defensoria Silvia Primila Raskovki, Débora Aragão e Flávia Farias Costa, da representante do Fórum de Mulheres, Benedita Nascimento, a Assistente Social Marcia Adriana Halah, o vice-reitor da Unir Julian Cedaro, que apresentaram dados sobre a violência, o histórico da evolução dos crimes como feminicídio e tentativa de feminicídio, indicando caminhos e posicionamentos para o enfrentamento dos crimes contra a mulher na sociedade Rondoniense.
Na segunda parte da reunião, que foi conduzida pela deputada Ieda Chaves e contou com a presença de lideranças da Universidade Federal de Rondônia, foi discutido o crescimento da violência no campus da Universidade em Porto Velho, como o acontecido com uma estudante do curso de direito que denunciou assédio de um professor, bem como a falta de segurança pública nas imediações da instituição federal de ensino, que fica numa região isolada da capital.
“Aqui é uma Casa de Leis, aberta ao povo e tudo o que reflete na nossa sociedade, todas as polêmicas que precisam de debate têm espaço aberto para a busca de soluções. Recentemente tivemos essa denúncia de uma aluna sobre violência e assédio no interior da Universidade, um fato que gerou problema e, mesmo sendo uma instituição federal, precisamos discutir, encontrar formas de resolver, ouvir o que a Unir tem feito como providências e buscar nas autoridades, mais apoio para a segurança dos acadêmicos, professores e servidores”, disse a deputada.
Ao abrir a segunda rodada de conversa , especialmente sobre o episódio registrado na Unir, o professor Dr. José Juliano Cedaro, reitor em exercício da Unir, fez um breve relato sobre a atuação da instituição e ainda apresentou falta de recursos para investimento em equipamentos e tecnologias que proporcionam maior segurança ao campus e que são furtados, por exemplo, sendo motivo de preocupação.
A Pró-Reitora de Cultura, Extensão e Assuntos Estundantis (Procea), Prof. Dra. Marília Pimentel, lembrou que a situação é muito delicada e precisa muito ser discutida em todos os âmbitos. Ela falou do enfrentamento da violência contra a mulher, destacando que os discursos que são reproduzidos no dia-a-dia aumentam o feminicídio e a violência contra a mulher. Para ela, a academia é um lugar que reproduz modelos sociais, patriarcado questão cultural de gênero. É o reflexo da sociedade. O assédio sexual às mulheres e o assédio moral no ambiente acadêmico, como um todo, é antigo, mas só agora as mulheres estão tendo oportunidade e coragem de falar.
Ela lembrou ainda que “sozinha a Universidade não vai fazer nada. Sozinhas nós vamos conseguir. Primeiro, precisamos de recursos, segundo, precisamos do conhecimento personalizado dos movimentos, grupos e entidades. Agora, se firma o compromisso de apoio à Universidade no combate de violência contra a mulher com mais segurança e apoio psicológico e divulgação massiva de uma campanha como denunciar”.
Depois das discussões, e antes de encerrar o evento, a deputada Ieda Chaves voltou a destacas a importância de se unir forças para que se possa progredir no enfrentamento à violência feminina especialmente no ambiente escolar e universitário. Ieda destacou o registro de um relatório com tudo o que foi discutido, que será enviado ao conhecimento da bancada federal, para busca de providências.
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