Alguém chama a polícia! Em RO, governo paga R$ 40 mil de aluguel por contêineres que deveriam ser usados como salas de aula
Estrutura está fechada por falta de instalação de água e luz e foram colocadas no meio do lamaçal; escola está interditada.
O autoproclamado “padrinho da educação do Brasil”, Confúcio Moura, ex-governador e agora senador por Rondônia, é o autor da brilhante ideia, que foi implantada na Escola Estadual Benedito Laurindo Gonçalves, em Parecis (RO), município da Zona da Mata, que tem 300 alunos.
Os estudantes deveriam estar assistindo aulas em 43 contêineres que foram alugados pela Coordenadoria Regional de Educação (CRE) de Pimenta Bueno (RO) , ao custo de R$ 40 mil/mês. As chaves das salas móveis foram entregues ao Estado em janeiro de 2019 e, apesar de estarem montadas, ainda falta a instalação de água e luz para que os alunos possam usar o espaço.
43 contêineres foram alugados para servirem de salas de aula, mas ainda não estão sendo utilizados — Foto: Magda Oliveira/G1
A escola foi interditada por ordem judicial e pelo Corpo de Bombeiros em 2018. Para que os alunos concluíssem o ano letivo, tiveram que estudar em salas improvisadas cedidas pela igreja católica. A menor aprendiz Karolaine de Abreu dos Santos concluiu o ensino médio no ano passado e sentiu na pele o descaso com a educação.
“Fomos transferidos da escola para salas na igreja. Terminamos o ensino médio antes da hora e, em uma reunião, disseram que entregariam os contêineres prontos para o ano letivo de 2019. Os contêineres estão instalados, só que não estão prontos. Estou indignada com o descaso com os alunos e os professores”, lamentou.
Com cerca de 5 mil moradores, Parecis possui apenas duas escolas, sendo uma do município e outra do estado. A instituição de ensino municipal cedeu o espaço à montagem das salas móveis. A estrutura de 780 metros quadrados tem salas de aula e de apoio climatizadas, cozinha, refeitório, laboratório de informática e banheiros.
No entanto, os contêineres foram montados sobre uma área alagada ,e apesar de terem calçado alguns espaços, fora das salas, os alunos acabam tendo contato com a água da chuva empoçada.
Além disso, não há coberturas, água encanada ou energia elétrica. A coordenadora regional de Educação, Eliane Cristina Faria, reconhece que melhorias precisam ser feitas no espaço.
“Parecis é um município pequeno e não dispõe de espaços que suportem uma escola. A única opção que encontramos foi a locação de contêineres. Nós estamos trabalhando para que os alunos possam utilizar as salas móveis no começo do mês de abril, após a instalação de uma subestação elétrica, que já está sendo licitada e custará cerca de R$ 74 mil”, disse Eliane, afirmando que a parte hidráulica já está pronta, sendo necessário apenas a empresa responsável fazer a ligação da água.
Sobre os alunos estarem em contêineres, Eliane disse que a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) realizou um estudo prévio dando legalidade ao processo de locação.
“O processo obedeceu as normas técnicas e de segurança, inclusive do Corpo de Bombeiros. Os contêineres não são inflamáveis e têm todo um parecer jurídico em cima disso. Então a Seduc teve a responsabilidade de atender, dentro do que as normas de segurança exigem”, disse.
Pois é. Tudo dentro da legalidade. Podiam colocar os próprios filhos e netos para estudarem em latões instalados no meio do lamaçal pegando sol o dia todo.
A pergunta que fica é, onde estão o Ministério Público e Tribunal de Contas que permitem tamanha sandice?
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Comentários
Se fosse os filhos deles que fossem estudar la tenho certeza que nem teriam autorizado tamanha IRRESPONSABILIDADE.
Onde estão? Nos seus palacetes com suas confortáveis instalações, discutindo filigranas jurídicas.
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