Alzheimer e doenças cardíacas estão associadas à menopausa

Entenda os riscos e saiba quando iniciar a terapia hormonal

Assessoria/Hospital Metropolitano Vale do Aço
Publicada em 18 de outubro de 2023 às 08:53
Alzheimer e doenças cardíacas estão associadas à menopausa

O calor intenso surge do nada, seguido de suor e desconforto. Essas são algumas características das ondas de calor, sintoma que atinge 80% das mulheres, segundo estudo publicado no Jornal da Sociedade da Menopausa.

Esses sintomas ocorrem durante o climatério. Período em que há a redução da produção de hormônios pelos ovários, que geralmente atinge mulheres entre 40 e 65 anos.

Com a queda da produção de hormônios e o fim do ciclo menstrual, surge a menopausa. A condição se manifesta durante o climatério, portanto, todos os sintomas experimentados neste período também pertencem à menopausa.

No Dia Mundial da Menopausa, lembrado em 18 de outubro, Guerino de Marta, médico ginecologista do Hospital Metropolitano do Vale do Aço, indica como o corpo reage e o que fazer para cuidar da saúde durante o período.

“Com as alterações das taxas hormonais, as mulheres também podem enfrentar dificuldades para adormecer e permanecer dormindo, mudanças no humor, dores durante a relação sexual e ressecamento na bexiga e uretra”, alerta o profissional.

Menopausa causa Alzheimer e doenças cardíacas?

Na verdade, estudos internacionais sugerem que há um maior risco de desenvolvimento do Alzheimer durante a menopausa. O mesmo ocorre em relação às doenças cardíacas, como infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral).

O cérebro possui receptores do estrogênio, que consegue proteger o órgão, mantendo suas funções cognitivas. Com a queda do hormônio, pode ocorrer uma disnfunção cognitiva.

“A redução do estrogênio também significa a redução de um elemento que protege o cérebro, tornando as mulheres mais vulneráveis ao Alzheimer”, explica o especialista.

Além do cérebro, o estrogênio também é um protetor do coração. Isso porque ele estimula a dilatação dos vasos sanguíneos, facilitando o fluxo do sangue.

“Com a chegada da menopausa, o nível desse hormônio diminui, assim como a dilatação das veias, aumentando o risco de coagulação e desenvolvimento de algumas doenças cardiovasculares, entre infarto, hipertensão e AVC”, ressalta Guerino de Marta.

Quando fazer a terapia hormonal

A terapia hormonal trata os sintomas do climatério e previne os efeitos da falta do estrogênio. Especialistas indicam a terapia combinada, que integra estrogênio e progesterona, para reduzir o mal-estar e prevenir o câncer do endométrio.

O momento ideal para iniciar a terapia é a partir de 10 anos até a última menstruação. É importante que a paciente realize acompanhamento médico para avaliar os benefícios em comparação com os riscos do tratamento. 

Apesar das vantagens, a terapia hormonal não é para todos. Mulheres que tiveram ou têm alguma dessas condições, não podem se submeter ao tratamento:

• Câncer de mama;

• Câncer do endométrio;

• Sangramaneto vaginal sem causa aparente;

• Doença cardíaca ou infarto;

• Acidente Vascular Cerebral;

• Histórico de tromboembolismo ou doença hepática grave.

"Dependendo do caso, é possível prescrever o uso de antidepressivos, que reduzem as ondas de calor, para quem não pode realizar a terapia hormonal. Cremes vaginais com hormônio, hidratantes e lubrificantes também ajudam nos sintomas vaginais", orienta o profissional.

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