Após recomendação da DPE-RO, atlética acadêmica retira divulgação de festa que incita o estupro em Rondônia

Para a Defensoria Pública, termo que nomeava a festa fere a dignidade das mulheres, pois insinuam ou podem insinuar que as jovens da festa devem ser drogadas, dopadas e alcoolizadas ou estupradas.

Ascom DPE-RO
Publicada em 13 de agosto de 2018 às 16:10
Após recomendação da DPE-RO, atlética acadêmica retira divulgação de festa que incita o estupro em Rondônia

A Defensoria Pública do Estado de Rondônia (DPE-RO) realizou, na quinta-feira (9), uma recomendação a Associação Atlética Acadêmica Orlando Leite Carvalho (AAAOLC), conhecida como Atlética Muralha, para a retirada da divulgação e alteração do nome do evento de comemoração dos quatro anos de Atlética. Festa foi intitulada como 'Arrancabaço' em folders divulgados em Porto Velho.

Para a Defensoria Pública, termo que nomeava a festa fere a dignidade das mulheres, pois insinuam ou podem insinuar que as jovens da festa devem ser drogadas, dopadas e alcoolizadas ou estupradas, uma vez que, o “título passava a ideia de ‘arrancar o cabaço’, que remete à desvirginização de mulheres (“cabaço”) de forma forçada (“arrancar”), com a utilização de expressão chula”.

Após a recomendação, que também foi assinada pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão e Comitê Pró-equidade de Gênero/Raça do Ministério Público Federal (MPF), a AAAOLC, composta por estudantes de medicina, retirou os banners de divulgação da festa, agora alterada para o nome “Carneirada”.

O documento também foi destinado à casa noturna a ser sede do evento que, conforme recomendação da DPE-RO, também terá que disponibilizar canais ou mensagens para denúncias de abusos ou violência contra a mulher.

O Defensor Público Gilberto Campelo, que assinou a recomendação, relembra ainda que nesta semana foram celebrados os 12 anos da Lei Maria da Penha, importante lei de combate a violência à mulher.

“A intenção da recomendação é de buscar o respeito a dignidade da mulher, que cotidianamente é 'objeticularizada', desrespeitada na sua liberdade sexual e também vítimas de assédios diários. E o nome da festa era um alimento à cultura do estupro, que deve ser combatida na sociedade”, afirma o Defensor Público.

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